segunda-feira, 30 de maio de 2011

Bonita na foto



Prova de Introdução ao Estudo do Direito amanhã. Jusnaturalismo, Praeter Legem, Teoria Tridimensional... Socorro!

Pra espairecer um bocadinho, deixa contar o que foi que vi ontem no Facebook. 

Tô lá, toda pimpona xeretando o que o povo compartilha, quando, de repente, quem é que vejo numa foto, grudadinho em duas mulheres? MEU JAPA!!! Aquele infeliz, que não faz parte de nenhuma rede social! Ele apareceu em algumas fotos que foram compartilhadas por uma amiga do SAMU.

Como ele estava por perto, aproveitei pra saber quem era a amiguinha irritantemente magra, loira, jovem e bonita na qual ele se atarracou pra fazer a pose. Resposta previsível:

- Ah, essa magrela aí? É a...
(Não lembro mais o nome da mulher. Aquela silhueta perfeita me deixou desmemoriada. Arre!...)

Homem não tem jeito, consegue ter a cara de pau de desqualificar uma evidência. A dona encrenca aqui não ficou satisfeita, é claro. E dá-lhe cutucada:

- Magrela?! Ela é linda, seu miserável!

E não é que o malandrão insistiu no engodo?

- Ah, de perto não é tudo isso não.

Hã, hã... A bonita está na foto que foi publicada por outra mulher. Prova irrefutável de que ali não tem Photoshop ou qualquer outro truque que possa melhorar sua imagem.

Quero que levante a primeira chapinha a mulher que tem a capacidade de consertar a cara (e principalmente o corpo) de outra em suas fotos. Sou obrigada a reconhecer que nesse quesito nossa classe é absurdamente desunida. Se puder e souber (eu não sei, infelizmente), a gente se retoca toda e quer mais é que a outra pareça uma mocréia. E se tiver a chance de escolher entre várias fotos, acaba optando por uma em que a outra coitada apareça no ângulo mais desfavorável possível, revelando queixo duplo, celulite e outras desgraças que aterrorizam o universo feminino.

Nem sei porque me espanto. Na hora de fazer pose, o japa não titubeia e logo se agarra no mulheril (como já mostrei AQUI). Bom, pelo menos é SÓ na hora da foto, né?... É, não é?... Bom... Acho que é... Ah, japa safado!

Ilustração de Tiago Hoisel

domingo, 29 de maio de 2011

Ser gay não é opção


Ontem ouvi uma conversa entre homens indignados com a distribuição do tal KIT GAY (três vídeos sobre transexualidade, bissexualidade e meninas lésbicas) nas escolas. Entre as diversas manifestações de contrariedade, destaco essas:

"O governo quer nos enfiar (upa!), goela abaixo, que ser gay é bonito."

"Agora vou ter que falar pros meus filhos que ser gay é normal?!"

"Não tenho nada contra os gays. Tenho até amigos cabelereiros, que são gays e são bacanas, gente boa. Mas só falta o governo inventar a cota gay!"

Também não concordo com a suposta divulgação do tal kit. Não porque me afronte moralmente ou porque de fato considere que há situações graves, que exigem investimentos e respostas mais imediatas do governo. Só acho que a questão é muito complexa, requer uma reestruturação total de pensamento por parte da sociedade, enraizada até o talo pelo preconceito. E não serão alguns vídeos, manuais ou papinhos informais que mudarão esse cenário. Penso que há um longo caminho a ser percorrido até que as pessoas assimilem essa realidade, que ao contrário do que muitos acreditam, não é nova, e existe desde que o mundo é mundo. 

Mas, se opor radicalmente a qualquer iniciativa no sentido de diminuir a intolerância a essa situação, não empreendendo um mínimo esforço de compreensão plena sobre o assunto, é inaceitável.

Preconceito significa julgamento preconcebido, ignorância (figurativamente um "não saber"; na minha opinião, ser burro mesmo). É fazer como o escritor Oswald de Andrade, ao afirmar "não vi e não gostei" sobre a obra do artista plástico Ismael Nery. 

Exterminar essa visão radical torna-se ainda mais complicado, quando se leva em conta comportamentos hipócritas. De gente que enche a boca para dizer que não tem preconceito algum em relação aos gays, afinal, trata-se de uma OPÇÃO sexual. Esses são os que mais me irritam.

Compreender DE VERDADE a homossexualidade não é tão difícil quanto parece, basta abrir a mente para os fatos. Ninguém em sã consciência escolhe viver de maneira diferente, porque evidentemente é muito mais fácil se enquadrar aos padrões, dá menos trabalho e evita aborrecimentos. Já falei sobre isso AQUI. É óbvio que ser homossexual não é uma opção. Muito menos safadeza, como apregoam críticos simplórios.

Ser homossexual é ser loiro, ruivo ou moreno; é ser alto, baixo, feio ou bonito; é ser gordo ou magro, ter olhos castanhos ou azuis... É ser como a água que molha, o fogo que queima... Como um girassol amarelo, um caqui cor de caqui. É nascer assim, como a natureza determinou que haveria de ser. E não há palavra, cara feia ou bateção de pé que mude isso.

Ser homossexual É SER O QUE SE É, e pronto. É SER COMO EU E COMO VOCÊ. 

Simples assim.


Ilustração da postagem: "Amantes" (ISMAEL NERY, 1924)

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Uma bike com sexy-appeal



Há uns dias atrás, um amiguinho blogueiro me pediu, via Facebook, que fizesse um post sobre sua situação um tanto quanto, digamos assim, crítica. Vamos lá, então. Colando exatamente o que recebi e respondendo agora ao que ele falou:


Ah, tá de conselheira sentimental hoje?

Hoje... uma pessoa que eu já amei, agora só gosto...


Sei.


me perguntou se tinha algum lugar bacana por aqui por perto e tal
daí indiquei um bar, com sinuca e etc...


Bar com sinuca. Super romântico. Uma diliça de lugar, perfeito pra deixar a mulher doidinha, subindo parede azulejada de tamanco holandês, três números maior que o pé dela. Aposto todas as minhas fichas é no "etc", quem sabe o borogodó esteja por lá.


daí ela foi com outro ! ehoeauheuoahaeo


Miguxinho, se liga na latada: você se f...errou, tô sentindo isso.

Ó, vou ter que te falar... Ela foi curtir uma sinuca com quem PREFERIU. E não foi com quem? E por quê? Hã?... Tsc. Chato, né?


eu substituí um amor por outro... eahouhauo..
Agora eu amo a Gerthrudes, que é minha bicicleta =)


COMASSIM??? Olha, torço pra que seja só uma paixão platônica. Passou um milímetro disso, já se trata de "hifefilia", manja? Aquele lance de ficar fissurado só de encostar em coisas (isso mesmo, seres inanimados). Se não evoluir para as frutas, até que tá... bem... mais ou menos (mais pra MENOS) normal. Por via das dúvidas, recomendo que você tenha uma melancia ASSIM na fruteira. 

Você não teria uma amiguinha-periguetinha-gostosinha pra te ajudar aí não?

Ô dó! ehoeauheuoahaeo

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Aproveito pra contar que esse porcaria faz um trabalho bem bacana no Rio, junto com uma turma de ciclistas. É o PEDAL SEM FOME, um movimento que já existe há alguns anos e leva um pouco de conforto aos moradores de rua. 

Vencendo a preguiça, o medo e a noite, eles dedicam algumas horas semanais pra levar alimentos até esse povo, que a maioria de nós nem enxerga. Não é uma solução, sem dúvida, mas é um alento. Pra quem não tem absolutamente nada e parece ser invisível aos olhos da sociedade, o fato de ser simplesmente notado já é muito. 

O rapá pode até ser ruinzinho de pegada, mas na entrega é nota 10.  


terça-feira, 24 de maio de 2011

Brochante!


Olha, sou pessoa limpinha, tomo banho todo dia, gosto de tudo bem bonitinho. Então, por que, meu Deus do céu, sou obrigada a ver homem faxinando o salão quando o trânsito está parado?

Hoje foi dose. Num trajeto onde a coisa não anda de jeito nenhum, fiquei mais de 40 minutos apreciando um sujeito  - simpatiquinho até -  dando aquele trato na napa. Urgh! Bom, acredite se quiser, já cheguei a ir daqui até Madri com um cara do meu lado só evoluindo a bolota, estratosférica depois de 12 horas. Classe econômica, sacumé, né?!

Aí fico pensando: como esse mundo é esquisito, né? Mulher é obrigada a se controlar o tempo todo, enquanto homem não passa por sufoco. Badalhoca não vira fóssil no nariz. Deu coceira? Mete a mãozona no saco, sem a menor cerimônia. Já a gente tem que rebolar pra cá, pra lá... Dar uma sentadinha básica na pontinha da cadeira... Afinal de contas, humanas que somos, também temos catota no nariz e coceira nas partinhas, ué!

A grande diferença é que mulher compreende perfeitamente o significado da palavra “brochante”. E é por isso que se segura, sabe que certos movimentos desencantam.

Quer um exemplo? Chupada no dente. Coisa finíssima! Conheço uns sujeitos que não se contentam com o palito depois do rango  - outra coisa chiquérrima -  e desandam a chupar os dentes. Dizem uma palavra e dão uma chupadinha. Outra e lá vem mais chupadinha. Será que é difícil perceber que chupada no dente é igual alho pra vampiro quando o assunto é mulher? Aliás isso me lembrou de uma história muito engraçada, mas deixa pra lá.

Unha é outro problema, principalmente dos pés. Tem neguinho que precisa de maçarico de funileiro pra botar ordem na bagunça. E aquele fiozinho preto nas unhas das mãos? Creia em Deus pai, que que é aquilo?!

Outra coisa que pode deixar uma mulher mais seca que o deserto do Atacama é homem transar de meia. Pior: meia velha, cheia de bolinha. Se bobear, com furinho. Já dizia meu sábio sogro que quem dorme de meia é defunto.

Bom, tem uma porção de outras coisas tremendamente brochantes, tipo cueca folgada no melhor estilo fraldão geriátrico, camiseta da campanha do vereador Laurão da Combi, bafo de cebola, cecê... E as pérolas que uns e outros derramam quando abrem a boca, tipo “célebro”, então? Enfim…

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Curta e grossa


Hoje uma conhecida alugou (demais da conta!) meus ouvidos com uma conversa pra lá de manjada. Como acho que serve de exemplo para outras tontinhas, vou deixar registrada minha opinião.

Espremendo quase uma hora do papo tremendamente furado, eis o resumo da ópera:

“Já tem um tempinho que tô saindo com um carinha tudo de bom. Ele é lindo, fofo, educado e delicioso. O problema é que acho que ele mente pra mim. Me liga sempre pra saber como eu tô, o que ando fazendo, etc e tal, mas nunca tem tempo pra me ver. Ah, sei lá o que pensar!... Pior que tô gostando muito dele... Será que devo continuar insistindo? Será que ele mente mesmo? Que que cê acha?”

Peraí que vou catar o violino.

O que eu acho? Simples: ele mente. Homem todo bacaninha, mas que nunca aparece fisicamente, ou é um traste comprometido ou é uma assombração. Para as duas situações, meu conselho é o mesmo: vaza.

É cada uma que me aparece!... Tsc.

domingo, 22 de maio de 2011

Teimosia é dose!


Entre as várias razões que me levaram a cursar Direito, está minha aversão à injustiça. Principalmente quando a iniquidade atinge minha pobre pessoa. Odeio, abomino quando alguém diz que fiz algo que não fiz ou disse coisa que jamais saiu da minha boca. Pode até ser por uma bobagenzinha qualquer, mas meu sangue ferve.

Quem tem essa mania irritante é o teimosão do meu japa, que na falta de elementos para argumentar diante de alguma divergência, não me poupa de ouvir as repetitivas alegações:

- Você SEMPRE fala isso.

- Você SEMPRE faz isso.

Ok,ok. Então peço que ele me diga um único dia em que fiz ou falei tal coisa. Não adianta, lá vem:

- Ué, você SEMPRE fala isso!

Tenho vontade de subir pelas paredes.

Reconheço que também tenho uma cabeça um tantinho mais dura que o normal, mas sei que não sou inflexível. Não sinto a menor dificuldade em reconhecer uma mancada. Não sou nenhuma fofa, simplesmente acredito que levar adiante uma discussão vazia é tempo perdido.

Tem uma historinha, de autor desconhecido, que ilustra bem essa situação:


A mulher e o piolho

Sabe esses casais que brigam por qualquer coisinha? Pois é. Existe uma história muito popular sobre uma mulher que vivia arranjando briga com seu marido. E ele não deixava por menos. Qualquer provocação da mulher era motivo para muitas horas – ou mesmo dias – de discussão.

Numa dessas contendas, a mulher começou a xingar o marido e, entre outras coisas, o chamou de "piolhento".

O marido logo protestou:

 - Está vendo como você mente? Eu não tenho piolhos e nunca tive!

Mas ela insistia:

- Tem sim, que eu já vi. Tem piolho! Seu piolhento!

Ele começou a ficar impaciente, a impaciência virou raiva, a raiva ficou tão incontrolável que ele chegou a bater na mulher, mas ela continuava:

- Piolhento! Tem piolho sim! Piolho! Piolho!

Depois de um tempo ele perdeu completamente o bom-senso, amarrou a mulher com uma corda e foi descendo a corda para dentro do poço. Mas aí mesmo é que ela não parava de falar:

- Tem piolho sim! Piolho!

Ele continuou descendo a corda, até afundar totalmente a mulher na água do poço. Mesmo assim ela não parava. Quando já nem conseguia mais falar, porque a cabeça toda já estava submersa, ela pôs as mãos para fora da água, juntou as unhas dos polegares e, para espanto do marido, fez aquele gesto típico de quem esmaga um piolho. 


Pois é... Quando a teimosia é demais, mesmo que esteja no fundo do poço, a pessoa não abre mão. Fafavô, hein?!

terça-feira, 17 de maio de 2011

MUIÉ?! Fala sério!


Se tem uma coisa que me deixa mortificada é se referir a mim dizendo “a muié”. Tudo  bem que aqui mesmo já chamei o “faz tudo” de homi, mas isso está incorporado à função do sujeito: o homi que conserta fogão, o homi do encanamento, o homi do açougue e por aí vai. Só que MUIÉ é de amargar!

Estava eu conformadinha na fila do caixa do supermercado (junção de duas coisas que abomino: fazer compras e ficar na fila), quando a criança aboletada no carrinho da frente começou a mexer nas minhas mercadorias. A mãe do xereta, depois de um bom tempo, resolveu demonstrar rigor extremo na medida sócio-educativa:

- Fio, larga isso, senão a muié briga com você.

Tá. Muda eu estava antes, mais calada ainda fiquei depois dessa. Só queria ter um pincel atômico gigante, bem vermelhão, pra fazer um “X” naquela criatura, toda errada. E reforço que nem considerei que o equívoco mais grave foi ela não ter repreendido a criança logo de cara (o que até seria desnecessário, se alguém fornecesse ao pimpolho noções mínimas de boa educação antes de sair de casa) ou ter transferido a responsabilidade da punição ao pequeno delinquente para mim. O pior, mesmo-mesmo-meeeeesmo, foi ter me chamado de muié. MUIÉ, vê se pode!!!

Acompanhe meu raciocínio:

MUIÉ = VELHA

Se eu tivesse outra cara, seria “a moça”, não é não?!

(>_<)

As pessoas não se dão conta de que alguns termos, mesmo ditos de forma espontânea e en passantmuié chique!) podem ser ofensivos. Considerando que do ponto de vista científico tem-se como decisivo que a grande diferença entre humanos e animais irracionais é a capacidade de pensar e, por consequência, expressar o pensamento através da fala, acho que sempre vale a pena tentar melhorar o vocabulário para não ser inconveniente.

Bom... Brasileiro é chegado numa descontração, no jeitinho “informal” de ser. Então, não dá para complicar tanto. Melhor é encerrar esse papo com uma música tudinho a ver:



domingo, 8 de maio de 2011

Filhos... Tsc, tsc, tsc!


Tá legal, a data é pra lá de comercial, o povo quer mais é saber de encher o c...ofrinho de grana, mas que o dia é especial é. A gente sempre diz que não quer nada (mentira), que só um beijo tá bacaninha (mentira!!!), mas toda mãe espera alguma coisa nesta ocasião. E eu não tenho do que reclamar, meu Dia das Mães foi the best! Ganhei um presente lindo, flores maravilhosas, um almoço delicioso (que não precisei fazer!!! Não digo que o japa é mesmo do balacobaco?), enfim, foi bem legal.

Não sei se é assim com todo mundo, mas essa é uma época em que me passa um filminho pela cabeça. Aí me lembro de outros dias das mães, especialmente dos primeiros, quando recebia os presentinhos que meu filho fazia na escolinha. Nem preciso dizer que guardo todos eles, mas um, em especial, até hoje me toca bastante. Foi feito um livrinho, onde em cada página Andrezinho me mostrava como já estava grandão. Aos cinco anos, com essa carinha de safado...


... registrou coisinhas muito fofas a respeito de si mesmo:


Ah, não é pra babar ao olhar isso, mesmo depois de 21 anos?

Filho pequenininho é mesmo uma delícia, dá a maior saudade desse tempo. A grande verdade é que depois que os filhos crescem, a gente sente falta da proximidade, do controle absoluto da situação. Crescidos e donos de seus narizes, os sujeitinhos fazem as próprias escolhas e o máximo que a gente pode fazer é olhar. 

Por isso, se seu filho ainda é uma pequena fofurinha, aproveite bem, viu? Não demora nada e ele aparece na sua casa, num belo Dia das Mães, como hoje, por exemplo, pra te mostrar um dvd com imagens tipo essas aqui, ó:


Caraca, André!


Não tinha um curso...


um tantinho mais light...


pra fazer não, maledeto?! 


Taquelavida!


Vinícius tinha toda razão: “Filhos, melhor não tê-los. Mas se não os temos, como sabê-los?”. É isso.

Ainda em tempo, parabéns a todas as mães blogueiras e leitoras!