segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Ano novo, idade nova. Essa não!!!

Caramba, eis aí o destino, me pregando sempre as maiores peças. Encerro 2009 fazendo aniversário. Ano novo, idade nov... v... v... velha! Bom, pelo menos há um consolo: vai ter festa no mundo inteirinho! Nada de reveillon. Preparem o champagne, que o dia será de Tânia Meneghelli!

Reza a lenda familiar que meu nascimento foi bem peculiar. Ter um filho na noite do dia 31 de dezembro não é fácil, mesmo nos dias de hoje. Então, imagine como foi isso há... há... #@*&$% anos atrás.

Bem, voltando à minha saga, naquela época ninguém tinha carro na minha casa - olha aqui, antes que algum engraçadinho questione se o automóvel já havia sido inventado, aviso logo que sim, tá? E há muuuuuito tempo! - então foi necessário encontrar um taxi. Faltando pouco pra chegada do ano novo, isso foi uma complicação daquelas. Chamaram um taxi e nada do homem aparecer. Sufoco danado, conseguiram encontrar outro, que chegou juntinho com o que haviam chamado primeiro. Resultado: um belo bate-boca. E minha mãe se contorcendo de dor. Tudo resolvido, corre pro hospital.

Meia-noite chegando, chegando... E o pessoal do hospital botando a maior pressão, porque a primeira criança que nascesse ganharia um montão de coisas. Foi exatamente nesse instante que o espírito de porco baixou em mim (não me largando nunca mais!) e nasci às 23h55m. Coisa de pobre isso, né? Fazer o quê?! Além de não ganhar necas de pitibiribas, por causa de cinco minutinhos ainda sou obrigada a carregar eternamente o fardo de ter nascido na década de... de... Tsc!... Isso já está me dando nos nervos! Por que é que não bato a cabeça na quina da mesa agora mesmo e fico com amnésia? Bom, querendo ou não, logo logo esqueço isso de uma vez. O loirão abusado (Alzheimer) certamente vai se lembrar de mim.

Então, cá estou. Agora virei ONA. Quando a gente já tá meio passadinha é assim, sabe? Tudo é ONA. BonitONA, inteirONA, amigONA... VELHONA!!! Ai, mas que raiva me dá desse ONA! Deixa estar, que não me rendo fácil não. Maracujá de gaveta é que não viro. Não quero nem saber, na hora "h" não pouparei esforços, nem me renderei às críticas. Vou é me transformar numa bela de uma esticadONA!

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Bem, esta foi minha última postagem do ano. E além de agradecer imensamente a todos que estiveram aqui me apoiando com suas visitas e comentários, quero deixar registrada também minha enorme admiração por um amigo muito querido, que me tornou mais feliz com sua companhia durante 2009. Ainda não o conheço pessoalmente e nem sei se um dia a gente vai se esbarrar por aí, mas isso não importa.

Fundamental é saber que por trás da telinha há um ser humano de coração gigante, alguém que mesmo tendo passado por momentos complicadíssimos nos últimos tempos, jamais deixou de ser atencioso e presente. Ao longo deste ano, apreensiva, acompanhei a dolorosa luta que ele enfrentou contra a leucemia. Foram meses de muita dor e dúvidas, que finalmente resultaram num bem sucedido transplante de medula.

Como um cara admirável que é, no meio dessa confusão toda e se esforçando pra continuar vivo, ele me surpreendeu muitas vezes, encontrando disposição pra se comunicar comigo, me contando detalhes do seu tratamento, falando da sua rotina, dos seus medos e planos, enfim, sendo bem transparente. Ao mesmo tempo foi também muito solidário, me ajudando a entender um montão de coisas e vibrando comigo em relação a tantas outras.

Há poucos dias atrás ele me emocionou com um e-mail lindo, onde agradece pela força que acredita que eu tenha oferecido a ele durante este ano. Me admirou vê-lo considerando que, a meu modo, contribuí pra sua recuperação. Ele é um distraído, isso sim. Não percebeu que quem ganhou tanto com tudo isso, fui eu. Ganhei um amigo novinho em folha, mais forte, mais feliz e vencedor. Ganhei, acima de tudo, a alegria de me sentir valorizada por alguém muito sensível, que não estabelece limites entre a virtualidade e o mundo real, entendendo que pessoas não podem ser desligadas junto com o computador. É bom demais quando alguém dá essa importância toda pra gente, não é não? Simplesmente não há palavras que possam expressar minha gratidão.

O que me resta é apenas desejar que 2010 seja fantástico pra todos nós, que nos reserve surpresas ainda mais legais e que venha cheio de esperança.


Um grande beijo pra todo mundo!



sábado, 26 de dezembro de 2009

The day after... Num guento mais ver panetone!

Ufa!...Primeira fase de festas superada. Agora o jeito é encarar cardápio internacional, até Deus sabe quando. Aqui tô podendo escolher entre comida francesa (restodonté) ou oriental (soborô). Chique! Panetone, dia e noite. Pernil? No café da manhã, almoço, lanchinho da tarde, jantar e, se bobear, até naquela providencial boquinha antes de deitar. O tender, coitado, já esturricou. É de lascar!



O pior são as calorias. A suadeira do ano inteirinho vai por água abaixo num dia só. Sai já do meu culote rabanada! Sai de mim, sai, sai saaaaaaaaaaaaaaiiiiiiii!!!!!!!!


O problema é que nessa época, alguns dias antes das festas propriamente ditas, tem uma porção de outras festinhas pra ir. É confraternização com amigos, comemoração no trabalho, enfim, a gente come, come, come e nunca mais para de comer. Aí fico achando que o miserê deve estar impregnado no meu ser, porque já tô morrendo de saudade do arroz e feijão de todo dia.


Bom, mas valeu. É até feio reclamar de comer demais, quando há tanta gente por aí que não conta nem com o básico em dia nenhum. Muito triste isso, de verdade.


Embora eu tenha minhas reservas quanto a essa época do ano, passei por dias bem animados e, pra variar, meio atrapalhados também. Primeiro foram as compras, nem preciso dizer o saco que foi transitar por lojas tão lotadas. Uma das coisas que mais odeio comprar (que me perdoem os bacaninhas de plantão) é brinquedo. Também não preciso dizer exatamente porque, né? Tá, dou uma dica: CRIANÇAS POR TODA PARTE!!! Olha, tudo bem que numa loja de brinquedos o público-alvo seja a molecada, obviamente. Mas vamos combinar que os fedelhos são espaçosos. Gritam, pulam, correm, mexem em todo canto. Imagine como é que fica a cabeça do cristão ao som de tanto berro, potencializado por outros barulhinhos adicionais: UIIIUIIIUIIIIIIIIII (sirene de carrinho de bombeiro...), TARRATATATARRAAAAAAAAAA (rajadinha de metralhadora...), UNHÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉ (chorinho de boneco bebê!) e por aí vai...


Ok, é Natal, vamos em frente... Tento encontrar algo bacana pra presentear dois sobrinhos. Um problemão, os moleques têm de tudo! Fora que a criançada de hoje, com a cara na frente do computador o tempo todo, não me parece curtir brinquedos convencionais. Dureza, mas, de repente, dou de cara com um treco que achei legal: helicóptero com controle remoto. Uma réplica perfeitinha do helicóptero verdadeiro, mil luzes acendendo, hélices poderosas e voando de verdade. Pronto, achei. Hora de enfrentar o segundo problema: tratavam-se de dois irmãos, então seria necessário que os brinquedos fossem iguais, mas com cores diferentes. Procurei, procurei e, finalmente, achei um diferente do outro. Como etapa final da peregrinação, encarei a fila quilométrica do caixa. Saco, a loja, muito movimentada, não estava fazendo pacotes de presente. Toca levar papel pra embrulhar em casa. Pouca variedade de temas, um sufoco achar papéis que não ofendessem a maturidade (e masculinidade) dos meninos. Tudo certo, lá fui eu fazer os pacotes. Caraca, acredita que ficou faltando 1 cm pra cobrir a caixa toda? 1 cm!!! Taquelavida, precisei usar a imaginação e fazer um remendo. Até que ficou legal. Bom, tanta complicação certamente valeria a pena. Os brinquedos eram geniais, estava convicta de que ia arrebentar a boca do balão.


Jingle bell, Jingle bell... Eba! Chegou a hora de dar os presentes pros meninos. Ah, tava doida pra ver a carinha deles! Se meu filho, um galalau de 25 anos, adorou as engenhocas, é claro que eles gostariam também! Uhuuuuu!... Até que enfim dei uma dentro! Entrego os pacotes e...


- Tia, a gente já tem helicóptero de controle remoto...


Ah, quer saber? Cheeeeeeeeeeeeega! Dá licença, que vou lá comer mais um bocadinho de panetone mofado, tá? Fui!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Ninguém leva o bom velhinho no bico não!


Como já contei na postagem anterior, não sou muito chegada às festas de final de ano. Reafirmo que adoro a decoração, as guloseimas, enfim, pra mim isso tudo é exclusivamente forma, mas conteúdo, não.

Sou meio teimosona com essas coisas, sabe? Não me apego a datas específicas pra nada. Presentes, acho legal dar e receber quando não se espera. Já ser uma pessoa de bom caráter, penso que é o que se espera o tempo todo. De nada adianta passar o ano inteirinho sendo maledicente, egoísta, interesseiro, enfim, desrespeitando Deus e o mundo, pra posar de bonzinho só no Natal. E dá-lhe belas mensagens nos sites de relacionamento, recadinhos enfeitados, citações angelicais. Pode até parecer que sim, mas de besta o bom velhinho não tem nadinha! E não convém abusar, porque o homem vive de saco cheio. Hipocrisia por toda parte é dureza de aguentar!
 
E tem jeito de abstrair? Não. Um simples choppinho por aí se torna uma viagem ao inferno. Tudo lotadérrimo, gente se acotovelando pra todo canto, atendimento previsivelmente demorado. Aliás, eu gostaria muito de saber de onde é que sai tanta gente nessa época. Se você for viajar, encontrará a estrada congestionada, com filas quilométricas nas praças de pedágio. Chegando ao seu destino, seja onde for, também já estará entopetado de gente. Pra pegar um lugarzinho na praia, por exemplo, é necessário madrugar. Não querer encarar essas complicações e preferir ficar sossegadinho no seu pedaço também não é uma boa opção. No supermercado, tudo entupido. Filas enormes no açougue, na peixaria, nos laticínios, na padaria, nos caixas... Haja paciência. Shopping, então, nem pensar! Vaga no estacionamento? Vá sonhando! Fila até pra pegar a escada rolante. Pense bem, há alguma lógica nisso? Como é que a população se multiplica tanto nesses dias? Afinal, onde é que essa turma toda estava entocada, meu Deus?
 
Mas o pior, mesmo, é a boa e velha hipocrisia. Gente que não suporta nem sentir o cheiro do outro, se beija e se abraça. Resolver a pendenga de uma vez e se relacionar melhor, de verdade? Nem pensar, pra quê? O protocolo exige apenas os cumprimentos de praxe. Porque é Natal. Pessoas que não cumpriram promessas feitas e nem mesmo as próprias obrigações, fingem-se de desavisadas, surgindo leves e faceiras, só no embalo da festa. Oras, deixa pra lá, é Natal. Tudo é permitido e tolerado, porque é Natal.

Mesmo diante disso tudo, ainda deposito todas as minhas fichas na renovação que esta época é capaz de proporcionar. Acredito de verdade que a atmosfera envolvente da ocasião tenha o poder de amolecer os corações mais endurecidos, de criar uma consciência mais plena do que significa viver com integridade. Basta, apenas, que as pessoas realmente estejam interessadas em dar de si, o tempo todo (não só no Natal), exatamente o que gostam e merecem receber. É como tão bem Luis Fernando Veríssimo colocou: "As pessoas só se definem no seu relacionamento com outras. Ninguém é o que pensa que é, muito menos o que diz que é... Ou seja, ninguém é nada sozinho. Somos o nosso comportamento com o outro". Este sim é o verdadeiro significado do Natal.

Bom, fico por aqui, desejando a todos um Natal bem bacana, cheio de paz e muita reflexão.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Presentes... Que martírio!

Preciso confessar que esta época do ano é um tormento pra mim. Calma aí, não sou nenhum Grinch. Adoro ver filmes de Natal, curto a decoração, me empanturro de panetone... Mas o que me incomoda, de verdade, são as atitudes obrigatórias, convencionalmente impostas nessa ocasião. E ainda pior que ouvir "boas festas" só da boca pra fora, vindo muitas vezes de quem sequer se lembra da sua existência durante o ano todo, é ter que dar conta da listinha formal de presentes que não podem faltar. 



Presente pode se tornar uma dor de cabeça daquelas, dependendo de quem vai receber. Não é fácil agradar a gregos e troianos, especialmente quando o que conta não é a intenção, mas sim o valor material que a coisa tem.



Anteontem li, estarrecida, a seguinte notinha da coluna social da Folha de São Paulo:


A lista de Carrasco

Quer saber o que artistas famosos deram de presente de aniversário para Walcyr Carrasco, autor da novela "Caras e Bocas"? Está tudo na página dele no Twitter. "Flávia Alessandra e Otaviano me deram um bolsa masculina incrível Louis Vuitton e o Malvino (Salvador) um super vinho! Camisa Zegna (Ermenegildo Zegna) linda da Débora Evelyn, Champagne Cristal da Beth Mendes (uau!), jaqueta Armani do Marcos Pasquim". Reclamação: "O Luigi Baricelli não me deu presente! E foi na festa!".



Sorte a minha que não sou amiga do Walcyr e não fui convidada pra festa dele. Fico só imaginando o que ele diria quando recebesse a clássica camisa polo comprada nas Casas Pernambucanas que eu lhe daria. Daquelas que antes de colocar no pacote você corta o preço com a tesoura e deixa o resto da etiqueta pendurada pra poder trocar se for preciso. E ainda recomenda a quem ganhou que aguente a pinicação e só arranque a etiqueta depois de experimentar.



Outro dia uma amiga minha se viu sufocada numa saia justíssima, por causa do alto nível de exigência de uma pessoa. Estava reunida com um pessoal, quando resolveram fazer o sorteio para o amigo secreto. Uma das participantes, de imediato, alertou: "Já vou avisando que não quero presente porcaria! Quem me tirar vai ter que caprichar muito. Olha lá, hein?!". Suor frio geral e começa o sorteio. A exigente tirou o primeiro papel. Minha amiga tirou o segundo e... Socorro, pegou justo a chatinha! Incauta até não poder mais, imediatamente devolveu o papel, dizendo que tirou a si mesma. Um berro ecoou no ambiente:




- MENTIRA! Quem tirou você fui eu!!!



- Ai!... É que... ba... bi... pa... ti... mo...




Pois é. Diante dessa, só mesmo gaguejando até perder a fala e ficar muda pro resto da vida.



Bom, sei lá se sou um ET, mas sempre acreditei que presente é uma delícia de dar e receber, não importando nadinha o valor da coisa. Caramba, inúmeras vezes ganhei coisas que não usaria jamais e não vi o menor problema nisso. Não peço pra trocar, não reclamo, enfim, agradeço sinceramente e passo adiante em outra oportunidade, se for o caso. O que não serve pra mim, certamente há de servir pra alguém. Penso que só o fato de ser lembrada já é uma maravilha. Presente se dá por consideração, não por obrigação. Se estou precisando de algo, trabalho, ganho meu próprio dinheiro, vou lá e compro. Ninguém tem o dever de satisfazer as necessidades materiais do outro, a não ser, é óbvio, que seja o provedor da pessoa.




Enfim, cada um é cada um e faz o que bem entender. Mas eu, com toda certeza, sempre vou preferir trocar gestos forçados por sinceridade. Nem que ela venha na forma de um simples abraço, que supostamente não custa nada, mas, quando verdadeiro e caloroso, não tem preço.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Onde NÃO deixar seu bichinho nas férias

Sei lá onde você vai deixar seu bichinho se for viajar nas férias. Mas sei onde NÃO deve deixar: aqui na minha casa. Quem avisa, amigo é. 


Meu marido, apesar de adorar pets de toda espécie, tornou-se inimigo público número 1 da bicharada, uma prova viva de que excesso de zelo pode ser o tiro de misericórdia.


Mas antes de falar sobre a proeza mais recente do rapaz, preciso demonstrar seu poder de fogo. Há uns anos atrás o André, meu filho, ganhou um peixinho no aniversário. Um Beta azul, lindão, com guelras que até pareciam plumas. Alguns dias depois, o peixe começou a ficar esquisito. Meio parado demais, com umas pintinhas brancas... Pesquisando, vi que tratava-se de fungo. 


Fico agoniada quando vejo um bichinho sofrendo, então fui atrás de algum tratamento, mesmo sob protestos generalizados. Todo mundo achava um absurdo perder tempo, afinal era só um peixe barato. Mesmo assim insisti. A essa altura o peixe já estava até meio de lado, péssimo, coitadinho. Mas ao invés de desanimar, isso aguçou meu desejo de curar o bicho. Comprei o fungicida recomendado e segui à risca todas as orientações que recebi. Aquário limpinho, temperatura e pH da água controladíssimos, gotinhas meticulosas do remédio nos horários certos e ambiente escuro. Maior trabalheira durante uma semana e, finalmente, lá estava o peixinho, todo pimpão de novo, maravilhoso como antes, cheio de energia. Estávamos no inverno e, por isso, meu marido cismou que o peixe estava com frio. 


- Tá frio pra caramba, melhor esquentar mais essa água! 


 - Não, tá bom assim. A temperatura ideal pra ele é de 27ºC. 


 - Não sei não, parece que ele tá com frio... Não é melhor colocar ma... 


 - NÃO! Deixa como está, tá bom desse jeito, é assim mesmo! 


Bom, tudo entendido, certo? Ô!... Algumas horas se passaram e quando fui colocar a comida pro bicho, vi o cadaverzinho boiando. A água só faltou entrar em ponto de ebulição por causa do segundo aquecedor que o sabichão colocou no aquário. Cozinhou o peixe, dá pra acreditar? Ah, maledeto!...

Mas hoje ele se superou. Achou que devia dar uma ligeira aparadinha nos pelos das nossas duas rottweilers, que tiveram a infelicidade de nascer bastante fora do padrão da raça. Ambas realmente têm pelos compridos e eventualmente necessitam de uma bela tosadinha profissional. Maquininha de aparar pelos em mãos, ele informou: - Só vou tirar um pouquinho do pelo da cara delas, tá?

Me deu um frio na espinha, mas fazer o quê? Tá, né?! Passa um tempinho e lá vem a Suki. Quase careca e com as orelhas peludas... Ficou a cara do Bozo, meu Deus! 


Outro tempinho e chega a Nina, que é ainda mais peluda que a Suki. Pra não errar com ela, já que reclamei do visual da outra, o doido achou que capricharia mais se tirasse os pelos da cabeça toda. A coitada agora está com uma cabecinha grudada num corpão. Só dá pra acreditar que é de verdade porque se mexe e, na sua ingenuidade canina, ainda balança o rabinho de alegria, judiação. Uma máquina de tosa nas mãos desse homem se transforma num fuzil AR-15!

O pior é que ainda acha que o serviço ficou ótimo. Diante do meu desconsolo, me tranquilizou: - Espera só o André chegar e pergunta pra ele se tem alguma coisa diferente nas cachorras. Ele nem vai reparar, você vai ver! O André acabou de chegar. E logo de cara mandou um "QUEM FEZ ISSO NA NINA???", se esborrachando de rir em seguida. Preciso dizer mais alguma coisa?!?...
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16/12/2009


Atendendo a pedidos, eis aí a foto da obra de arte que o expert em tosa aprontou na pobre Nina...

Pena que o ângulo não dê a dimensão exata da desproporção que está a cabecinha para o resto do corpão. Mesmo assim, volto a perguntar: depois dessa, preciso dizer mais alguma coisa?!?

domingo, 13 de dezembro de 2009

Uma velhinha que não sossega!

Agora no final do ano, sem mais nem menos, me deu um estalo e resolvi que queria voltar aos bancos escolares. Fiquei a fim de me aventurar numa nova profissão. Sem titubear e também sem nenhum preparo, a velhota aqui se inscreveu pra dois vestibulares. O curso escolhido: Direito. De repente, me deu vontade de conhecer profundamente as leis e, muito especialmente, meus próprios direitos. Cansei de tomar chapéu como consumidora e de ser desrespeitada em situações corriqueiras, então achei que seria legal entender melhor desse babado.




É engraçado como o tempo vai trazendo tranquilidade pra gente... Há poucos anos atrás eu tremia só de me imaginar no meio da garotada, deslocada e, talvez, ridicularizada até. Me dava a maior aflição a certeza de ficar horas sentadinha ali, ouvindo professores e aquele blablablá todo, me programando pra fazer trabalhos, estudando pras provas. Mas agora, depois de um tempão sem contato com essas coisas, me senti bem demais fazendo os vestibulares. Foi como se eu nunca tivesse me afastado das aulas, tive a nítida sensação de que estava sim no lugar certo e que aquela era mesmo a hora exata.



Sem compromisso com nada, nem com ninguém, desencanei geral e resolvi que não ia estudar. Fiz um pacto comigo mesma e achei que o legal seria encarar o desafio de rever só na hora questões com as quais eu já não tinha contato há mais de 30 anos, quando terminei o ensino médio. Lógico que a possibilidade de não ser aprovada me deixou um tantinho apreensiva, afinal já conquistei o respeito que gostaria dentro da minha área, me sinto totalmente segura fazendo meu trabalho. Mas na minha cabeça só passava uma coisa: dane-se!



Caneta, lápis e borracha em mãos, lá fui eu fazer as provas. Dia de vestibular é uma loucura, a entrada das universidades se transforma numa confusão só, eu já nem me lembrava mais disso. A primeira coisa que precisa ser vencida é o povão entregando planfletos de toda espécie: propaganda de cursinhos, transportes, repúblicas, papelarias e sei lá mais o quê. Aí pensei: caramba, ninguém vai me entregar nada, vão achar que a véia gagá aqui é professora, funcionária da universidade, dona da cantina, inspetora, faxineira, enfim, qualquer coisa, menos vestibulanda, né?! Que nada! Na hora sobra pra todo mundo, então quando cheguei à sala que iria fazer a prova, tinha papelzinho atá na orelha!

Legal, fiquei aliviadíssima por ser reconhecida como vestibulanda. Na entrada da sala, então, rejuvenesci 20 anos quando o garotão que conferiu minha identificação indicou: "Tânia, VOCÊ vai se sentar na carteira 73, tá?". Puxa vida, ele não me chamou de senhora! Ahaaaá, não tô tão mal de "visu"!... O castelo de areia foi desfeito num instantinho, bastou apenas a gatinha aqui precisar colocar os óculos pra conseguir enxergar o número da carteira. Numa colaboração imediata e totalmente dispensável, o mesmo garotão da porta alertou, em milhões de decibéis: "Tânia, o 73 está na penúltima fileira!". Xiu! Xiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiuuuuuu!!!!!!! Eu encontro, seu miserável!



Devidamente sentadinha, entrei no climão do pessoal. Maior tensão até que as provas fossem distribuídas. Finalmente lá vem a "marvada". Alívio, nos dois vestibulares tudo começou com o bom e velho português, que por força da profissão e também por gosto pessoal, domino com relativa tranquilidade. Nessa última prova, porém, balancei bastante. As questões de todas disciplinas tinham enunciados enormes e alternativas cheias de pegadinhas, fiquei bem confusa. Mas entrei em parafuso, mesmo, quando olhei as questões de física e da tenebrosa matemática. Aquilo, pra mim, era aramaico. Eu simplesmente não sabia nada. Nada, nada, NAAAAAADA!!! Mas era um nada tão coisa nenhuma, que eu não conseguia sequer chutar. Aí me lembrei da dica do meu filho: se eu não soubesse resolver, o melhor seria repetir sempre a mesma letra no gabarito, evitando, assim, errar todas. Mandei bala e coloquei tudo "c". Nem lia mais, era "c" e pronto. Mesmo desencanada com a coisa toda, saí das duas provas com a cabeça explodindo e ansiosa pelo resultado.



No primeiro vestibular tive um rendimento razoável, que já me deixou bastante satisfeita. No segundo, numa universidade mais concorrida e com uma prova mais complicada, me surpreendi bastante comigo mesma. Acertei todas as questões de português, literatura, geografia e história. TODAS! Na de física, foi por um triz. Biologia e química, idem. E a matemática, aquela maldita? Hum... Consegui errar tudinho, zerei total! Burra e azarada, ainda por cima. Também, nunca vi maior economia de "c"!



Muita gente há de discordar, mas cheguei à conclusão que saber a tabuada (com ajuda dos dedos da mão, claro) é suficiente pra uma pessoa sobreviver. Como é que um cérebro normal pode se lembrar (ou simplesmente ter compreendido algum dia) do Teorema de Banach-Schauder, por exemplo? Ou da demonstração de Furstenberg sobre a infinitude dos números primos? Ah, vai te catar!



Então, é isso. Encerro 2009 com essa experiência gostosa, revivendo um tempo que eu já dava por encerrado na minha vida. E o mais importante: começo 2010 como universitária de novo... Fui aprovada nos dois vestibulares! U-huuuu!... Peraí que já já vai ter velhinha na sala de aula!

domingo, 29 de novembro de 2009

Tomei bronca!!!


Recebi algumas críticas por causa de duas postagens que fiz recentemente e resolvi falar sobre isso.

Numa delas, feita em 19 de outubro (Não sou tão chata assim, vai!), uma amiga não registrou seu comentário no blog, mas falou a respeito do assunto pessoalmente comigo. Disse que me desconheceu ao ler minha opinião sobre a menina que se apresentou no programa da Eliana. Ficou chocada quando afirmei que achei a menina feia, sem noção e totalmente desprovida de talento, afinal, trata-se de uma criança. "Como se sentiria a mãe da menina ao ler isso?", questionou ela.

Respeito essa opinião e peço perdão pela acidez, mas mantenho meu ponto de vista. Vivemos tempos de banalização da cultura em detrimento da ânsia pela fama e por dinheiro fácil. Uma bunda gostosa é passaporte garantido para que se tenha destaque na mídia. Vozes sem o menor potencial são afinadas através de programas de computador, que transformam cantores medíocres (pra não dizer inviáveis) em recordistas de vendas. E é pra esse meio - que chega a ser promíscuo pelo desejo ilimitado de aparecer - que pais ambiciosos empurram suas crianças. O risco até valeria a pena, caso houvesse algo realmente interessante a ser exibido. Um talento verdadeiro necessita de reconhecimento e é digno de ser apreciado, sem dúvida. A despeito dos cruéis padrões de estética, recentemente Susan Boyle e Paul Potts provaram isso para o mundo, através do Britains Got Talent.

Mas, repito, não era o caso da criança em questão. Fora o fato de ser bem feiosinha mesmo (ok, isso não tem rigorosamente nada a ver, admito), a menina era totalmente sem graça e não mostrou nada de relevante, inclusive piorando bastante a piada que já era péssima, com seu desempenho sofrível. Mas recebeu a premiação máxima de jurados visivelmente constrangidos, simplesmente porque tratava-se de uma criança. É óbvio que colocar a menina na parede e lhe dizer umas verdades seria impraticável, por não ser confortável pra quem teria essa dura missão (e também pra quem assistia) e, principalmente porque a própria menina ainda não tem o discernimento necessário pra aguentar o tranco. Então, cabia justamente a quem evitar o triste espetáculo? Imagino que essa deveria ser a função da mãe, aquela que supostamente ficaria chateada ao ler minha postagem. Uma coisa é permitir gracinhas no meio da sala da própria casa, para admiração da vovó, da titia, do papai... Outra muito diferente é expor uma criança sem talento algum à opinião pública, com o intuito de fazê-la aparecer e ganhar uns trocados. 

Odeio a política de "passar a mão na cabeça", assim como também condeno quem se aproveita da fragilidade alheia. É isso.

A outra crítica veio através de um comentário postado ontem, anonimamente, a respeito do recente tópico "Tem gente que adora brincar com a sorte". Veja o que foi dito:

"Quem disse que pobre não tem o direito de namorar também? Não ter dinheiro no bolso e não saber falar direito não é pecado, no Brasil a maior parte do povo é assim. Quem muito escolhe acaba ficando só."

Começo tentando entender o porquê do anonimato. Pra mim, a falta de identificação já sinaliza pouca convicção no que foi colocado.

Como pode ser percebido, este blog não tem nenhuma restrição em relação a comentários. Não há moderação e, portanto, automaticamente aceito toda e qualquer opinião, venha de quem vier, me reservando apenas o justo direito de responder ao que for dito pelos leitores (antes de tomar mais paulada, aviso logo que não tenho nada contra o sistema de moderação, tá?).

Já afirmei muitas vezes que não me considero dona da verdade e até me acho uma coió de mola em certas questões, mas uso e abuso deste espaço, que criei sem outra pretensão, a não ser a de apenas expor minhas próprias ideias, sejam elas apoiadas ou não. E faço isso de cara limpa, sem o menor receio de defender meus pontos de vista e de me redimir também, caso seja necessário.

Mas me deixa comentar as pérolas, enviadas sabe-se lá por quem...

Quem disse que pobre não tem o direito de namorar também?

Sei lá quem disse. Só sei que eu é que não fui. Basta reler com muita calma o que escrevi, já que o conceito é demasiadamente "complexo". Veja:

"Tá legal, mesmo com poucos recursos todo mundo merece ser feliz e pode se relacionar com quem bem entender. Também não acho que o êxito de uma união esteja vinculado a aspectos sociais e financeiros, afinal tem muito riquinho por aí que não vale um dente de alho."

Não ter dinheiro no bolso e não saber falar direito não é pecado...

Bom, não ter dinheiro no bolso é um tremendo azar, isso sim. Já não saber falar direito, dependendo de quem se trata, é pecado sim e merece a fogueira do inferno pela eternidade e mais algumas horinhas. Expressões regionais fazem parte da cultura popular e as considero perfeitamente admissíveis, além de muito curiosas. Da mesma forma, pessoas que não tiveram acesso mínimo à formação acadêmica por falta de oportunidade, também perdôo. Mas sou implacável com qualquer um que não fala direito por puro desinteresse. Vai me dizer que um fulano que usa a Internet pra ficar "azarando" mulher não pode dispor de um tempinho pra melhorar o próprio vocabulário? As informações estão todas na frente do preguiçoso, basta clicar e aprender. E isso vale pras caçadoras analfabetinhas também. O mínimo que um ser humano decente pode fazer, na minha opinião, é saber se comunicar no próprio idioma, não é não?!?

...no Brasil a maior parte do povo é assim.

Que constatação triste, meu Deus! É péssimo reconhecer que a afirmação não está nada distante da verdade. Pior que isso, só mesmo ver alguém achando que ignorância é uma coisa aceitável. Se nivelar no que existe de mais raso e se conformar com isso é simplesmente lamentável.

Quem muito escolhe acaba ficando só.

Vamos a um exemplo prático. Há duas maçãs na sua frente. Uma está bichada e com um pedaço faltando. A outra está vermelhinha e inteirona. Qual delas você pega? Agora vamos piorar a situação: as duas maçãs estão bichadas e em estado ruim. Você fica com qualquer uma só porque não há outra à sua disposição? Ou prefere procurar por outras, mais adequadas ao seu nível de exigência, ainda que não as encontre de imediato? Bom, não sei os outros, mas se for pra mastigar bicho, prefiro ficar sem comer maçã nenhuma. Com pessoas, acho que isso também é assim. Só que, ao contrário das maçãs, que ficam comprometidas naturalmente e de forma irreversível, tem gente que não melhora só porque não quer. Conheço centenas de casos de pessoas que não puderam contar com muitos recursos e se tornaram vencedoras por esforço próprio (esse é meu caso, inclusive). Por isso, reafirmo que quem deseja o melhor pra si e prefere não complicar a vida, não deve aceitar menos do que merece, apenas pra não correr o risco de ficar só. Investir (e insistir) numa relação onde a outra pessoa não está disponível sequer pra se comunicar, como foi o caso relatado na postagem, me parece uma insanidade. Invariavelmente, porém, esta é apenas uma questão de escolha, cada um que faça a sua. E que não se lamente depois.

Bom, é isso aí. Até a próxima!

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Tem gente que adora brincar com a sorte!


Mas tem cada e-mail que recebo!... Bom, deixa tirar a bola de cristal do armário pra desvendar esse mistério aqui, ó:

"Tânia, estou numa tristeza! Meu problema é o seguinte: eu estava me comunicando por e-mail e telefone com um cara de Recife que conheci pelo Orkut. Achei ele incrível e tudo mais, porém ele sempre alegava falta de grana para viajar e até para telefonar. Isto e o fato de ele às vezes não atender o telefone me enervou, então eu escrevi alguns e-mails bem irônicos, e ele, que sempre foi tão gentil, respondeu grosseiramente. Mesmo achando que ele podia ter levado na esportiva, porque vejo tanta gente escrevendo coisas engraçadas, achei melhor pedir desculpas, mas até agora nada. O que devo concluir? Que está tudo acabado?"

Pensando melhor, vou guardar a bola de cristal e pegar o pente. Essa dúvida é pequena, mas bem cabeludinha. E juro que tentarei ser bem legal, afinal a moça está sofrendo e... Ah, quer saber? Hoje tô na TPM e se eu não escrachar alguém terei um faniquito!

Minha filha, você não está com UM problema... Você está com vários! Começando pela triste mania que muitas mulheres têm de brincar com a sorte. Caraca, se o cara diz com todas as letras e pingos que não tem grana nem pra telefonar, o que você espera? Faça um mínimo esforço de projeção e imagine o futuro que você mesma supostamente está escolhendo pra si. Por acaso tem vocação pra "mindinga"? Vai se contentar em viver à base de "chalchicha e mortandela"? Acha que a vida é só amor e uma cabana, entopetada de filhos? E dá-lhe Uélitu, Uóchintu, Creito... Tudo pra no fim perceber que tomou uma "tauba" do destino e, no auge do desespero, se meter no mundo dos "tóchico". Faça-me um favor, né?!

Tá legal, mesmo com poucos recursos todo mundo merece ser feliz e pode se relacionar com quem bem entender. Também não acho que o êxito de uma união esteja vinculado a aspectos sociais e financeiros, afinal tem muito riquinho por aí que não vale um dente de alho. Mas quem é que não quer o melhor pra si mesmo? Caramba, é sempre uma questão de escolha! Aproveite que a coisa nem esquentou entre vocês e mude já o rumo da sua história.
Aliás, se o sujeito nem sempre atendia aos seus telefonemas, já sinalizou que vocês têm interesses bem desnivelados, não acha? Taquelavida, fico doida com isso! Quer saber se o outro está tão a fim quanto você? É simples, inverta a situação. Em algum momento você deixaria de atender a uma ligação dele? Ainda que estivesse ocupadíssima, não diria, ao menos, que conversaria melhor depois? Se agiria assim, por que insiste em não entender o que ele tão claramente lhe transmite com o silêncio? Ok, trata-se de um bundão, não há a menor dúvida. Porque não custa nadinha o fulano dizer de uma vez qual é a dele e, se não está a fim, colocar um ponto final no negócio. Mas tem gente que é assim, querida... Não tem culhão pra enfrentar o babado e prefere enrolar, ficar na moita. Não diz nem que sim, nem que não, porque vai saber quando você terá alguma utilidade... Bom, saldo até o momento: pobre e tranqueira.

Agora, essa de achar que porque todo mundo escreve coisas "engraçadas" por aí o infeliz tinha que engolir o desaforo numa boa, é dose, né? Primeiro porque é uma questão de bom senso. Até palavrão não faz mal algum, quando dito do jeito certo e na hora certa. Não sei o que você quis dizer com "e-mails bem irônicos", mas imagino que tenha carregado na tinta, já que fez o belo adormecido acordar rapidinho e com a língua afiada. Depois, quando diz que ele te "enervou", assume que não estava encarando essa ausência como algo divertido. Então, por que não tratar o assunto com a seriedade que você gostaria de ser tratada também? É a velha história, quem fala o que quer, ouve o que não quer...

Enfim, acho incrível como tem gente que adora uma boa confusão. Não pode ver um problema que já corre atrás dele, parece até que não quer ser feliz. Quer resolver já essa pendenga? Moleza: tenha um tantinho mais de noção, mande esse infeliz ir catar coquinho e arrume um homem que preste.

É isso aí, pronto, falei. Ai, ai... Mas, o que é TPM mesmo?

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Mudando de alhos pra bugalhos, meu dia foi suavizado ao receber este selinho da amiga Pati Araujo, a blogueira mais fofa que conheço. Olha que graça:

Bom, neste Natal, basicamente, eu quero é muita paz. Acho que quando a gente está em paz, todo o resto acontece naturalmente e é maravilhoso!

Valeu, Pati! Obrigada por mais esse carinho, viu?

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Amizade com ex é possível?


Ontem, num papo com meu filho, surgiu a seguinte questão: é possível se tornar amigo de ex? Nem precisei pensar muito pra chegar a uma conclusão. Oras, mas é claro que... depende. Pode ser que sim, pode ser que não... Talvez, quem sabe? Tá certo, trata-se de uma conclusão um tanto quanto inconclusiva da minha parte, mas explico melhor. Se ainda houver disposição e bem querer entre ambos, acho perfeitamente viável (e muito interessante) se transformar em amigo de ex.

É importante observar, no entanto, que uma amizade, pra ser verdadeira, exige o cumprimento de alguns requisitos básicos. Porque a gente pode se tornar ex-mulher, ex-namorada, ex-amante, ex-ficante, mas não dá pra se transformar em ex-amiga.

Ser amigo significa estar inserido num grupo muito seleto de pessoas com as quais o outro convive. É estar no mesmo patamar de pessoas que nunca se tornarão ex, haja o que houver. Não existe ex-pai, ex-mãe, ex-filho, por exemplo. Nem mesmo a morte modifica isso.

Ser amigo, mesmo, implica em conseguir superar divergências, sabendo que não se resolve perrengues com um simples pé na bunda. Quem acha que, de repente, pode se tornar ex-amigo é porque jamais foi amigo algum dia, apenas impôs ao outro uma realidade fraudulenta. E vamos combinar que ninguém merece isso, né?

É aí que está a condicionalidade de se tornar ou não amigo de ex, na minha opinião. É preciso que o tempo se encarregue de resolver conflitos, apagar mágoas, principalmente se o rompimento não aconteceu consensualmente. Entre pessoas maduras, quando a paixão acaba, a tragédia se minimiza com o tempo. Ao contrário de uma amizade, acho concebível que esse tipo de relação tenha um fim. Porque, em geral, um envolvimento romântico está diretamente ligado a dimensões mais superficiais e passageiras, como atração física ou desejo sexual. É como tão bem colocou Vinícius: "que o amor não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure". Então, se apesar do rompimento ainda exista identificação entre ambos, acho perfeitamente possível que a relação se transforme numa amizade bacana.

Para reconstruir um relacionamento em outras bases é imprescindível superar todas expectativas e frustrações, daí a importância de se dar tempo ao tempo. É preciso que a atração dê lugar a outras afinidades e que o sentimento de posse, natural num envolvimento romântico, deixe de existir também. Porque se não houver sintonia de objetivos, se ambos não estiverem dispostos a deixar no passado as lembranças dos bons ou maus momentos que partilharam como casal (por mais que tenham sido espetaculares ou terríveis), o risco de novas decepções é enorme. E de passar por grandes sufocos também...










Costumo dizer que sou a maior amiga de ex que conheço e é verdade. Posso reencontrá-los e me divertir a valer com eles ou apoiá-los no que for preciso, sem levar em conta que um dia já tivemos outro tipo de envolvimento. E isso acontece porque depois de um tempo prefiro zerar o contador e reconstruir tudo novamente, de um outro modo. Afinal, se num determinado momento deixei que alguém fizesse parte da minha vida, é porque achei que essa pessoa valia a pena. Então, por que não permitir que esse alguém continue presente, ainda que seja de outra maneira? Não, não incorporei a Madre Tereza de Calcutá. Ao contrário, meu negócio é lucrar, sempre. E só dá pra ser assim se eu somar e não subtrair, né?

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Homens também entram pelo cano!

Sei lá porque, mas costumo receber alguns e-mails com pedidos de opinião sobre os mais diversos assuntos, especialmente sobre relacionamentos. Já avisei que não sou especialista em nada e, inclusive, até me acho bem tonta, praticamente uma pamonha de Piracicaba. Mas vá lá, se meus comentários podem ajudar em alguma coisa, não custa dar um pitaquinho, né? Ontem recebi o e-mail que mostro a seguir, previamente autorizada por quem me enviou. Vê se pode:


"Oi Tania. Navegando por aí encontrei seu blog e percebi que você gosta de escrever sobre coisas do coração. Estou numa situação que só a psicanálise poderia explicar. Conheci uma garota na Internet e comecei a me corresponder com ela. Logo de cara ela disse que me adorou e que gostaria de se relacionar comigo. Trocamos mais uns 3 ou 4 e-mails. Na quarta ela me dá o número do celular. Na quinta, ligo pra ela. Ela atendeu e disse que até sentiu um frio na barriga. Marcamos um encontro pra sexta. Ela definiu a hora (21 h) e o local (um barzinho na rua que ela mora). Às 21:03 h ela me liga. Pergunta se eu já cheguei. Digo que sim e que estou sentado na primeira mesa da calçada. Ela diz que logo vai me encontrar. Eu espero até às 21:45 h. Começa uma chuva gigantesca, eu esperando e nada. Às 22:15 h eu peço a conta e vou embora. No sábado ligo pra ela pra saber se houve algum problema e só cai na caixa postal. Deixo dois recados e nada. No domingo ligo de novo e cai na caixa postal. Deixo novo recado e nada. Na segunda eu ligo, ela atende, finge ser outra pessoa, diz que vai dar o recado, volta no telefone e diz que a pessoa pra quem eu liguei pediu pra eu voltar a ligar depois de 10 minutos. Eu ligo depois de 10 minutos e só cai na caixa postal. Deixei dois e-mails de despedida pra ela. O que você acha? Dá pra entender uma coisa dessas? Hoje já é terça feira da semana seguinte e ela ainda não me ligou. Eu também não vou ligar. O que você acha disso? Obrigado." 


O que eu acho disso? O QUE EU ACHO DISSO??? Rapaz!... Cê tá de brincadeira, né? Pera aí, vai... Deixa colocar um pouco de juízo na cabeça e mais amor no coração pra ver se consigo ser um tantinho menos megera... Bom, vamos lá:


Primeiro fiquei bem curiosa pra saber em que site você estava navegando quando se deparou com essa figurinha rara. Seria qualquer coisa ligada a relacionamentos "sado-masô"? Porque, fala sério!... A mulher é uma espada de samurai e você é o bucho que vai tomar a rasgada! 


Mas tudo bem, de certa forma até te entendo. Também sou o tipo de pessoa que insiste em acreditar no ser humano e desconfiar é um verbo que geralmente não faz parte dos meus relacionamentos pessoais. Me abro toda com pessoas com as quais simpatizo, conto e faço coisas que nem devia... E, pior, sempre acho que os outros serão bacanas comigo também. Aí o que é que acontece? Me ferro, me ferro, me ferro! Um dia eu aprendo. É como costumo dizer: se até um hamster sabe que se apertar a campainha 1 toma choque e se apertar a 2 ganha comida, certamente eu também chego lá. Choque dói! Então, meu caro, o que é que eu posso lhe dizer, senão pra tirar já o dedo da campainha 1? Ah, sinceramente, né?... 


Não sei quantos anos tem a famigerada, mas imagino que seja bem novinha, apesar de acreditar que comportamentos infantis independam de idade. O problema é que a moça é totalmente desprovida de um sentimento básico, sem o qual é impossível haver uma troca bacana: EMPATIA. Não sei se consciente ou inconscientemente, vejo que ela só faz o que tem sentido pra ela mesma, sem se importar com as consequências. Falando claramente, ela não está nem aí pra você, sinto muito.


Acho que você deve parar já de concentrar sua energia pra entender o que ela fez, porque uma coisa dessas não tem outra explicação, senão imaturidade. Não vale a pena perder tempo esperando que ela se manifeste, até porque você já viu que esse relacionamento será um eterno martírio. 


Que tal se voltar pra uma questão realmente importante: o que VOCÊ espera conseguir de uma garota tão bobinha? Não acha que seria muito melhor se abrir pra novas possibilidades, encontrando alguém que te trate com o respeito e atenção que gostaria de receber? 


Ninguém jamais deve aceitar menos do que merece. Isso só traz decepções e um sofrimento bastante dificíl de superar, vá por mim. 


Ufa, me desculpe, mas fiquei feliz agora. Já não me sinto uma coió tão solitária nesse mundão cheio de gente espertinha e desencanadérrima. É chato dizer, mas dá um um alívio danado ver que homens também entram pelo cano. Se conforme, tá? No meio de tanta gente safa - e cafa - ser ingênuo é uma arte.

domingo, 8 de novembro de 2009

Sociedade hipócrita, machista, nojenta!

Tô bege, tô rosa, tô de bolinha! 


Hoje fiquei de boca aberta diante do que li na Folha de São Paulo: "Uniban expulsa aluna que foi à aula com vestido curto". Sob alegação de que a moça é reincidente na maneira "inadequada" de se trajar e também porque com sua exposição, traduzindo para o português claro, "estava querendo" (adivinha o quê), a mais simplória - e incompetentíssima - solução encontrada foi limpar a área, atribuindo toda responsabilidade à própria vítima e promovendo um revoltante linchamento moral. Pra quem não viu o que houve, dá uma olhada AQUI


Se eu já tinha ficado catatônica diante da negligência da universidade quando ocorreu o episódio, agora, com esse desfecho, vejo que a humanidade está irremediavelmente perdida. 


Sem discutir a atitude da moça, que na minha opinião pecou sim, mas na escolha do vestido - horrendo - o grande absurdo disso tudo foi o desdobramento que uma simples roupa causou. Não interessa se ela quer aparecer ou não, se não tem o comportamento "ideal", enfim, nada justifica a atrocidade que foi cometida. 


Meu Deus, mas onde é que nós estamos? Em que época vivemos? Como é possível aceitar normalmente que um absurdo dessa proporção aconteça dentro de uma instituição de ensino, em pleno século 21? Pior: numa universidade, onde a prática da tolerância deve ser uma condição elementar, por tratar-se de um lugar que reúne pessoas de todo tipo, exclusivamente ADULTAS, com pontos de vista e crenças distintas, enfim, com características sócio-culturais variadíssimas. 


Olha, acredito que os pobres estudantes que foram dizimados pela ditadura, sofrendo as mais cruéis torturas e desaparecendo da face da terra apenas pelo justo desejo de expressarem livremente seus ideais políticos estejam se revirando na tumba nesse momento. Com o triste papelão que aprontou, essa moçadinha da Uniban também entrou pra história, infelizmente como vergonha nacional. 


Sociedade hipócrita e machista. Nojenta. Imunda. 


Estou tremendamente chocada com a formação que o pessoal da minha geração está oferecendo a seus filhos. Tenho a impressão de que quanto maior o acesso à informação, mais retrógradas as pessoas estão ficando.

Me espanta demais ver até as próprias mulheres condenando a tal moça do vestido curto. Infelizmente, se a gente considerar que a educação dos filhos ainda hoje fica quase que inteiramente sob a responsabilidade das mães, as perspectivas de um futuro melhor e menos machista são péssimas.

Menininhas ainda são criadas para se tornarem mocinhas de fino trato, boas para casar. E menininhos, desde a mais tenra idade, são treinados para usar e abusar do mulheril, desde que, obviamente, um dia sosseguem o pinto na companhia de uma mulherzinha "decente". Que orgulho do Joãozinho, que com apenas três aninhos já tem namorada na escolinha! Que beleza, o molequinho é danado, já beijou um montão! Tá certo, é macho mesmo. Já a Mariazinha, que é a namoradinha que o Joãozinho andou catando, tem um foguinho no rabo de assustar. E não é que essa menina é uma galinha?

Isso também me fez lembrar o que uma amiga falou dia desses, rebatendo o que tão orgulhosamente um outro amigo comentou, ao enaltecer a "ferramenta" do filho caçula. Ela lembrou muito bem: falar que o filho é dono de um "bilauzão" daqueles é lindo. Impossível é ver alguém dizendo que a filha tem uma "perseguida" de dar inveja. 


Falar baixo, se comportar com delicadeza e ser "decente" são requisitos básicos na educação das mulheres. Sentar de perna aberta? Jamé!!!!!! Ao contrário, homens logo aprendem que não há limites pra satisfação das suas necessidades: coçam o saco a qualquer hora, escarram, fazem xixi em qualquer canto. Como se as mulheres não sentissem coceira, não ficassem cheias de catarro e nunca precisassem esvaziar o reservatório.

Muita gente ainda considera uma obrigação da mulher estar linda, perfumada e inteiramente disponível à espera do maridão, que pode chegar cecezento, mau-humorado e cansadérrimo do trabalho. Como se o dia dela também não fosse desgastante, especialmente considerando a normalíssima dupla jornada que muitas cumprem hoje em dia.

Quer um exemplo terrível? Esses programas de transformação de mulheres, que em geral estão o pó da rabiola por causa de relações desgastadas. Por isso vivem com a auto-estima no dedão do pé, ficam feias, mal cuidadas, com visual lamentável. E dá-lhe tratamento pra tirar gordura daqui, preencher ali, esticar acolá. Como resultado final se apresenta uma mulher novinha em folha (por fora, claro), prontinha pra agradar o benzão. Ele, por sua vez, recebe a "nova" mulher com um sorrisão, satisfeitíssimo. Agora sim, tudo está como ELE merece. No infeliz, nada de mudança. Vai continuar mal acabado e dividindo com a mulherzinha repaginada a mesma vidinha insatisfatória de sempre. A visão machista ofusca a necessidade que ambos têm de conhecer melhor a si mesmos e resolver os problemas internos que cada um apresenta, a fim de que se reconstrua a relação a partir de bases sólidas de fato, não de atitudes superficiais. Enfim, esse é um assunto que dá pano pra manga e cabe em muitas outras postagens. 


Então, até a próxima!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Há um montão de vida depois dos 40!

Apesar de adorar música, não tenho paciência pra assistir musicais, especialmente em DVD. Mas fiquei encantada ao assistir "Mamma Mia!", um filme de 2008, com Meryl Streep (fabulosa, como sempre), Pierce... aaaaaiiii!... liiiiiindo!... Brosnan, Stellan Skarsgard e Colin Firth. Trata-se de uma versão para o cinema do musical que faz um enorme sucesso na Broadway, onde está em cartaz há mais de 10 anos.

Com uma fórmula bem simples, sem grandes cenários - e nem precisava, com aquele marzão grego ao fundo - ou coreografias muito elaboradas, o filme é uma graça. A interpretação é divertidíssima, bem descontraída. Achei muito legal a amarração que foi feita com os figurantes, parte fundamental do elenco, já que formam o coro para as músicas. 


O que também me chamou a atenção foi o fato de que notoriamente algumas canções não foram gravadas em estúdio e os vocais foram captados durante a própria filmagem, dando um realismo legal pras cenas. 


A trilha sonora dispensa comentários: ABBA, que simplesmente A!D!O!R!O!!! E podem falar que é brega o quanto quiserem, porque nem tô (ombrinho balançando, tá vendo?)... Minha identificação com o filme foi total. 


Fora as músicas, que remetem aos bons tempos da minha adolescência, foi uma delícia ver a espontaneidade da mulherada quarentona. Me vi direitinho em Donna, personagem da Meryl Streep, uma mulher que sabe bem o que quer, que pula, ri, se diverte, mas mesmo assim é encanada até não poder mais. Tem também uma xará minha, Tanya (personagem de Christine Baranski), que leva um container de cremes pra onde for, assim como eu. Até estimulante à base de testículo de jumento a mulher carrega! Mais perua, impossível. Na verdade essa Tanya se parece mesmo é com uma amiga minha, que se tivesse nascido homem, certamente seria uma drag glamurosíssima. Bem, nesse ponto acho que não fico atrás, afinal, se eu tivesse nascido homem também seria um belo traveco (aí acho que o melhor seria ficar na frente, né? Hehehe!). 


De forma geral, a reunião animadíssima dessas mulheres é bastante parecida com a relação que tenho com minhas amigas, também cheia de cumplicidade e muita risada. Mas o que achei sensacional, mesmo, é que nunca um filme captou tão bem a essência das mulheres maduras, provando que existe um montão de vida depois dos 40. As três protagonistas mostram isso com tremenda naturalidade, aprontando farras dignas de adolescentes maluquetes, sem o menor receio de cairem no ridículo. 


Oras, é isso aí! Há momentos em que o importante é curtir a vida com a intensidade que ela merece. Que se danem as marcas do tempo, a seriedade, os compromissos, o paralisante Botox! Na cena que considerei uma das melhores do filme essa alegria de viver aflora magnificamente, com as mulheres largando tudo pra trás e sacudindo as meninas que estavam adormecidas dentro delas. Não tenho a menor dúvida de que o elenco se divertiu de verdade ao gravar isso, olha só que delícia:


Mamma mia!... E não é que essa vida é bela mesmo?!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Quem planta quiabo não pode colher uvas!

Hoje estou meio jururu, chateada com as atitudes de algumas pessoas. Não só por coisas que me afetam diretamente, mas também por acompanhar os momentos difíceis pelos quais passam pessoas muito importantes pra mim, por razões semelhantes.



Não sei se sou muito ingênua, apesar da minha idade, mas o fato é que indiferença e falta de reciprocidade são coisas que me machucam. 


Amizade verdadeira exige investimento e, sobretudo, respeito. Não dá pra ser amigo só quando não há nada melhor pra fazer ou ninguém mais conveniente pra se relacionar. 


Querer bem implica em preservar, dar valor, estar por perto, prestar atenção. Hoje em dia não há distância física que justifique um sumiço. Há diversas formas de mostrar interesse, seja por e-mail, telefonema, carta, sinal de fumaça, enfim, quem quer sempre consegue se fazer presente.


Ao longo da minha vida conquistei excelentes amigos, que me acompanham até hoje, chova ou faça sol. Não é um mundão de gente, até porque não acredito que alguém possa ter dezenas de amigos pra valer. Mas são pessoas que estão sempre próximas, que não se lembram de mim só quando precisam choramingar ou porque eu tenha algo interessante pra oferecer num determinado momento. E é justamente por isso que algumas pessoas ainda conseguem me surpreender de forma tão negativa. Porque simplesmente não estão nem aí, pouco se importam com o que vai pensar ou sentir quem foi largado num canto qualquer, em detrimento de outros interesses. 


Mas é assim mesmo, a vida da gente é feita de escolhas. É importante assumir a responsabilidade por tudo que nos acontece. Tudo mesmo, de bom ou ruim. 


Se estou vivendo uma fase ruim, seja pelo motivo que for, melhor que lamentar é tratar de me lembrar do que andei plantando. Nada acontece por acaso. De safras ruins é que a gente tira o aprendizado necessário pra plantar novas sementes e conseguir uma boa colheita. Esta é a única saída, não adianta plantar quiabo e querer colher uvas, né?!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Não sou tão chata assim, vai!

E lá se foi outro domingo. Um tédio só, de novo. Com-hora-errada-no-relógio-só-porque-o-Lula-quer, saco! E chovendo, pra piorar. 


O que me restou, então? Dar uma chegadinha aqui pra reclamar, até porque estou sem sono (maldito horário de verão!). 


Sei muito bem que vou acabar ficando com fama de rabugenta, mas o que é que eu posso fazer se não cansam de me fornecer elementos pra rasgar o verbo?



Dia feio e sem nada melhor pra fazer, passei boa parte da tarde dando uma circulada por diversos canais de TV. De repente, vejo uma criança se apresentando. Menininha mais sem noção, meu Deus! Foi ao programa da Eliana (putz... se vi isso é porque assisti ao programa e, se assisti, então sou mais sem noção que a coitada da menina) pra contar piada de loira burra, vê se pode! A piada era sem graça, a menina não sabia contar, era feia desajeitadinha e trucidou a inteligência da apresentadora platinada. Ainda assim ganhou o prêmio máximo dos jurados piegas. Tudo bem, alguém há de me lembrar que trata-se de uma criança e, por isso, não tem a menor importância ser tão sem gracinha, blá, blá e outros milhões de blás. Ah, mas custa o raio da produção do programa selecionar melhor os participantes?! Enfia aquela menina sem nenhum talento ali e ainda enche o bolso da chochinha de grana. Revoltante!

O que mais me irritou, no entanto, é que eu... eu... bem... eu... NÃO GOSTO DE PIADA. Pronto, falei! Não gosto, não gosto e não gosto! Calma aí, não tenho nada contra quem aprecie, tá? Sou reconhecidamente uma chata, confesso, assumo e assino embaixo. Não uma chata completa, porque tem um montão de coisas bem-humoradas que curto bastante.


Digamos que eu seja meio difícil de agradar no quesito humor, é isso. O problema é que me parece que o estoque de piadas esteja prá lá de vencido. A safra já esgotou há pelos menos uns 20 anos atrás e o povo não se toca! 


É difícil ouvir uma piada que não seja reprodução literal ou parcial daquelas que você já cansou de escutar, onde, normalmente, o piadista recruta pra novas aventuras sempre a mesma turma, que já devia estar aposentada: português (me perdoem, Hermínia e Emília, mas no Brasil é assim), loira, papagaio, vovozinha surda e bichinha desvairada. Haja, né? 


Tá na hora de botar uns robôs sacaneando o povo na jogada, umas coisinhas mais high tech, sei lá. 


Quer me ver com taquicardia? Chega aqui e vem dizendo: "Você conhece aquela do...". Pra piorar me cutuca com o cotovelo, recurso mais usado pelos piadistas pra chamar a atenção de quem está se fazendo de "migué". Ah, não!... Cheguei a um estágio tão avançado na falta de finesse, que aviso logo que se a piada não for ótima, espetacular mesmo, não vou rir. 


E quando a piada é longa, então? Além do martírio de ter que ouvir, você ainda tem que congelar um semi-sorriso na cara, a fim de encorajar o infeliz a seguir até o final. Mil preâmbulos e o desfecho finalmente surge. O momento é crucial, sua reação precisa ser rápida. Aí você: 


a) Ri generosamente e evita o fatal constrangimento, mas corre o sério (praticamente certo) risco de estimular o engraçadão a contar mais uma ou, pior, várias outras;

b) É ignorante como eu, não ri e dá logo outro rumo pra prosa;

c) Elimina o fdp sem dó com uma rajada de metralhadora, livrando de vez a humanidade desse tormento. Alternativa anulada, isso é feio (embora mais que merecido).

Mas tudo bem, gosto não se discute. Tem até quem ria a valer daquelas pegadinhas manjadíssimas que o Silvio Santos insiste em exibir! Meu irmão é um que adora. Imagino que em toda a face da terra só duas pessoas assistem e se divertem com aquilo: ele e a mãe do próprio Silvio Santos. 


Dureza é que essa onda de piadistas na TV virou moda. No Programa do Jô tem, no Faustão também, enfim, pro meu desgosto, tem disso pra todo lado. 


Ao me pegar descendo o sarrafo nessa avalanche de piadas sem sal, meu marido começou a fazer uma baita apologia ao bom humor. Só faltou saltitar de alegria pra mostrar o quanto seu astral é muito melhor que o meu. Ao mesmo tempo, ele assistia às exibições dos piadistas do Faustão. Apareceu um "engraçadérrimo" e nenhuma reação do japa. Mais dois se apresentaram e o super-pra-cima não mexeu um músculo sequer pra rir, nem uma mísera risadinha amarela saiu. Ué?!... O mundo não é tããão gozado? Cadê as gargalhadas? Olhei pra ele com cara de "toma essa, linguarudo!" e aí sim é que rimos pra valer. 


Viu só como esse homem também é bem enjoadinho? Bonitão! Bom, chega de reclamar. Prometo que farei o possível pra ser uma fadinha azul no próximo post. 


Então, até lá!