quinta-feira, 17 de outubro de 2013

A vida é dura pra quem é mole: eu na academia!


Há um tempinho atrás ouvi de um determinado médico algo que, a princípio, me arrasou. Diante da minha insatisfação por ainda não ter alcançado meu objetivo na reconstrução da mama retirada (vou chegar lá!), o perverso disparou: "Que bobagem, você nem tem mais idade pra usar decote!". Saí de lá acabada. E chorei, chorei, chorei quilômetros cúbicos de lágrimas. Mas não demorou muito e... CUMEQUIÉ, RAPÁ?... Nem que eu tivesse 500 anos deixaria de lado minha autoestima, por nada, nem por ninguém. Aí decidi: esse FDP ainda vai me ver ma-ra-vi-lho-sa! Comecei a frequentar uma academia. Bora malhar, u-huuuu!!! Animadérrima, até comprei roupitchas e acessórios de fitness, pra chegar lá toda fofa e combinandinho. 

Acho que ainda sob efeito da latada que tomei do médico, estudei bastante a situação antes de começar pra valer. Olhei bem quem frequenta o lugar e senti o maior alívio ao perceber que não tem só gente saradona. E graças à recepcionista, que me informou que a academia é frequentada até por uma senhora de 83 anos, não tive mais dúvida nenhuma. Oras, sendo assim, eu, com meus poucos enta e alguma coisa, serei a gatinha da malhação. Ahaaaá, ninguém me segura!!!

Como sempre tive o hábito de me exercitar, apesar dos meses que passei de molho por causa do tratamento do câncer, não vinha sentindo grande dificuldade em executar os exercícios que o personal everybody trainer (sou pobre) determinou. Aí o sucesso me subiu à cabeça, já fiquei me achando "a" atleta. Bom, isso SÓ até hoje de manhã, né? Graças a um coleguinha de ralação pude sentir o amargo sabor da derrota... O coleguinha em questão é um senhorzinho japonês (tinha que ser japa!), com uns 75 anos, mais ou menos. 

Pois bem. Estava eu executando uma flexão alternada de cotovelos com polia baixa (tô impossível agora!), quando ouvi um outro professor falando sobre as maravilhas que o aparelho elíptico proporciona, superando bastante a esteira. Pensei: eu quero! Avisei meu everybody, que logo me colocou num dos dois elípticos disponíveis, bem ao lado do tal senhorzinho japa. E lá ia o japinha, na maior intimidade com o aparelho, tchuc-tchuc, thuc-thuc, tchuc-thuc. Por não ser uma boa pessoa, logo me veio à cabeça: Hehehe, vou acabar com esse véio, xácomigo! Posicionada, fui orientada sobre como aumentar ou diminuir a tensão do aparelho. Pffff, bota aí dureza total, isso vai ser moleza pra mim! Comecei meu exercício: tchuc... tchuc... Mais um minutinho e... tchuuc... tchuuuuuuuuuuc... Olho pro lado e o japa no seu tchuc frenético. Vamos lá, Tânia, é só se concentrar! Tchuuuuuuuuuuuuuuuuc... Cadê a porra do botão pra diminuir a tensão dessa coisa? Tchuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuc... Oof!...Putz, sem óculos não acho o raio do botão! E tchuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuc... Oof, oof, oof... Socoooooooorro! CHEEEEEEEEEEEEEEEGA!!!!!

Fingindo ter atingido minha meta naquele aparelho (cinco minutos!), tratei de passar para a esteira. Quero caminhar agora, e daí?! Olho pro lado de lá e o japa ainda no seu tchuc-tchuc desvairado, que só acabou depois de 30 minutos. Ok, depois disso o homem tratou de ir embora pra fazer um reconfortante escaldapés, como convém a todo bom velhinho? Não. Lá vem ele, pra esteira ao lado da minha. E começou a correr. CORRER, entendeu bem? O Forrest Gump nipônico correu por mais 30 minutos (sem parar, repare). Parou nisso? Não. Em seguida foi levantar um bocadinho de halteres, uns 600 quilos, coisa boba. 

Mas eu ainda chego lá, ele tá pensando o quê?! Ai, que réééééiva!!!!!! >_<

domingo, 18 de agosto de 2013

Cortar cabelo dói? Pra quem vai encarar a quimioterapia dói bastante. Na alma.


Cientificamente, cortar cabelo não dói. Isso porque na parte externa, fora do couro cabeludo, os cabelos são formados por células mortas. Sem terminações nervosas, essas estruturas não sinalizam dor para o cérebro quando cortadas. Mas e quando é preciso cortar o cabelo na marra, porque ele vai cair de qualquer jeito com a quimioterapia? Ah, aí dói sim... Muito! Na alma.

Quando a gente recebe a notícia que está com câncer, ao contrário do que muitos fantasiam, não dá pra se sentir heroína e sair por aí pulando animadamente só porque terá a "grata" oportunidade de lutar pela vida. A cobrança da positividade acaba se tornando um problemão a mais pra quem, num primeiro momento, tem todo o direito de ficar revoltada. Oras, dá pra encarar numa boa uma virada repentina como essa na vida? Claro que não. É impossível ficar indiferente às mudanças drásticas que o tratamento acaba trazendo.

Para o espanto dos alegrinhos de carteirinha, é bem comum que uma mulher, quando recebe o diagnóstico de câncer, se preocupe muito mais com a perda dos cabelos do que com a possibilidade da morte. É esquisito isso? É. É um pensamento banal? É também. Mas é assim, fazer o quê? E nem tente entender, porque só quem está com o rabicó na reta sabe como é. 

É verdade, cabelo cresce de novo. Também é verdade que caso a portadora de câncer não se submeta ao tratamento só pra preservar o cabelo, acaba morrendo. Só que dá licença da pessoa se revoltar um bocadinho? Portanto, se esse é seu caso, chore mesmo, xingue, quebre pratos, xícaras, copos, vasos da Dinastia Ming! Você TEM esse direito SIM.

Passou o susto incial? Bom, aí é hora de se transformar no ser mais prático do universo. Seu pensamento precisa ser um só: ficar boa, mas tão boa, que logo vai poder deixar tudo isso pra lá e voltar a reclamar só da unha que quebrou, do saco que é precisar se depilar e por aí vai. 

Mas enquanto o final dessa confusão não chega, que tal ser bem fdp e aproveitar pra se esbaldar com o drama? Um lencinho na cabeça e uma cara pálida podem fazer maravilhas, vá por mim. Cheguei a comprar um celular em cinco minutos numa loja lotadérrima, acredita? Abusei mesmo, dane-se. Sabe quando tem uma fila enorme no caixa e vem um folgadinho passando na frente de todo mundo? Era eu. Pensava: tô com câncer, posso. Chegar atrasada? Tô com câncer, posso. Dar patada em todo mundo? Posso. Faltar a uma festa-cilada? Posso. Pegar vaga especial no estacionamento? Posso, posso, pooooosso!!!

E assim, entre uma sessão de quimo e outra, entre manifestações de revolta e persistentes exercícios de desapego temporário da beleza, entre muitas e muitas lágrimas, é que o tempo vai passar bem depressa e logo você será a mesma pessoa que sempre foi. Bem, MESMA pessoa? Acho que não. Chegar tão pertinho da morte transforma muitas coisas e a gente aprende demais com essa experiência. Dá pra ficar muito melhor do que era antes, isso sim.

Parece um pesadelo, mas o legal é que tudo PASSA! Passou pra Brigitte Bardot, Patrícia Pillar, Shirley Temple, Joana Fomm, Drica Moraes, Márcia Cabrita, Elba Ramalho, Ana Maria Braga, Norma Blum, Joyce Pascowitch, Constanza Pascolato, Jane Fonda, Olívia Newton John, entre muitas outras celebridades... Passou pra mim... Vai passar pra você também! 

Ah, e antes que eu me esqueça: CABELO CRESCE DE NOVO MESMO, tá? Olha só como está o meu agora:



"Mas, se apesar de banal,
Chorar for inevitável,
Sinta o gosto do sal.
Gota a gota, uma a uma.
Duas, três, dez, cem mil lágrimas, sinta o milagre...
A cada mil lágrimas sai um milagre."

(Trecho da música "Milágrimas", de Itamar Assumpção)    

Foto de DINA GOLDSTEIN.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Tem como saber se ele é um mentiroso? TEM.


Que atire o primeiro mouse a espertalhona que nunca foi classificada como doida depois de não se conformar com a cara de pau de algum amiguinho ("ficantinho", namoradinho, maridinho...) cascateiro. O sujeito enrola, inventa mil desculpas esfarrapadas e chega mesmo a ser grosso quando percebe que o papo furado não colou. Aí vem a última cartada: "Você é louca, não aconteceu nada disso!", se fazendo, inclusive, de injustiçado. Ai, ai, ai!... E você, que até aquele instante tentava se comportar como uma mocinha de fino trato, fica realmente maluca com a saída que o descarado arranjou. Mas nem a Madre Tereza de Calcutá resistiria a uma boa rodada de baiana se tivesse que aguentar isso!

Com sangue nos olhos, você se revolta. Apaga o número do patife do celular, vai lá e deleta a figura do seu Facebook, rasga, queima e sapateia em cima de qualquer coisa que possa lembrar de momentos junto dele... Vai além: jura, de pés juntos, que nuuuuuuuuuuuunca mais vai cair na conversa do traste. Depois de chorar, xingar e amaldiçoar o sujeito pra todo mundo que quiser ouvir, você faz uma retrospectiva e logo repara que sempre houve indícios de que a "vibe" dele era outra. Oras, mas se tudo tá indo "tão bem", cadiquê se preocupar com esses sinais, né não? Você finge que engole, que só leva em conta coisas de fato relevantes (como se qualquer mentira, grande ou pequena, não fosse importante) e segue em frente, levando uma tijolada depois da outra. Isso até o dia em que ELE (!!!) cansa de te enganar e some.

Aí o tempo passa um bocadinho e ele te procura querendo saber o motivo do seu sumiço (comassimmmm???). Nem tente retomar a confusão de onde ela parou, porque o safado dará uma de desentendido-coitadinho. Se fizer de conta que ele tem razão, há enorme possibilidade de vocês voltarem à lenga-lenga anterior. E às tijoladas também, é claro. Assim, essa cena se repetirá muitas e muitas vezes, até que num belo dia você acorda e aprende a lição de uma vez por todas.

Mas, se ainda tem dúvidas se está sendo enganada ou não, conheça as principais estratégias adotadas pelos mentirosos, segundo Dan Crum, ex-agente do serviço de inteligência dos EUA (CIA) e especializado em comportamento humano, autor do livro “Será que ele mente para você?” (Editora Gente):

1. Resposta ausente: o mentiroso deixa frases no ar. Ele "joga" as informações para não se comprometer. Por exemplo: “Isso é uma questão de interpretação pessoal de cada ser humano”.
2. Desculpas: exagera quando precisa se desculpar por alguma coisa. Insiste no perdão e quase se joga no chão para representar sua [falsa] autopunição. “Jamais faria isso, eu te amo. Diz que já me perdoou?”
3. Retardos: enrola, enrola, enrola... Tudo para ganhar tempo durante a resposta e orientar melhor as palavras. Atende ao telefone, comenta sobre alguma coisa que está acontecendo ao redor da situação, vai fazer xixi. O objetivo dele é que a mulher esqueça do assunto.
4. Distorção de culpa: é uma mentira bem maldosa, o cara "joga" a questão para a mulher e tenta inverter a situação. Por exemplo: “Você está tentando arruinar o nosso namoro, é isso que você quer?”
5. Ignorância: se faz de bobo, finge que não está entendendo nada sobre o assunto. Por exemplo: “O que você está querendo saber? Não consigo entender sua cabeça.”
6. Amnésia: finge que esqueceu o assunto e pede que você explique tudo de novo. Enquanto isso, ganha tempo e, assim, volta para a opção 3: retardos.
7. Justificativas: em vez de responder o que foi perguntado, amplia o assunto e acaba se explicando demais. A desculpa do cara é quase uma dissertação de mestrado, devido ao medo que sente de ser descoberto.
8. Religião: golpe baixíssimo, é o famoso “Juro por Deus”. Ele acha que assim, colocando Deus na história, tudo se resolverá por milagre.
9. Elogios: elogia tudo exageradamente. O assunto, a companheira, as atitudes. Por exemplo: “Mas antes da gente continuar, eu já te falei como seus olhos são lindos?”
10. Sons: o mentiroso emite sons para dispersar a atenção do interlocutor: tosse, simula um espirro, assovia...
11. Drama: apela para o lado emocional para tentar comover. Geralmente se faz de “coitado” e parece ser o homem mais injustiçado do planeta.  

Bom, de qualquer forma, se toda essa dinâmica fosse uma brincadeirinha do tipo "qual é o nome do filme?", a resposta não poderia ser outra: "CORRA, LOLA, CORRA!".

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Câncer de mama tem cura SIM!



Logo logo não precisarei mais escrever sobre o câncer de mama, pelo menos não mais sobre o meu, já que tô na retinha final do tratamento. 

Do ano passado pra cá tentei passar o máximo da experiência que adquiri com esse sufoco, contando sobre o diagnóstico e todos seus desdobramentos: quimioterapia, mastectomia radical com reconstrução simultânea, além da radioterapia e da retirada/recolocação da prótese. Também já falei sobre os efeitos do Tamoxifeno, que vai me acompanhar pelos próximos cinco anos. 

Agora, o que me resta é deixar uma mensagem de otimismo pra todas as mulheres que estão enfrentando esse perrengue. Sigam em frente, firmes e fortes, porque quando menos perceberem... puf!... já passou! E que delícia é superar cada dificuldade e se aproximar cada vez mais da vidinha normal de novo! 

Câncer de mama, queridas amigas, tem cura SIM!!!

E chega disso, que agora quero brincar de outra coisa.
"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento." (Clarice Lispector)



quinta-feira, 11 de julho de 2013

Bofe "tô-nem-aí" (fuja dele!)


Hoje quero falar sobre um treco que acho importantíssimo num relacionamento afetivo: GENTILEZA. Sobre a importância de se investir na relação, de não achar que depois de uns pegas nem é preciso desgrudar a bunda da cadeira, supondo que a outra pessoa tá no papo. Afinal de contas, dá muito mais trabalho viver junto que sozinho, né bem?

É engraçado que nos momentos "pré-pegação" muito homem mostra ser o que não é. Se faz de fofo, gentleman... Tá, vamos combinar que ninguém vai confessar logo de cara que tem todos os cds do Amado Batista, não é verdade? Nem que arranca catota do nariz e gruda embaixo da mesa. Mas há valores que devem ser observados logo no início do "causo", pra depois não haver decepção. Já no primeiro momento repare no comportamento do rapaz, se ele te trata com carinho, se se preocupa com você (serve para mulheres também, essa é uma via de mão dupla). Veja como ele trata as outras pessoas, esteja atenta às suas opiniões e atitudes. Um sujeito que adora contar vantagem, que dá porrada em todo mundo, que se acha lindo de morrer, enfim, que se sente a última gotinha de champanhe Clos d'Ambonnay do planeta, simplesmente não tá com nada. 

Gentileza virou artigo de luxo. Não se trata de fazer apologia à manezuda que espera um homem dar a volta no carro pra lhe abrir a porta, como se ela fosse uma inútil. Gentileza, especialmente numa relação afetiva, se manifesta em pequenos detalhes. 

Por exemplo, tome a iniciativa de pagar a conta - ela acaba chegando junto, assim que se sentir mais à vontade. Mas PAGUE a conta no primeiro encontro, sem titubear. Homem pão-duro (ou pior: DURO!) é o ó. Brochaaaaaante!... E olha que essa não é apenas uma questão de gentileza, mas também de estratégia: assim ela não perde tempo com burocracia e vai logo pensando se depois vai querer te dar ou não. 

Tem gente que acredita que basta conseguir um "sim" do outro e pronto, fechou geral, tá podendo forever. Uma relação saudável e contínua exige atenção, foco, investimento e, acima de tudo, dedicação. 

Generosidade também é uma coisa bacana, sabe? Tipo: reparou que escapuliu um punzinho do lado de lá? Finja-se de morto, releve (ainda que o gás seja hilariante). 

O relacionamento vai despencando a cada pequeno abandono, a cada ligação que não foi feita, a cada mensagem que não foi enviada, a cada momento de indiferença, a cada gesto rude, a cada coisinha legal que não foi dita... 

A gente não quer encontrar homens perfeitos. Buscamos homens que nos façam sentir mulheres perfeitas! As mais bonitas, as mais cheirosas, as mais gostosas, as mais inteligentes... E nem é preciso ligar o dia inteiro pra dizer isso. Basta saber aproveitar pequenas oportunidades que surgem o tempo todo. É difícil?

terça-feira, 9 de julho de 2013

Tamoxifeno: coisinha infernal (e indispensável)


A cerejinha do bolo no tratamento do câncer de mama é o danado do Tamoxifeno. Que diabos vem a ser isso? Simples: Tamoxifeno é um modulador seletivo do receptor de estrógeno oral. Hum... Cuuuuuma??? A verdade é que esse remédio dá aquela segurada no câncer, porque bloqueia os efeitos do estrógeno - que é o causador do câncer de mama na maioria dos casos - e reduz as chances da doença voltar, afetar a outra mama ou se espalhar por outros órgãos. 

Lógico que o "Tamox" (esse é meu jeitinho carinhoso de chamar o encardido, afinal somos íntimos, ficaremos juntos por cinco anos!) tem uma função fundamental no sucesso do tratamento do câncer de mama. Mas que o patife tem um montão de efeitos colaterais, ahhhh, isso tem! O pior deles, sem dúvida alguma é o esquenta-esfria, dia e noite.


Pode estar um frio do Alaska que, de repente, sem mais nem menos, a cabeça da pobre pessoa pega fogo. Em seguida o calorão espalha geral, fazendo com que se perca completamente a vergonha na cara e arranque tudo que é roupa do corpo. E lá vem suor em bicas! 


Pouquíssimos minutos depois a temperatura despenca de uma vez só e a criatura corre pra se agasalhar, tilintando de frio. Brrrrrrrrrr! Como eu falei, isso tudo acontece rapidinho e seria até suportável, se não se repetisse milhões de vezes durante o dia e, PRINCIPALMENTE, à noite. E dá pra dormir gostoso desse jeito? NÃO, NÉ?! Tô virando um zumbi. 

O pior é que não há remédio pra isso, o jeito é se acostumar. Embora esse efeito colateral seja bem parecido com os sintomas da menopausa, não é aconselhável usar comprimidos à base de soja (isoflavonas, por exemplo) quando se teve câncer de mama. É que a soja possui substâncias conhecidas como fitoestrogênios, que apresentam estrutura química muito similar ao estrogênio, e pode influenciar de forma negativa na evolução do câncer. 

O safado do "Tamox" ainda pode provocar um montão de outros efeitos colaterais, como problemas na visão, ginecológicos, tromboembólicos etc. Mas tudo isso é perfeitamente contornável quando se está atenta aos sintomas. É só ficar de olho e relatar qualquer problema ao médico rapidinho. 

Outra coisa bem chatinha é que o metabolismo também pode ficar mais lento e a pessoa dá uma enfofada daquelas. Aí não tem outro jeito: é fechar a boca para as delícias hipercalóricas e mandar bala na malhação. Garanto que dá certo, porque tô indo pro terceiro mês de "Tamox" e emagreci ao invés de engordar, pelo menos por enquanto.  

Então é isso, vou em frente sem reclamar muito, porque se não tivessem inventado essa desgraça belezura eu estaria bem ferrada, sabe? Xô doencinha macabra, até nunca mais!

domingo, 7 de julho de 2013

JÁ TÔ QUASE NORMAL! Como se isso fosse possível...


Cof, cof! Poeirão, teias de aranha... Rapaz!... Faz tempo que não apareço por aqui! Tenho um montão de coisas pra contar, mas agora quero apenas dizer como estou, com o tratamento do câncer praticamente finalizado.

Quando falei sobre esse assunto na última vez eu já tinha terminado a quimioterapia, feito a cirurgia - mastectomia radical e reconstrução da mama ao mesmo tempo - e também contei sobre uma complicaçãozinha que havia surgido em relação à prótese. Pois bem, essa pequena complicação transformou-se num problemão (a pele não cicatrizava num determinado local e acabou contaminando a prótese) e em 25 de dezembro  - sim, no dia de NATAL!!! - voltei ao centro cirúrgico, dessa vez pra retirar a prótese e o resto do mamilo que havia sobrado. Foi punk, chorei à beça, não queria ficar sem a mama de jeito nenhum e, pior, sabia que seria obrigada a aguardar seis meses pra poder recolocar a prótese. Paciência, fazer o quê, né?!

Depois disso fui pras sessões de radioterapia, 28 no total. Isso foi bem tranquilo, porque a exposição diária à radiação é rapidinha e não dói nada. A pele fica manchada onde recebe a radiação (afinal, é como se estivesse sendo queimada um pouquinho a cada dia), mas isso vai sumindo. Minhas sessões de radio terminaram há quatro meses e agora minha pele já está ótima, apenas com uma manchinha quase imperceptível, que vai desaparecer totalmente em breve.

Há um mês fiz a cirurgia de recolocação da prótese, agora por baixo do músculo pra evitar complicação. Só que, inacreditavelmente, o problema de falta de cicatrização no mesmo local estava se repetindo, o que poderia fazer com que houvesse contaminação e necessidade de retirada de novo. Aí meu médico foi rapidão e deu tiro pra tudo que foi lado. Depois de três semanas de antibióticos cascudos, curativos com Rifocina, drenagem linfática dia sim - dia não, além de 10 sessões na câmara hiperbárica (que deixou minha pele sen-sa-cio-nal!!!), parece que vencemos de vez o problema. Amanhã vamos retirar a microporagem e ver qual foi o resultado final. Tô animadíssima, sei que deu tudo certo.

Assim, aos pouquinhos, minha vida vai retornando ao normal. Mesmo sem poder caprichar nos exercícios físicos por enquanto, já perdi 13 dos 22 quilos que ganhei com a quimio. Sobrancelhas, cílios e unhas totalmente normalizados e ainda melhores que antes. Os cabelos já cortei quatro vezes, porque ainda não estão do jeitinho que eram - vieram secos, duros e ondulados. Felizmente, como falou meu oncologista, esse aspecto está melhorando bastante a cada dia. Segundo ele, só depois de um ano de terminada a quimio é que os cabelos voltam completamente ao normal. Danadão, e não é que é assim mesmo?! Por isso, resolvi não cortar mais. Enfim, tô bem feliz comigo mesma, me vejo muito mais bonitinha agora.  

Já há dois meses estou tomando o Tamoxifeno (que auxilia na prevenção da reincidência do câncer de mama), coisa que farei diariamente até completar cinco anos. Ainda vou fazer uma postagem especial só pra falar deste remédio, que é um capítulo à parte. Ô coisinha esquisita!

Então, é bem assim: o câncer de mama me viu, foi com a minha cara, me agarrou e, se eu bobeasse, não me largaria mais. Só que se antes dele eu já não era exatamente um amor de pessoa, pensa só como é que fiquei depois desse choque de realidade... Contrariando todas as expectativas de que quem passou pelo câncer vira santo, agora sou muito mais tinhosa do que era antes. E chutei o câncer pra lá. E chuto tudo que me atrapalhar daqui pra frente, sem mais mais. Me transformei numa mulé ruim, péssima, no poste que mija no cachorro! Muito cuidado comigo, é só o que posso dizer.

Bom, agora, pra ficar tudo 100% belezinha, faltam apenas mais duas cirurgias: simetrização da outra mama (provavelmente com colocação de prótese também) e reconstrução do mamilo que foi perdido. Depois disso, meus caros, c'est fini, forever. Ufa, ufa, ufa e milhões de ufas! 

Ilustração: CEÓ PONTUAL

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Finalmente um batom que dura um montão de tempo. MESMO!


Sou fissurada por produtos de maquiagem, especialmente por batons. Acho que já experimentei centenas de marcas, tipos e cores. Minha busca frenética tem sido por um batom de longa duração e textura bacana ao mesmo tempo, com aparência de recém aplicado depois de várias horas e sem deixar os lábios ressecados. Finalmente ACHEI!!!



Testei e aprovei o SUPER STAY 24 HORAS, da Maybelline, definitivamente o melhor batom que já usei até hoje. A embalagem vem com dois produtos diferentes - numa extremidade o pigmento, com aplicador de esponjinha, como se fosse um gloss, e do outro lado um hidratante, que pode ser usado o dia inteiro e dá a aparência de batom novinho na boca.




Primeiro você aplica a cor e duvida que o treco vai ficar grudado de verdade. Mas é só esperar dois minutos e pronto, pode até passar a mão por cima que ele não sai e não borra. Só que nessa primeira etapa há um certo desconforto, a boca fica grudando. É por isso que depois dos dois minutos de espera é necessário passar o hidratante, que neutraliza a sensação de boca grudando, dá um brilho bacana e mantém os lábios hidratados de verdade. 


Para remover o batom antes do prazo de duração é preciso usar um demaquilante bifásico, tipo esse (que custa em média R$ 15), já que os demaquilantes aquosos não resolvem.

O batom custa em média R$ 40,00 e tem 12 cores disponíveis, todas bonitas e discretas (eu achei): 



Acredite se quiser, o batom gruda MESMO e por um tempão. Passei o meu de manhã, lá pelas 9 horas; depois disso já comi, bebi, limpei a boca em guardanapo, escovei os dentes e até beijei o japa, e o danado continua bonitão.

Aliás o japa também aprovou:- Ufa! Até que enfim você não me deixa com a boca melecada e cara de viadinho... Olha que ignorante! Credo.


quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

A mulher desse cara NÃO sou eu



Se tem algo aporrinhando minhas ideias atualmente é a última pérola criada pelo meu amigo Roberto Carlos, a chicletuda "Esse cara sou eu". Como se "Ai, se eu te pego" e "Ex mai love" já não tivessem feito um estrago daqueles, o rei resolveu caprichar no sadismo. E dá-lhe grude mental, meu-deus-do-céu!

Não sei o que é pior: o atordoamento cerebral que a música provoca ou a mensagem que ela transmite. Composição machista, pretensiosa, tolinha. Vê lá se tem mulé que guenta isso:

"...E no meio da noite te chama
Pra dizer que te ama
Esse cara sou eu"

Ah, mas não MESMO. Vem me acordar no meio da noite com melemelê verbal, vem pra ver o que acontece! Gosto de romantismo sim, mas na hora certa, dá licença. E vamos combinar que um homem que faz as coisas da música do rei só pode ser banana ou hipócrita. Bom, meu feeling aponta pra segunda alternativa. Conversa mole, isso sim.

Penso que está mais que na hora da mulherada deixar pra lá a ideologia nonsense dos contos de fadas e olhar em volta pra valer. Príncipe encantado não é solução pra carências, nem ingrediente essencial pra se viver um sonho bacana. Eu vou é de lobo mau, que é mais honesto, pelo menos.  Enquanto as princesas dormem, as bruxas VOAM. 

É isso aí, bicho... São tantas emoções!