
O que também me chamou a atenção foi o fato de que notoriamente algumas canções não foram gravadas em estúdio e os vocais foram captados durante a própria filmagem, dando um realismo legal pras cenas.
A trilha sonora dispensa comentários: ABBA, que simplesmente A!D!O!R!O!!! E podem falar que é brega o quanto quiserem, porque nem tô (ombrinho balançando, tá vendo?)... Minha identificação com o filme foi total.
Fora as músicas, que remetem aos bons tempos da minha adolescência, foi uma delícia ver a espontaneidade da mulherada quarentona. Me vi direitinho em Donna, personagem da Meryl Streep, uma mulher que sabe bem o que quer, que pula, ri, se diverte, mas mesmo assim é encanada até não poder mais. Tem também uma xará minha, Tanya (personagem de Christine Baranski), que leva um container de cremes pra onde for, assim como eu. Até estimulante à base de testículo de jumento a mulher carrega! Mais perua, impossível. Na verdade essa Tanya se parece mesmo é com uma amiga minha, que se tivesse nascido homem, certamente seria uma drag glamurosíssima. Bem, nesse ponto acho que não fico atrás, afinal, se eu tivesse nascido homem também seria um belo traveco (aí acho que o melhor seria ficar na frente, né? Hehehe!).
De forma geral, a reunião animadíssima dessas mulheres é bastante parecida com a relação que tenho com minhas amigas, também cheia de cumplicidade e muita risada. Mas o que achei sensacional, mesmo, é que nunca um filme captou tão bem a essência das mulheres maduras, provando que existe um montão de vida depois dos 40. As três protagonistas mostram isso com tremenda naturalidade, aprontando farras dignas de adolescentes maluquetes, sem o menor receio de cairem no ridículo.
Oras, é isso aí! Há momentos em que o importante é curtir a vida com a intensidade que ela merece. Que se danem as marcas do tempo, a seriedade, os compromissos, o paralisante Botox! Na cena que considerei uma das melhores do filme essa alegria de viver aflora magnificamente, com as mulheres largando tudo pra trás e sacudindo as meninas que estavam adormecidas dentro delas. Não tenho a menor dúvida de que o elenco se divertiu de verdade ao gravar isso, olha só que delícia:
Mamma mia!... E não é que essa vida é bela mesmo?!