Que idiotice madrugar para acompanhar o casamento do Príncipe William, não é? Não acho não. Assisti o casamento de cabo a rabo e simplesmente a!d!o!r!e!i!!! Mas que raio de mania o povo tem de achar que só vale a pena absorver o que é cult ou ficar de olho em desgraça, de considerar que só notícia ruim tem importância. Oras, por que a gente não pode curtir também o que é bonito e apreciar um conto de fadas de verdade? Não vejo demérito algum nisso. E pouco me importa se ali tem armação, conveniência ou qualquer senãozinho, porque achei o máximo. Desejo, sinceramente, que o casal seja feliz pra valer. Que se danem os chatos.
Aliás, de gente ranheta estou até a tampa. Tenho um amigo (amigo?!?) que me liga de vez em nunca, mas sempre com o mesmo papo:
- E aí, sumida?
- Oi!!!
- Hum... Se eu não ligo você nem lembra que existo...
- Ah, ando numa correria daquelas. E aí, tudo bem com você?
- Ahnn... Mais ou menos... Podia estar melhor... Mas você sumiu mesmo, né?
- Pois é, obra da casa nova, faculdade, mil coisas acontecendo...
- Ahnnn... É bom ser rica, né?... Eu nem consigo pagar meu aluguel...
Cacetowiski, só falando russo mesmo! Olha, sou solidária com os problemas alheios, se puder até ajudo, mas peraí um bocadinho... Que saco isso! O que dá direito a uma criatura de achar que o sucesso do outro merece ser ofuscado por seu próprio fracasso? Estar numa situação mais confortável nem sempre significa ter nascido com o fiofó virado pra lua. Na cabeça dos resmungões não passa nem de longe que as pessoas batalham (bastantão) por suas coisas, se privando, muitas vezes, de momentos de diversão pra isso. Pode apostar aí que até mesmo a belezura do Príncipe William encara maus pedaços pra dar conta da realeza.
Quem quer conseguir algo e não se atreve a lutar, enganando-se com a ideia de que trata-se de um objetivo inatingível, é um pessimista daqueles, do qual é melhor ficar longe. Porque, francamente, acho que energia negativa é contagiosa, sabe?
Sei perfeitamente que o bababo pode ser complicado, que às vezes a vida prega umas peças duras de engolir, mas acho que o pior que se faz diante disso é reclamar. Autopiedade é lamentável. Esperar com o rabicó grudado na cadeira por soluções que caiam do céu também.
Enquanto desfiam a ladainha de sempre, os pessimistas perdem o tempo precioso de estar em busca de algo melhor. Acho que em momentos difíceis a gente precisa ser prático e bem realista. Isso nada tem a ver com aquele sermãozinho triste de que há tanta gente com problemas ainda mais graves, porque sou de opinião que cada um é que sabe onde dói o próprio calo. Sufoco é sufoco e para quem tem que enfrentá-lo sempre é ruim, pronto e acabou. Mas, definitivamente, não é com chororô que se resolve perrengue.
A grande virada só acontece mesmo quando a gente se dá conta de que é capaz – como TODO MUNDO É – de se recusar a aceitar passivamente o que é ruim e também quando para de idealizar o sucesso tomando como base a vida alheia. Por mais que doa, o jeito é se sacudir, ir à luta e se defender com o que estiver ao alcance no momento.
Até porque, não querendo pegar carona na onda do pessimismo, é bom não se iludir: o que está ruim hoje, na inércia, poderá ficar beeeeem pior amanhã. Ma nem!
E chega de uruca, que agora tô ocupadíssima xeretando por aí todo o bafão que foi o casamento real. Se bobear, compro até a Caras pra ficar totalmente por dentro. Então, dá licença e té loguinho!