sexta-feira, 6 de agosto de 2010

TV demais é um saco. Emburrece e... engorda!


Com o frio danado dos últimos dias não dá muito ânimo de ir a lugar nenhum, nem mesmo à videolocadora para pegar uns filminhos diferentes. Aí, o que resta é acompanhar a programação da TV. Não tenho TV a cabo, nunca tive interesse, porque não estou a fim de ficar pagando por algo que não pretendo usar plenamente, prefiro fazer outras coisas para me divertir  - por experiência própria acho que TV demais engorda. E, vamos combinar que a TV aberta aqui no Brasil está uma caca, né? Com exceção de alguns poucos programas, o que se vê é um lixo.

São apresentadores de vocabulário limitado, humorísticos ultrapassadíssimos que servem apenas como cabide de emprego, esportivos com narradores parciais e comentaristas de opiniões mascaradas pelo politicamente correto, entrevistadores que insistem em aparecer mais que os entrevistados, programas matutinos e vespertinos com conteúdo essencialmente voltado para o merchandising, que subestimam a capacidade do telespectador em perceber a intenção da coisa toda. Enfim, atualmente a TV é reduto de gente sem talento, que está ali simplesmente porque conseguiu entrar na panelinha.

Há uns dias atrás, pulando de canal em canal na tentativa de encontrar algo interessante, fiquei pasma com uma ligação que o programa Manhã Maior, da Rede TV!, recebeu. Um telespectador "finíssimo" teve uma participação relâmpago e surpreendentemente escrachada. Veja:


Tá certo que os dois apresentadores envolvidos nessa saia justa são uma lástima. O Arthur Veríssimo, com aquela língua prrrrrrrresa me dá nos nervos. Daniela Albuquerque até que deu uma melhoradinha nos últimos tempos, mas ainda é uma jacu (eu acho!), que provavelmente está ali só por ter tido estômago a sorte de se casar com o poderoso chefão Almicare Dallevo. Só que ninguém merece escutar grosseria, muito menos ao vivo, né? Um horror esse negócio, creeeedo!... Mas que foi engraçado foi. Hehehe!!!

Fora os programas de péssima categoria, há também uns comerciais que são uma tristeza. Tem um que sempre me impele a jogar um tijolo na televisão. É do sabão em pó Tixan Ipê, onde a mãe está fazendo compras no supermercado com o filho, quando a desgracinha dispara sem trégua: mamãe olha o palhaço, olha o palhaço, olha o palhaço, olha o palhaço... Grrrrrrrrrrrrrr!!! A criaturinha irritante merecia bater de frente com este palhaço de Stephen King e ter a linguinha arrancada pelo umbigo, isso sim.

Outro comercial que está no ar atualmente e também me deixa neurastênica é do refrigerante Diet Dolly. Crianças cantam singelamente para os pais:

"Papai você é amooooooooor... É meu exemplo na viiiiiiiida... Eu te ofereço um Doooooooooolly, com-tooooo-da-eeeeee-mo-çããããão."

Taquelavida, além de brega até não poder mais, nem rima tem a bagaceira! Não dá não.

Vendo meu desânimo diante da TV, o japa me sugeriu um treco que achei superlegal, o megacubo, um programa poderoso, com canais de vários países e um montão de reprodutores de vídeos, tudo de graça. Mas para que ele funcione legal é necessário que a conexão seja rápida. 


Já assisti uma porção de filmes através dele, vale bastante a pena conferir. 

Ilustração da postagem: Guillermo Forchino

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Cães: sempre excelente companhia, mesmo quando criminosos!



Dei uma boa sumidinha nos últimos dias por diversas razões. Além da obra da nova casa, que caminha para a reta final, exigindo, portanto, grande disponibilidade de tempo  - não é moleza conciliar o bolso com zinzilhões de possibilidades de acabamento -  ainda ando envolvida com trabalhos de computação gráfica, que muito me agradam. Senti também uma grande necessidade de dar um tempinho da virtualidade e me dedicar mais às coisas reais.
 
Sou uma mulher de fases, sabe? Há momentos em que prefiro escrever, outros em que curto mais desenhar, enfim, procuro satisfazer plenamente meus ímpetos criativos, do jeito que mais me agrada na ocasião. Também há épocas em que sinto uma grande necessidade de me cuidar melhor e, com isso, voltei à minha rotina... ufa, ufa!... dura de exercícios físicos. Minhas celulites já estavam histéricas e transformaram minhas pernocas num pomar interminável de ponkans. 
 
Nesse meio tempo também aproveitei para retomar aqueles momentos familiares gostosos, que a correria muitas vezes faz com que a gente deixe de lado. Acho que o inverno tem isso de bom, né? É uma delícia ficar encocoradinha sob uma manta quentinha junto com minha turma  (um japa, um filhão e uma Suki safada), vendo bons DVDs e me empanturrando de pipoca sabor "manteiga de cinema". 
 
Ontem nosso domingo foi assim. Aí aproveitei pra ver mais uma vez um filme lindo, que meu filho ainda não tinha assistido. Tá certo que por aqui todos somos muito suspeitos pra falar de cães, já que é amplamente notória a fissura que temos por nossos bichinhos, mas esse filme realmente é de cutucar a alma e fez até o André se emocionar bastante. E olha que o rapá tem um coração de pedra!  
 
Estou falando de Sempre a seu lado (título original: Hachiko: A Dog's History)
, filme de 2009 protagonizado por Richard Gere, que conta a história real de lealdade entre um cão e seu dono. Essa é uma refilmagem de "Hachiko Monogatari", um filme japonês de 1987, que relata a emocionante história do professor universitário Hidesaburo Ueno e seu cão, o akita Hachiko.

   
Mas o que faz essa história ser tão interessante ao ponto de ser refilmada e arrancar lágrimas até das almas mais endurecidas? O título de um artigo no jornal japonês Asahi Shinbum responde: "Cão velho e fiel espera pela volta de seu dono por dez anos". 


 
O fato real se deu no Japão, na década de 20, quando o professor encontrou o filhotinho de akita casualmente numa estação de trem. Não demorou muito para que a amizade e amor entre eles crescessem a tal ponto, que Hachiko passou a acompanhar seu dono diariamente até a estação, na ida e retorno do seu trabalho na Universidade de Tóquio. Hachiko tinha uma espécie de "relógio interno" e pontualmente chegava à estação para esperar por Hidesaburo, chovesse, nevasse ou fizesse sol. Infelizmente o professor morreu durante uma aula que ministrava, não voltando mais à estação.
 
Sem imaginar que o professor jamais retornaria, durante os dez anos seguintes, todos os dias, Hachiko foi à estação na esperança de reencontrar seu dono, até que em 1935, já velhinho, foi encontrado morto no mesmo lugar que jamais abandonou. Eis aqui o verdadeiro Hachiko, numa de suas últimas fotos:



Essa comovente história de uma lealdade, que transcendeu até mesmo a morte, ganhou as páginas dos jornais japoneses e fez com que Hachiko fosse homenageado com uma estátua de bronze, que permanece até hoje na estação de Shibuya.



Atualmente, todo dia 8 de abril é realizada uma cerimônia solene na estação do trem, em comemoração à história do cão magnificamente leal.
 
É por essas e outras que o dito popular "quanto mais conheço os seres humanos, mais amo meu cão" é tão verdadeiro. Mesmo quando se trata de uma meliante, como a minha Suki. Sorrateira, se aproveitou do momento em que a gente se desmanchava em lágrimas com a história de Hachiko na sala e mandou bala no bolo de laranja que estava na copa. Só que a criminosa foi pega com a boca na botija, veja:




 
Ah!... Mas dá pra ficar com raiva de uma arte tão fofa? Suki, Suki!... Tsc, tsc, tsc!