domingo, 29 de novembro de 2009

Tomei bronca!!!


Recebi algumas críticas por causa de duas postagens que fiz recentemente e resolvi falar sobre isso.

Numa delas, feita em 19 de outubro (Não sou tão chata assim, vai!), uma amiga não registrou seu comentário no blog, mas falou a respeito do assunto pessoalmente comigo. Disse que me desconheceu ao ler minha opinião sobre a menina que se apresentou no programa da Eliana. Ficou chocada quando afirmei que achei a menina feia, sem noção e totalmente desprovida de talento, afinal, trata-se de uma criança. "Como se sentiria a mãe da menina ao ler isso?", questionou ela.

Respeito essa opinião e peço perdão pela acidez, mas mantenho meu ponto de vista. Vivemos tempos de banalização da cultura em detrimento da ânsia pela fama e por dinheiro fácil. Uma bunda gostosa é passaporte garantido para que se tenha destaque na mídia. Vozes sem o menor potencial são afinadas através de programas de computador, que transformam cantores medíocres (pra não dizer inviáveis) em recordistas de vendas. E é pra esse meio - que chega a ser promíscuo pelo desejo ilimitado de aparecer - que pais ambiciosos empurram suas crianças. O risco até valeria a pena, caso houvesse algo realmente interessante a ser exibido. Um talento verdadeiro necessita de reconhecimento e é digno de ser apreciado, sem dúvida. A despeito dos cruéis padrões de estética, recentemente Susan Boyle e Paul Potts provaram isso para o mundo, através do Britains Got Talent.

Mas, repito, não era o caso da criança em questão. Fora o fato de ser bem feiosinha mesmo (ok, isso não tem rigorosamente nada a ver, admito), a menina era totalmente sem graça e não mostrou nada de relevante, inclusive piorando bastante a piada que já era péssima, com seu desempenho sofrível. Mas recebeu a premiação máxima de jurados visivelmente constrangidos, simplesmente porque tratava-se de uma criança. É óbvio que colocar a menina na parede e lhe dizer umas verdades seria impraticável, por não ser confortável pra quem teria essa dura missão (e também pra quem assistia) e, principalmente porque a própria menina ainda não tem o discernimento necessário pra aguentar o tranco. Então, cabia justamente a quem evitar o triste espetáculo? Imagino que essa deveria ser a função da mãe, aquela que supostamente ficaria chateada ao ler minha postagem. Uma coisa é permitir gracinhas no meio da sala da própria casa, para admiração da vovó, da titia, do papai... Outra muito diferente é expor uma criança sem talento algum à opinião pública, com o intuito de fazê-la aparecer e ganhar uns trocados. 

Odeio a política de "passar a mão na cabeça", assim como também condeno quem se aproveita da fragilidade alheia. É isso.

A outra crítica veio através de um comentário postado ontem, anonimamente, a respeito do recente tópico "Tem gente que adora brincar com a sorte". Veja o que foi dito:

"Quem disse que pobre não tem o direito de namorar também? Não ter dinheiro no bolso e não saber falar direito não é pecado, no Brasil a maior parte do povo é assim. Quem muito escolhe acaba ficando só."

Começo tentando entender o porquê do anonimato. Pra mim, a falta de identificação já sinaliza pouca convicção no que foi colocado.

Como pode ser percebido, este blog não tem nenhuma restrição em relação a comentários. Não há moderação e, portanto, automaticamente aceito toda e qualquer opinião, venha de quem vier, me reservando apenas o justo direito de responder ao que for dito pelos leitores (antes de tomar mais paulada, aviso logo que não tenho nada contra o sistema de moderação, tá?).

Já afirmei muitas vezes que não me considero dona da verdade e até me acho uma coió de mola em certas questões, mas uso e abuso deste espaço, que criei sem outra pretensão, a não ser a de apenas expor minhas próprias ideias, sejam elas apoiadas ou não. E faço isso de cara limpa, sem o menor receio de defender meus pontos de vista e de me redimir também, caso seja necessário.

Mas me deixa comentar as pérolas, enviadas sabe-se lá por quem...

Quem disse que pobre não tem o direito de namorar também?

Sei lá quem disse. Só sei que eu é que não fui. Basta reler com muita calma o que escrevi, já que o conceito é demasiadamente "complexo". Veja:

"Tá legal, mesmo com poucos recursos todo mundo merece ser feliz e pode se relacionar com quem bem entender. Também não acho que o êxito de uma união esteja vinculado a aspectos sociais e financeiros, afinal tem muito riquinho por aí que não vale um dente de alho."

Não ter dinheiro no bolso e não saber falar direito não é pecado...

Bom, não ter dinheiro no bolso é um tremendo azar, isso sim. Já não saber falar direito, dependendo de quem se trata, é pecado sim e merece a fogueira do inferno pela eternidade e mais algumas horinhas. Expressões regionais fazem parte da cultura popular e as considero perfeitamente admissíveis, além de muito curiosas. Da mesma forma, pessoas que não tiveram acesso mínimo à formação acadêmica por falta de oportunidade, também perdôo. Mas sou implacável com qualquer um que não fala direito por puro desinteresse. Vai me dizer que um fulano que usa a Internet pra ficar "azarando" mulher não pode dispor de um tempinho pra melhorar o próprio vocabulário? As informações estão todas na frente do preguiçoso, basta clicar e aprender. E isso vale pras caçadoras analfabetinhas também. O mínimo que um ser humano decente pode fazer, na minha opinião, é saber se comunicar no próprio idioma, não é não?!?

...no Brasil a maior parte do povo é assim.

Que constatação triste, meu Deus! É péssimo reconhecer que a afirmação não está nada distante da verdade. Pior que isso, só mesmo ver alguém achando que ignorância é uma coisa aceitável. Se nivelar no que existe de mais raso e se conformar com isso é simplesmente lamentável.

Quem muito escolhe acaba ficando só.

Vamos a um exemplo prático. Há duas maçãs na sua frente. Uma está bichada e com um pedaço faltando. A outra está vermelhinha e inteirona. Qual delas você pega? Agora vamos piorar a situação: as duas maçãs estão bichadas e em estado ruim. Você fica com qualquer uma só porque não há outra à sua disposição? Ou prefere procurar por outras, mais adequadas ao seu nível de exigência, ainda que não as encontre de imediato? Bom, não sei os outros, mas se for pra mastigar bicho, prefiro ficar sem comer maçã nenhuma. Com pessoas, acho que isso também é assim. Só que, ao contrário das maçãs, que ficam comprometidas naturalmente e de forma irreversível, tem gente que não melhora só porque não quer. Conheço centenas de casos de pessoas que não puderam contar com muitos recursos e se tornaram vencedoras por esforço próprio (esse é meu caso, inclusive). Por isso, reafirmo que quem deseja o melhor pra si e prefere não complicar a vida, não deve aceitar menos do que merece, apenas pra não correr o risco de ficar só. Investir (e insistir) numa relação onde a outra pessoa não está disponível sequer pra se comunicar, como foi o caso relatado na postagem, me parece uma insanidade. Invariavelmente, porém, esta é apenas uma questão de escolha, cada um que faça a sua. E que não se lamente depois.

Bom, é isso aí. Até a próxima!

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Tem gente que adora brincar com a sorte!


Mas tem cada e-mail que recebo!... Bom, deixa tirar a bola de cristal do armário pra desvendar esse mistério aqui, ó:

"Tânia, estou numa tristeza! Meu problema é o seguinte: eu estava me comunicando por e-mail e telefone com um cara de Recife que conheci pelo Orkut. Achei ele incrível e tudo mais, porém ele sempre alegava falta de grana para viajar e até para telefonar. Isto e o fato de ele às vezes não atender o telefone me enervou, então eu escrevi alguns e-mails bem irônicos, e ele, que sempre foi tão gentil, respondeu grosseiramente. Mesmo achando que ele podia ter levado na esportiva, porque vejo tanta gente escrevendo coisas engraçadas, achei melhor pedir desculpas, mas até agora nada. O que devo concluir? Que está tudo acabado?"

Pensando melhor, vou guardar a bola de cristal e pegar o pente. Essa dúvida é pequena, mas bem cabeludinha. E juro que tentarei ser bem legal, afinal a moça está sofrendo e... Ah, quer saber? Hoje tô na TPM e se eu não escrachar alguém terei um faniquito!

Minha filha, você não está com UM problema... Você está com vários! Começando pela triste mania que muitas mulheres têm de brincar com a sorte. Caraca, se o cara diz com todas as letras e pingos que não tem grana nem pra telefonar, o que você espera? Faça um mínimo esforço de projeção e imagine o futuro que você mesma supostamente está escolhendo pra si. Por acaso tem vocação pra "mindinga"? Vai se contentar em viver à base de "chalchicha e mortandela"? Acha que a vida é só amor e uma cabana, entopetada de filhos? E dá-lhe Uélitu, Uóchintu, Creito... Tudo pra no fim perceber que tomou uma "tauba" do destino e, no auge do desespero, se meter no mundo dos "tóchico". Faça-me um favor, né?!

Tá legal, mesmo com poucos recursos todo mundo merece ser feliz e pode se relacionar com quem bem entender. Também não acho que o êxito de uma união esteja vinculado a aspectos sociais e financeiros, afinal tem muito riquinho por aí que não vale um dente de alho. Mas quem é que não quer o melhor pra si mesmo? Caramba, é sempre uma questão de escolha! Aproveite que a coisa nem esquentou entre vocês e mude já o rumo da sua história.
Aliás, se o sujeito nem sempre atendia aos seus telefonemas, já sinalizou que vocês têm interesses bem desnivelados, não acha? Taquelavida, fico doida com isso! Quer saber se o outro está tão a fim quanto você? É simples, inverta a situação. Em algum momento você deixaria de atender a uma ligação dele? Ainda que estivesse ocupadíssima, não diria, ao menos, que conversaria melhor depois? Se agiria assim, por que insiste em não entender o que ele tão claramente lhe transmite com o silêncio? Ok, trata-se de um bundão, não há a menor dúvida. Porque não custa nadinha o fulano dizer de uma vez qual é a dele e, se não está a fim, colocar um ponto final no negócio. Mas tem gente que é assim, querida... Não tem culhão pra enfrentar o babado e prefere enrolar, ficar na moita. Não diz nem que sim, nem que não, porque vai saber quando você terá alguma utilidade... Bom, saldo até o momento: pobre e tranqueira.

Agora, essa de achar que porque todo mundo escreve coisas "engraçadas" por aí o infeliz tinha que engolir o desaforo numa boa, é dose, né? Primeiro porque é uma questão de bom senso. Até palavrão não faz mal algum, quando dito do jeito certo e na hora certa. Não sei o que você quis dizer com "e-mails bem irônicos", mas imagino que tenha carregado na tinta, já que fez o belo adormecido acordar rapidinho e com a língua afiada. Depois, quando diz que ele te "enervou", assume que não estava encarando essa ausência como algo divertido. Então, por que não tratar o assunto com a seriedade que você gostaria de ser tratada também? É a velha história, quem fala o que quer, ouve o que não quer...

Enfim, acho incrível como tem gente que adora uma boa confusão. Não pode ver um problema que já corre atrás dele, parece até que não quer ser feliz. Quer resolver já essa pendenga? Moleza: tenha um tantinho mais de noção, mande esse infeliz ir catar coquinho e arrume um homem que preste.

É isso aí, pronto, falei. Ai, ai... Mas, o que é TPM mesmo?

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Mudando de alhos pra bugalhos, meu dia foi suavizado ao receber este selinho da amiga Pati Araujo, a blogueira mais fofa que conheço. Olha que graça:

Bom, neste Natal, basicamente, eu quero é muita paz. Acho que quando a gente está em paz, todo o resto acontece naturalmente e é maravilhoso!

Valeu, Pati! Obrigada por mais esse carinho, viu?

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Amizade com ex é possível?


Ontem, num papo com meu filho, surgiu a seguinte questão: é possível se tornar amigo de ex? Nem precisei pensar muito pra chegar a uma conclusão. Oras, mas é claro que... depende. Pode ser que sim, pode ser que não... Talvez, quem sabe? Tá certo, trata-se de uma conclusão um tanto quanto inconclusiva da minha parte, mas explico melhor. Se ainda houver disposição e bem querer entre ambos, acho perfeitamente viável (e muito interessante) se transformar em amigo de ex.

É importante observar, no entanto, que uma amizade, pra ser verdadeira, exige o cumprimento de alguns requisitos básicos. Porque a gente pode se tornar ex-mulher, ex-namorada, ex-amante, ex-ficante, mas não dá pra se transformar em ex-amiga.

Ser amigo significa estar inserido num grupo muito seleto de pessoas com as quais o outro convive. É estar no mesmo patamar de pessoas que nunca se tornarão ex, haja o que houver. Não existe ex-pai, ex-mãe, ex-filho, por exemplo. Nem mesmo a morte modifica isso.

Ser amigo, mesmo, implica em conseguir superar divergências, sabendo que não se resolve perrengues com um simples pé na bunda. Quem acha que, de repente, pode se tornar ex-amigo é porque jamais foi amigo algum dia, apenas impôs ao outro uma realidade fraudulenta. E vamos combinar que ninguém merece isso, né?

É aí que está a condicionalidade de se tornar ou não amigo de ex, na minha opinião. É preciso que o tempo se encarregue de resolver conflitos, apagar mágoas, principalmente se o rompimento não aconteceu consensualmente. Entre pessoas maduras, quando a paixão acaba, a tragédia se minimiza com o tempo. Ao contrário de uma amizade, acho concebível que esse tipo de relação tenha um fim. Porque, em geral, um envolvimento romântico está diretamente ligado a dimensões mais superficiais e passageiras, como atração física ou desejo sexual. É como tão bem colocou Vinícius: "que o amor não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure". Então, se apesar do rompimento ainda exista identificação entre ambos, acho perfeitamente possível que a relação se transforme numa amizade bacana.

Para reconstruir um relacionamento em outras bases é imprescindível superar todas expectativas e frustrações, daí a importância de se dar tempo ao tempo. É preciso que a atração dê lugar a outras afinidades e que o sentimento de posse, natural num envolvimento romântico, deixe de existir também. Porque se não houver sintonia de objetivos, se ambos não estiverem dispostos a deixar no passado as lembranças dos bons ou maus momentos que partilharam como casal (por mais que tenham sido espetaculares ou terríveis), o risco de novas decepções é enorme. E de passar por grandes sufocos também...










Costumo dizer que sou a maior amiga de ex que conheço e é verdade. Posso reencontrá-los e me divertir a valer com eles ou apoiá-los no que for preciso, sem levar em conta que um dia já tivemos outro tipo de envolvimento. E isso acontece porque depois de um tempo prefiro zerar o contador e reconstruir tudo novamente, de um outro modo. Afinal, se num determinado momento deixei que alguém fizesse parte da minha vida, é porque achei que essa pessoa valia a pena. Então, por que não permitir que esse alguém continue presente, ainda que seja de outra maneira? Não, não incorporei a Madre Tereza de Calcutá. Ao contrário, meu negócio é lucrar, sempre. E só dá pra ser assim se eu somar e não subtrair, né?

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Homens também entram pelo cano!

Sei lá porque, mas costumo receber alguns e-mails com pedidos de opinião sobre os mais diversos assuntos, especialmente sobre relacionamentos. Já avisei que não sou especialista em nada e, inclusive, até me acho bem tonta, praticamente uma pamonha de Piracicaba. Mas vá lá, se meus comentários podem ajudar em alguma coisa, não custa dar um pitaquinho, né? Ontem recebi o e-mail que mostro a seguir, previamente autorizada por quem me enviou. Vê se pode:


"Oi Tania. Navegando por aí encontrei seu blog e percebi que você gosta de escrever sobre coisas do coração. Estou numa situação que só a psicanálise poderia explicar. Conheci uma garota na Internet e comecei a me corresponder com ela. Logo de cara ela disse que me adorou e que gostaria de se relacionar comigo. Trocamos mais uns 3 ou 4 e-mails. Na quarta ela me dá o número do celular. Na quinta, ligo pra ela. Ela atendeu e disse que até sentiu um frio na barriga. Marcamos um encontro pra sexta. Ela definiu a hora (21 h) e o local (um barzinho na rua que ela mora). Às 21:03 h ela me liga. Pergunta se eu já cheguei. Digo que sim e que estou sentado na primeira mesa da calçada. Ela diz que logo vai me encontrar. Eu espero até às 21:45 h. Começa uma chuva gigantesca, eu esperando e nada. Às 22:15 h eu peço a conta e vou embora. No sábado ligo pra ela pra saber se houve algum problema e só cai na caixa postal. Deixo dois recados e nada. No domingo ligo de novo e cai na caixa postal. Deixo novo recado e nada. Na segunda eu ligo, ela atende, finge ser outra pessoa, diz que vai dar o recado, volta no telefone e diz que a pessoa pra quem eu liguei pediu pra eu voltar a ligar depois de 10 minutos. Eu ligo depois de 10 minutos e só cai na caixa postal. Deixei dois e-mails de despedida pra ela. O que você acha? Dá pra entender uma coisa dessas? Hoje já é terça feira da semana seguinte e ela ainda não me ligou. Eu também não vou ligar. O que você acha disso? Obrigado." 


O que eu acho disso? O QUE EU ACHO DISSO??? Rapaz!... Cê tá de brincadeira, né? Pera aí, vai... Deixa colocar um pouco de juízo na cabeça e mais amor no coração pra ver se consigo ser um tantinho menos megera... Bom, vamos lá:


Primeiro fiquei bem curiosa pra saber em que site você estava navegando quando se deparou com essa figurinha rara. Seria qualquer coisa ligada a relacionamentos "sado-masô"? Porque, fala sério!... A mulher é uma espada de samurai e você é o bucho que vai tomar a rasgada! 


Mas tudo bem, de certa forma até te entendo. Também sou o tipo de pessoa que insiste em acreditar no ser humano e desconfiar é um verbo que geralmente não faz parte dos meus relacionamentos pessoais. Me abro toda com pessoas com as quais simpatizo, conto e faço coisas que nem devia... E, pior, sempre acho que os outros serão bacanas comigo também. Aí o que é que acontece? Me ferro, me ferro, me ferro! Um dia eu aprendo. É como costumo dizer: se até um hamster sabe que se apertar a campainha 1 toma choque e se apertar a 2 ganha comida, certamente eu também chego lá. Choque dói! Então, meu caro, o que é que eu posso lhe dizer, senão pra tirar já o dedo da campainha 1? Ah, sinceramente, né?... 


Não sei quantos anos tem a famigerada, mas imagino que seja bem novinha, apesar de acreditar que comportamentos infantis independam de idade. O problema é que a moça é totalmente desprovida de um sentimento básico, sem o qual é impossível haver uma troca bacana: EMPATIA. Não sei se consciente ou inconscientemente, vejo que ela só faz o que tem sentido pra ela mesma, sem se importar com as consequências. Falando claramente, ela não está nem aí pra você, sinto muito.


Acho que você deve parar já de concentrar sua energia pra entender o que ela fez, porque uma coisa dessas não tem outra explicação, senão imaturidade. Não vale a pena perder tempo esperando que ela se manifeste, até porque você já viu que esse relacionamento será um eterno martírio. 


Que tal se voltar pra uma questão realmente importante: o que VOCÊ espera conseguir de uma garota tão bobinha? Não acha que seria muito melhor se abrir pra novas possibilidades, encontrando alguém que te trate com o respeito e atenção que gostaria de receber? 


Ninguém jamais deve aceitar menos do que merece. Isso só traz decepções e um sofrimento bastante dificíl de superar, vá por mim. 


Ufa, me desculpe, mas fiquei feliz agora. Já não me sinto uma coió tão solitária nesse mundão cheio de gente espertinha e desencanadérrima. É chato dizer, mas dá um um alívio danado ver que homens também entram pelo cano. Se conforme, tá? No meio de tanta gente safa - e cafa - ser ingênuo é uma arte.

domingo, 8 de novembro de 2009

Sociedade hipócrita, machista, nojenta!

Tô bege, tô rosa, tô de bolinha! 


Hoje fiquei de boca aberta diante do que li na Folha de São Paulo: "Uniban expulsa aluna que foi à aula com vestido curto". Sob alegação de que a moça é reincidente na maneira "inadequada" de se trajar e também porque com sua exposição, traduzindo para o português claro, "estava querendo" (adivinha o quê), a mais simplória - e incompetentíssima - solução encontrada foi limpar a área, atribuindo toda responsabilidade à própria vítima e promovendo um revoltante linchamento moral. Pra quem não viu o que houve, dá uma olhada AQUI


Se eu já tinha ficado catatônica diante da negligência da universidade quando ocorreu o episódio, agora, com esse desfecho, vejo que a humanidade está irremediavelmente perdida. 


Sem discutir a atitude da moça, que na minha opinião pecou sim, mas na escolha do vestido - horrendo - o grande absurdo disso tudo foi o desdobramento que uma simples roupa causou. Não interessa se ela quer aparecer ou não, se não tem o comportamento "ideal", enfim, nada justifica a atrocidade que foi cometida. 


Meu Deus, mas onde é que nós estamos? Em que época vivemos? Como é possível aceitar normalmente que um absurdo dessa proporção aconteça dentro de uma instituição de ensino, em pleno século 21? Pior: numa universidade, onde a prática da tolerância deve ser uma condição elementar, por tratar-se de um lugar que reúne pessoas de todo tipo, exclusivamente ADULTAS, com pontos de vista e crenças distintas, enfim, com características sócio-culturais variadíssimas. 


Olha, acredito que os pobres estudantes que foram dizimados pela ditadura, sofrendo as mais cruéis torturas e desaparecendo da face da terra apenas pelo justo desejo de expressarem livremente seus ideais políticos estejam se revirando na tumba nesse momento. Com o triste papelão que aprontou, essa moçadinha da Uniban também entrou pra história, infelizmente como vergonha nacional. 


Sociedade hipócrita e machista. Nojenta. Imunda. 


Estou tremendamente chocada com a formação que o pessoal da minha geração está oferecendo a seus filhos. Tenho a impressão de que quanto maior o acesso à informação, mais retrógradas as pessoas estão ficando.

Me espanta demais ver até as próprias mulheres condenando a tal moça do vestido curto. Infelizmente, se a gente considerar que a educação dos filhos ainda hoje fica quase que inteiramente sob a responsabilidade das mães, as perspectivas de um futuro melhor e menos machista são péssimas.

Menininhas ainda são criadas para se tornarem mocinhas de fino trato, boas para casar. E menininhos, desde a mais tenra idade, são treinados para usar e abusar do mulheril, desde que, obviamente, um dia sosseguem o pinto na companhia de uma mulherzinha "decente". Que orgulho do Joãozinho, que com apenas três aninhos já tem namorada na escolinha! Que beleza, o molequinho é danado, já beijou um montão! Tá certo, é macho mesmo. Já a Mariazinha, que é a namoradinha que o Joãozinho andou catando, tem um foguinho no rabo de assustar. E não é que essa menina é uma galinha?

Isso também me fez lembrar o que uma amiga falou dia desses, rebatendo o que tão orgulhosamente um outro amigo comentou, ao enaltecer a "ferramenta" do filho caçula. Ela lembrou muito bem: falar que o filho é dono de um "bilauzão" daqueles é lindo. Impossível é ver alguém dizendo que a filha tem uma "perseguida" de dar inveja. 


Falar baixo, se comportar com delicadeza e ser "decente" são requisitos básicos na educação das mulheres. Sentar de perna aberta? Jamé!!!!!! Ao contrário, homens logo aprendem que não há limites pra satisfação das suas necessidades: coçam o saco a qualquer hora, escarram, fazem xixi em qualquer canto. Como se as mulheres não sentissem coceira, não ficassem cheias de catarro e nunca precisassem esvaziar o reservatório.

Muita gente ainda considera uma obrigação da mulher estar linda, perfumada e inteiramente disponível à espera do maridão, que pode chegar cecezento, mau-humorado e cansadérrimo do trabalho. Como se o dia dela também não fosse desgastante, especialmente considerando a normalíssima dupla jornada que muitas cumprem hoje em dia.

Quer um exemplo terrível? Esses programas de transformação de mulheres, que em geral estão o pó da rabiola por causa de relações desgastadas. Por isso vivem com a auto-estima no dedão do pé, ficam feias, mal cuidadas, com visual lamentável. E dá-lhe tratamento pra tirar gordura daqui, preencher ali, esticar acolá. Como resultado final se apresenta uma mulher novinha em folha (por fora, claro), prontinha pra agradar o benzão. Ele, por sua vez, recebe a "nova" mulher com um sorrisão, satisfeitíssimo. Agora sim, tudo está como ELE merece. No infeliz, nada de mudança. Vai continuar mal acabado e dividindo com a mulherzinha repaginada a mesma vidinha insatisfatória de sempre. A visão machista ofusca a necessidade que ambos têm de conhecer melhor a si mesmos e resolver os problemas internos que cada um apresenta, a fim de que se reconstrua a relação a partir de bases sólidas de fato, não de atitudes superficiais. Enfim, esse é um assunto que dá pano pra manga e cabe em muitas outras postagens. 


Então, até a próxima!