sexta-feira, 25 de março de 2011

HOMENS, C´EST FINI PRA VOCÊS!


Uma notícia na Folha de São Paulo de ontem me surpreendeu:

"JAPONESES CRIAM ESPERMATOZÓIDES EM LABORATÓRIO

Avanço aconteceu com camundongos, levando à criação de animal saudável; ideia é tratar humanos infertéis

Os espermatozóides, criados por pesquisadores japoneses da Universidade de Yokohama, conseguiram dar origem  - por meio de fertilização in vitro -  a descendentes machos e fêmeas, saudáveis e fertéis."


Vixe, só podia mesmo ser coisa de japa!

Que me perdoem os macho-chôs de plantão, mas foi inevitável pensar na pouca (nenhuma?) serventia da rapaziada a partir disso. Pera lá, veja bem: não estou dizendo que o homem deixou de ser bicho (muito) bão, tá legal? É só que, cá entre nós, com essa os cuecudos perderam seu último  - e fundamental -  trunfo diante das mulheres. E nem me venham com pedradas, porque quem inventou a trairagem foram os próprios homens.

Por coincidência, nos últimos dias a desigualdade que ainda impera entre homens e mulheres tem sido um assunto bem recorrente nas minhas aulas. Quando há um aprofundamento, a gente se dá conta do tanto que a cultura machista ainda dita as regras.

Até mesmo entre casais que se consideram modernosos o bicho pega. Por exemplo, é bem normal ouvir mulheres ultradinâmicas afirmando, orgulhosamente, que seus maridos as ajudam nas tarefas domésticas. Acham bacanérrimo voltar para casa depois de um dia cabeludo de trabalho e contar com o favorzão que o maridão faz ao lavar um ou outro pratinho depois do jantar  - que ela teve que preparar, claro. E, diga-se de passagem, homem acha mesmo que arrumar a cozinha resume-se a lavar alguns poucos pratos e talheres. Na imaginação delirante dos mocinhos as panelas saem sozinhas de cima do fogão e correm para a pia, acionando a função autoclean. Tigelas, copos, guardanapos, entre outras parafernálias, também desaparecem num passe de mágica. E limpar o fogão, então? Ah, aí já é demais, né?!

Ainda hoje (se é que isso mudará algum dia), há tarefas estabelecidas como exclusivamente inerentes às mulheres, não importando se elas contribuem igualmente (às vezes até mais) no orçamento doméstico com seu trabalho fora de casa. Caramba, onde é que está escrito que SÓ às mulheres compete a administração da casa? Papel higiênico acabou: culpa dela. Lixo não despachado, caderno de filho sem a fiscalizada básica, tapete sujo, roupa sem passar, tudo, tudinho culpa da infeliz. Afinal, o homem é feito de outro material, né? Ele chega cansado, tá? E com fome, tá? Estressadíssimo. De saco cheio. Querendo encontrar a casa arrumadinha, comida quente, filhos disciplinados e uma mulher gostosa, linda, bem-humorada. É pedir demais? Ô se é.

Então, digam o que quiserem, venham com a batidíssima piadinha dos neurônios, blá, blá e milhões de blás, que depois da descoberta dos japorongos, analisando nua e cruamente, a constatação, ainda que eu não queira, é óbvia: logo logo o homem poderá ser extinto do planeta, mesmo se achando tão importantão. Mas, se depender da minha fervorosa torcida, isso jamais acontecerá. Porque, como eu disse antes, o bicho é bão por demais e eu gooooostcho (muuuuuuitcho)!!!!

terça-feira, 22 de março de 2011

Kira, meu pequeno tsunami



Meu chá de sumiço dos últimos tempos não se deve apenas à interminável obra da nova casa. Duas outras novidades também têm me deixado bem mais ocupada do que o normal. Uma delas é a volta à faculdade, desta vez no curso de Direito. Mas sobre isso vou falar numa outra postagem. Agora quero apresentar o mais novo membro da família: a poderosa, incansável, porcalhona e endemoniada... KIRA.


O pequeno tsunami tem apenas quatro meses e veio para fazer companhia à Suki, que surpreendentemente tem uma paciência de monge tibetano com a pecinha. A nanica é atrevida e desde que chegou - em janeiro - acabou com o tédio da outra coitada, que às vezes me olha com uma cara de "pô, quando é que essa maleta será despachada daqui???". Exagero. Ranhetice de cachorra na meia-idade (Suki já tem seis anos). Fora pequenas peraltices tipo retirar todo o enchimento do encosto do sofá (#*#!) , picotar três orquídeas plantadas em vasos e floridas (#*$#*!!!) , roer diversas portas da casa que vou ter que devolver intacta no mês que vem (#*$%#*#!!!!!) , entre outras coisinhas, até que a fulaninha é gente boa.


E sabe o que é mais legal? Kira é divertida e adora brincar...


Hahaha! Que bonitinha, quer brincar com a cordinha encardida! Não, Kira, agora mamãe não pode, tá?




Hehehe! Olha que fofura com a bolinha!... Depois, viu Kira?




Hihihi! Agora lá vem ela com a bolinha azul... Já já, Kira. Já, já.




Hum... Com o mordedor laranja...




Com o osso azul de plástico...




Fazendo cara de pidona...




Taquilamierda, cachorra! VAI NANAR, SACO!!!!!!!!!!!!!!!!!!

domingo, 20 de março de 2011

Jeans e livros: voltei a estudar


Depois de décadas, neste ano  - era para ser no ano passado, mas a obra da casa não deixou -  voltei a estudar (me antecipo às observações gozadinhas e informo que não é na universidade da terceira idade, ok?).

Cansei de engolir sapos, então, de repente, me deu na louca virar advogada. Ahááá, agora é que eu quero ver neguinho me dando chapéu! Bom, não é beeeem agora, né?... Daqui a quatro anos, seis meses e alguns dias estarei  prontinha para enquadrar os meliantes. É um palitinho, tá logo aí.

Fiquei muito apreensiva com a volta à sala de aula. É lógico que durante os últimos anos fiz um montão de cursos complementares disso e daquilo, mas é diferente quando o babado é uma graduação. Não é moleza encarar a molecada depois que você passa dos enta, eu tinha a impressão de que seria uma coisa de outro mundo. Parece bobagem, mas bateu todo tipo de medo:  me sentir ridícula, ser discriminada, não suportar o blablablá dos professores, enfim, meus miolos ferveram com milhões de paranóias.

Mas, acreditando que a justiça é cega de verdade e que ninguém iria reparar que já ando meio passadinha , me enchi de coragem e fui em frente. Apesar de não ser propriamente uma caloura, já que este não é meu primeiro curso superior, evitei o trote. Vai que chego lá e o povo faz barbaridades comigo? Pior: vai que ninguém faz porra nenhuma! Podiam pensar que eu era professora, bedel (bedéia?... bedoa?... beduda???), faxineira, sei lá... Podiam até perceber que eu também era uma aluna e darem uma amarelada, vai saber. Por via das dúvidas, evitei um constrangimento logo de cara.

Dias depois, comecei a frequentar as aulas. Surpresa: eu não era a única velhinha. Aliás, há gente bem mais velhinha que eu por lá. Surpresa ainda maior: ninguém tá nem aí com isso. Ótimo, agora é que me espalho. E não pretendo refrescar. Sendo estudante, exijo pagar meia-entrada em cinema, teatro e tudo mais que tiver direito. Tá certo que isso vai me dar trabalho, inclusive porque minha carteirinha não tem foto (é um cartão magnético, olha que modernoso!). Aí, imagino que para comprovar minha condição de estudante vou ter que levar fotos minhas na aula, filmes, quiçá (olha que cavernoso!) até professor junto. Tô nem aí, vou e pronto.

A única coisa realmente tenebrosa é ter que madrugar, porque escolhi a turma da manhã. Sou burguesinha (burguesONA? Mulher passada dos enta é ONA em tudo: bonitONA, gostosONA, legalzONA, velhONA!) e tô podendo, tá legal? Mas vou que nem um zumbi, precisa ver.

De resto, só posso dizer que o curso é ótimo, ando aprendendo mil coisas que desconhecia. Aliás, acho que Direito é um curso útil para todo mundo, nunca é demais saber onde a gente pode ou não pode pisar e o que a gente precisa ou não aturar.

Então, para quem tem dúvidas se consegue encarar uma universidade supondo que já pendurou as chuteiras, garanto que vale muito a pena. Conhecimento nunca é demais e resgatar as calças jeans é uma delícia! 

quinta-feira, 17 de março de 2011

Ô desgraça que é construir uma casa!

U-uuu!... Ainda tem alguém aí???

Depois de um longo e infernal verão cá estou de volta. Muitas águas rolaram desde a minha última postagem até agora. Pra entender bem a razão da minha ausência, basta responder a uma simples questão:

VOCÊ JÁ TEVE A INFELICIDADE DE CONSTRUIR OU REFORMAR UMA CASA?

Tô tentando terminar a minha já há um ano e nunca, nunca-nunca-nunquiiiinha fica pronta. Esse martírio, no entanto, vem acrescentando muito às minhas convicções, especialmente a certeza de que, se algum dia imaginei enveredar pelo ramo da construção civil  - sim, já pensei em fazer arquitetura -  agora não quero ver nem a desgraça de um tijolo na minha frente. E sem querer ser radical contra certas categorias de profissionais (que me desculpem os decentes), digo apenas uma coisinha:

ODEIO, DETESTO, ABOMINO, EXCOMUNGO TODOS OS PEDREIROS, PINTORES, GESSEIROS, EMPREITEIROS E AFINS DO SISTEMA SOLAR!!!!

Tá certo, exagerei. Na verdade disse 15 coisinhas ao invés de apenas uma, conforme o prometido. Já em relação à minha ira, acho até que peguei leve demais.

Taquelavida, como é duro lidar com esse pessoal! Começa que pra entender a listinha de materiais que eles pedem é uma cumpricação lascada: 

Até aí, vá lá. Trata-se simpresmente de um pobreminha de linguagem (chamado hipercorreção), é craro. Afinal, dinheiro eles têm (a gente dá, fazer o que, NÉ?), só lhes falta-lhes o gramur.

Mas olha isso:

Traduzindo:

"Ver estas madeiras que estão na obra."

Manatcha la piparola!!!!

Se o problema ficasse restrito apenas ao péssimo uso do nosso bom e velho portuga, até que dava pra encarar. Dureza maior é ver as coisas sendo feitas em slow motion. Tudo é motivo pra coisa não andar. Obra parada desde o dia 15 de dezembro, porque  - sacumé, né? -   o Natal tá logo aí (!!!). Retorno só lá pelo dia 10 de janeiro (e a ressaca da festança, como é que fica?). Comichão já no meio de fevereiro  - ziriguidum, balacobaco, telecoteco!!! E a gente só olhando. Só olhando não, minto. Trabalhando também, porque pra pegar nosso dindim suadão neguinho não perdoa e vira The Flash.

Não bastasse a leseira, dá vontade de chorar quando você vê algumas coisas prontas.

- Ficou "fora de esquadro", né Dona Tânia? Hehehe! Tudo bem, é só comprar o porcelanato (caresééérrimo) DE NOVO que nóis conserta.

*#&$*#*%#*!!!!!

No meio dessa confusão tivemos que contar também com o fator azar. O arquiteto, desafortunadamente, ficou todo estragado. Em novembro operou a vesícula. Em dezembro foi o coração. E agora se recupera de mais uma cirurgia, na próstata. O cara do gesso, então, foi assaltado e levou três tiros no braço. Sorte a dele que isso aconteceu antes do montão de falcatruas que o pessoal dele aprontou na minha obra, senão eu mesma teria lhe aplicado um pipoco mais decisivo.

Concluí, com tudo isso, que ignorar sinais é fatal em qualquer caso. Assim como nos relacionamentos afetivos, a contratação de serviços também exige atenção total logo de cara, senão a extorsão moral e financeira é brava. Quando você começa um casinho novo e aceita que a figurinha lhe dê uns perdidos sem justificativas realmente plausíveis, pede pra levar um belo pé na bunda, né não? Da mesma forma, quando você contrata um fiadaputadumgesseirodoinferno, que logo no começo aparece com as desculpinhas mais furadas do planeta, também está implorando pra tomar um chapéu daqueles. Não tem jeito, boa fé, hoje, é sinônimo de imbecilidade.

Então, é isso. Aos pouquinhos tudo está se ajeitando e logo estarei por aqui com mais frequência, inclusive pra descobrir o que meus blogueiros prediletos têm aprontado. E aproveito pra agradecer aos que não desistiram de mim. Bom, se é que alguém ainda procura novidades neste humilde cafofo, né?! Será?... A escassez (ou total ausência) de comentários dirá. Ai, ai, ai!!!