segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Espelhos são sacanas, cuidado com eles!




Que mulher é um bicho complicadérrimo não é novidade. E o mais incrível é que nem nós mesmas conseguimos definir o que nos deixa totalmente satisfeitas em determinadas situações. Uma delas tem a ver com os presentes que a gente ganha, especialmente se forem roupas. Não falo sobre gostar ou não do modelo, da cor, essas coisas; sempre acho que o que vem é lucro - senão pra mim mesma, será pra "felizarda" que receber minha doação depois. 

Fico muito indecisa se devo agradecer ou xingar quem me presenteou com uma roupitcha por causa do tamanho escolhido (a primeira coisa que olho), sabe? Se for tamanho "P" tomo como tiração de sarro. Logo penso na pessoa que deu se arrebentando de rir ao me imaginar fazendo contorcionismos pra caber na peça. No caso de tamanho "G" fico ainda mais indignada e acho que é caso pra processo. Tá me chamando de gorda, por acaso?! Por via das dúvidas, um "M" é sempre melhor recebido, mesmo que não entre.

Essa dúvida terrível, inacreditavelmente, acontece até quando eu mesma compro minhas próprias roupas. Quando bato o olho em algo que gosto e não encontro o tamanho ideal, por exemplo, tento as mais diversas saídas, alimentada pela ilusão de que no fim tudo vai dar certo. Puxa, levo ou não levo?... Pode não servir agora, mas já já tá uma beleza, afinal isso aqui não é excesso de peso, é só uma ligeira "retenção hídrica", oras bolas! Culpa também da pomada com corticóide que estou usando pra curar um cortinho no meu dedo - e corticóide engorda, todo mundo sabe. Coisas passageiras, é claro. Além disso, tem o lance da modelagem, que pode estar maior que o normal. Taí, levo! E invariavelmente sempre me dou mal.

Foi pensando exatamente assim que minha irmã comprou um conjunto de saia e blusa (com cintinho! hehehe!) na semana passada. Enlouquecida com o visual, nem quis experimentar nada. Correu pra casa e tratou logo de conferir como ficaria completamente fashion dentro da aquisição. A pobrezinha ficou catatônica com o resultado e me ligou pra desabafar:

- Ficou horrível, HORRÍVEL! Voltei correndo pra loja, precisava trocar aquilo. A moça quis me empurrar a mesma coisa, só que de outra cor, fiquei com ódio! Tira isso daquiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii! Não quero, joga fora, xô, socoooooooooooooooooorro!!!

Eu também fui otimista além da conta quando pensei em sair "vestida pra matar" no Natal. Abri meu armário e escolhi um vestido lindo, que nunca usei antes. O comprei há um bom tempinho atrás e já nem me lembrava mais dele. Achei que poderia ficar um pouco "justinho" agora, mas e daí, né? Nada demais. Caramba, o que não é a teimosia de uma pessoa!... Pra entrar já foi uma dificuldade imensa, mas insisti - ué, ombro é grande, né? Horror em grau extremo: ao me olhar no espelho vi que me transformei no autêntico boneco Michelin! E pra tirar aquilo, meu Deus?! A coisa embolou de tal forma, prendeu meus dois braços pra cima e espremeu meu diafragma, quase causando uma parada respiratória. Suando em bicas, fui levada ao conformismo de morrer daquele jeito, já que não podia me mexer nem pra catar o telefone e ligar pro resgate. Só depois de um bom tempo andando pra cá e pra lá, com paradinhas estratégicas pra respirar e refletir é que consegui me livrar. Ufa!

Sei lá, parece que o espelho faz sacanagem com a gente (o único espelho honesto que conheço é o da madrasta da Branca de Neve e por isso não vale, é de mentirinha). Você se olha em casa e acha que até que não tá tão mal. Mas na prática, quando experimenta uma roupa, espantosamente ela não cabe de jeito nenhum, contradizendo totalmente o que o patife do espelho insiste em lhe mostrar. Não sei qual é pior: o espelho de casa - mó fingidão - ou os espelhos das lojas, que embarangam a gente de um tanto que dá até vontade de morrer. Muito esquisito isso.

Vai entender espelho, né não?! ಠ_ಠ

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Praga malígrina!


Tem hora que dá um desânimo desgraçado na gente.... Você toma umas invertidas e passa a não acreditar em mais nada, nem em ninguém.

Como todo mundo que me acompanha sabe, já estou há um tempão terminando a construção da casa nova, que agora está (estava?) por um triz pra ser ocupada. Tudo foi escolhido com o máximo cuidado e capricho, a casa ficou linda, do jeitinho que a gente sonhou. Faltavam apenas pequenos detalhes (que fornecedores desonestos ainda não resolveram) pra gente mudar de uma vez até que...

Na madrugada do último sábado um infeliz invadiu a obra (pulando um muro de três metros!), roubou um montão de coisas - monitores de segurança, torneiras caríssimas etc - e quebrou um tantão de outras. Diante disso, o que é que a gente faz? Chora, né?... Ontem me descabelei de chorar por isso.

Meu desânimo ficou ainda maior por causa do japa, que passou a semana inteirinha trabalhando tanto num plantão atrás do outro e antes de vir pra casa descansar foi até a obra, topando com uma cena dessas. O cara dá um duro danado (salva vida até de bandido, sabe?), paga as contas rigorosamente em dia, não deve nada pra ninguém, é corretíssimo... Puxa, foi triste...

Mas tudo bem, vamos em frente. Hoje já consegui resolver quase tudo, quando se trata de coisas materiais a gente dá um jeito. Só não consegue deixar intacta é a confiança no ser humano de novo. C'est la vie!...

Aí eu pergunto: o que é que esse meliante miserável merece agora? Uma praga malígrina de Bento Carneiro, o vampiro brasileiro:

"Atenção ocê aí que robô meus baguio e num se alembra de devorvê!... Essa noite, quando ocê tivé bem drumindo, o capeta vai vim puxá inté arrancá seus dois pé chulezento pra ocê num pulá nunca mais o muro da casa de ninguém, seu fiadaputadusinfernu!!!"