segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Espelhos são sacanas, cuidado com eles!




Que mulher é um bicho complicadérrimo não é novidade. E o mais incrível é que nem nós mesmas conseguimos definir o que nos deixa totalmente satisfeitas em determinadas situações. Uma delas tem a ver com os presentes que a gente ganha, especialmente se forem roupas. Não falo sobre gostar ou não do modelo, da cor, essas coisas; sempre acho que o que vem é lucro - senão pra mim mesma, será pra "felizarda" que receber minha doação depois. 

Fico muito indecisa se devo agradecer ou xingar quem me presenteou com uma roupitcha por causa do tamanho escolhido (a primeira coisa que olho), sabe? Se for tamanho "P" tomo como tiração de sarro. Logo penso na pessoa que deu se arrebentando de rir ao me imaginar fazendo contorcionismos pra caber na peça. No caso de tamanho "G" fico ainda mais indignada e acho que é caso pra processo. Tá me chamando de gorda, por acaso?! Por via das dúvidas, um "M" é sempre melhor recebido, mesmo que não entre.

Essa dúvida terrível, inacreditavelmente, acontece até quando eu mesma compro minhas próprias roupas. Quando bato o olho em algo que gosto e não encontro o tamanho ideal, por exemplo, tento as mais diversas saídas, alimentada pela ilusão de que no fim tudo vai dar certo. Puxa, levo ou não levo?... Pode não servir agora, mas já já tá uma beleza, afinal isso aqui não é excesso de peso, é só uma ligeira "retenção hídrica", oras bolas! Culpa também da pomada com corticóide que estou usando pra curar um cortinho no meu dedo - e corticóide engorda, todo mundo sabe. Coisas passageiras, é claro. Além disso, tem o lance da modelagem, que pode estar maior que o normal. Taí, levo! E invariavelmente sempre me dou mal.

Foi pensando exatamente assim que minha irmã comprou um conjunto de saia e blusa (com cintinho! hehehe!) na semana passada. Enlouquecida com o visual, nem quis experimentar nada. Correu pra casa e tratou logo de conferir como ficaria completamente fashion dentro da aquisição. A pobrezinha ficou catatônica com o resultado e me ligou pra desabafar:

- Ficou horrível, HORRÍVEL! Voltei correndo pra loja, precisava trocar aquilo. A moça quis me empurrar a mesma coisa, só que de outra cor, fiquei com ódio! Tira isso daquiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii! Não quero, joga fora, xô, socoooooooooooooooooorro!!!

Eu também fui otimista além da conta quando pensei em sair "vestida pra matar" no Natal. Abri meu armário e escolhi um vestido lindo, que nunca usei antes. O comprei há um bom tempinho atrás e já nem me lembrava mais dele. Achei que poderia ficar um pouco "justinho" agora, mas e daí, né? Nada demais. Caramba, o que não é a teimosia de uma pessoa!... Pra entrar já foi uma dificuldade imensa, mas insisti - ué, ombro é grande, né? Horror em grau extremo: ao me olhar no espelho vi que me transformei no autêntico boneco Michelin! E pra tirar aquilo, meu Deus?! A coisa embolou de tal forma, prendeu meus dois braços pra cima e espremeu meu diafragma, quase causando uma parada respiratória. Suando em bicas, fui levada ao conformismo de morrer daquele jeito, já que não podia me mexer nem pra catar o telefone e ligar pro resgate. Só depois de um bom tempo andando pra cá e pra lá, com paradinhas estratégicas pra respirar e refletir é que consegui me livrar. Ufa!

Sei lá, parece que o espelho faz sacanagem com a gente (o único espelho honesto que conheço é o da madrasta da Branca de Neve e por isso não vale, é de mentirinha). Você se olha em casa e acha que até que não tá tão mal. Mas na prática, quando experimenta uma roupa, espantosamente ela não cabe de jeito nenhum, contradizendo totalmente o que o patife do espelho insiste em lhe mostrar. Não sei qual é pior: o espelho de casa - mó fingidão - ou os espelhos das lojas, que embarangam a gente de um tanto que dá até vontade de morrer. Muito esquisito isso.

Vai entender espelho, né não?! ಠ_ಠ

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Praga malígrina!


Tem hora que dá um desânimo desgraçado na gente.... Você toma umas invertidas e passa a não acreditar em mais nada, nem em ninguém.

Como todo mundo que me acompanha sabe, já estou há um tempão terminando a construção da casa nova, que agora está (estava?) por um triz pra ser ocupada. Tudo foi escolhido com o máximo cuidado e capricho, a casa ficou linda, do jeitinho que a gente sonhou. Faltavam apenas pequenos detalhes (que fornecedores desonestos ainda não resolveram) pra gente mudar de uma vez até que...

Na madrugada do último sábado um infeliz invadiu a obra (pulando um muro de três metros!), roubou um montão de coisas - monitores de segurança, torneiras caríssimas etc - e quebrou um tantão de outras. Diante disso, o que é que a gente faz? Chora, né?... Ontem me descabelei de chorar por isso.

Meu desânimo ficou ainda maior por causa do japa, que passou a semana inteirinha trabalhando tanto num plantão atrás do outro e antes de vir pra casa descansar foi até a obra, topando com uma cena dessas. O cara dá um duro danado (salva vida até de bandido, sabe?), paga as contas rigorosamente em dia, não deve nada pra ninguém, é corretíssimo... Puxa, foi triste...

Mas tudo bem, vamos em frente. Hoje já consegui resolver quase tudo, quando se trata de coisas materiais a gente dá um jeito. Só não consegue deixar intacta é a confiança no ser humano de novo. C'est la vie!...

Aí eu pergunto: o que é que esse meliante miserável merece agora? Uma praga malígrina de Bento Carneiro, o vampiro brasileiro:

"Atenção ocê aí que robô meus baguio e num se alembra de devorvê!... Essa noite, quando ocê tivé bem drumindo, o capeta vai vim puxá inté arrancá seus dois pé chulezento pra ocê num pulá nunca mais o muro da casa de ninguém, seu fiadaputadusinfernu!!!"

domingo, 27 de novembro de 2011

Um amor de cachorrinha!


Quando a gente está numa fase péssima, não há otimismo que resolva. Acha que é moleza sair com a cabeça fervendo de uma prova de Direito Penal, cheia de perguntas cabeludas tipo "especifique os tipos de saída de preso"  - que por mim não teria que sair nem pra ver a luz do sol no pátio - e, logo em seguida, ouvir reclamação de vizinho sedento de sangue? Pior que o vizinho tá coberto de razão. Se um maldito pintor, além de passar o compressor no portão da obra ao lado, pintasse meu carro também, certamente eu ficaria fula da vida. 

Resolvidos os perrengues da prova e do vizinho, lá vou eu para um merecido descanso em casa. Antes mesmo de entrar, já visualizo um grande estrago: vidro da janela da sala estilhaçado por tudo que é canto. A belezinha da Kira, num desvario por causa de algo que avistou do lado de fora, arrebentou tudo. Respiro fundo e rogo paciência aos orixás, fazer o quê? Toca catar cacos no chão, remover outros tantos cacos que ficaram presos (bem presos!) na moldura do vidro... Limpa aqui, limpa ali, limpa lá. Detalhe: esse foi o segundo vidro que ela quebrou. Outro detalhe: terei que devolver essa casa inteirinha ao proprietário dentro de poucos dias, quando finalmente me mudo daqui.

Ufa!... Tudo resolvido, né? Não. Chegando à cozinha avisto papéis picotados no chão. Me aproximo mais e quase sofro um ataque cardíaco: não era um papel qualquer, era DINHEIRO!!!! O monstrinho - sim, ELA, de novo - conseguiu alcançar um envelope praticamente inacessível e mastigou a grana. Felizmente não se agradou do gostinho e só comeu pedaços de R$ 100,00, deixando o resto do dinheiro intacto. Espumando de raiva, vou procurar a pestinha, que alheia à confusão se diverte mastigando a tampa da garrafa térmica...

E assim tem sido, desde que esse pequeno tornado entrou nas nossas vidas... Tudo indo pro espaço: aparelho identificador de chamadas, fonte de notebook, fios dos aparelhos de DVD e Home Teather, chinelos, sapatos, roupas, portas, plantas... O que me consola é que já há uns meses a coisinha tenebrosa anda frequentando aulas de adestramento.

Então é isso... Vou indo nessa, conformada com a minha sina.

Ah, mas antes que me esqueça, vem cá: você não tá a fim de ganhar uma cachorrinha de presente não? A Kira vai adorar te conhecer!

Ilustração: THIAGO HOISEL

Greve de sexo

Ontem uma amiga ligou, me alugando num mimimi infinito. Foi traída pelo namorado e no meio das estratégias mirabolantes que bolou pra se vingar, estava a clássica "greve de sexo". 

Pera lá, deixa ver se me entra na cabeça uma coisa dessas: então quer dizer que o traste se aventura num fastfuck extra e a melhor manobra que a infeliz consegue imaginar pra dar o troco é fechar pra balanço? Choquei.

Já que não vai ter culhão pra mandar o sujeito ir catar coquinho de uma vez (única solução possível, na minha visão ligeiramente xiita), então que engula o sapo numa boa, oras bolas! Porque, cá entre nós, greve numa hora dessas é o que menos faz sentido na face da terra, né? Se tendo comida em casa o mané foi jantar fora, imagina só com a geladeira vazia!

Sei lá, viu?! 

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Fala sério, dá pra ignorar uma facada?

Acho incrível o poder que certas pessoas têm de relevar informações importantíssimas. Meu irmão é um desses. Alguém o chama pra conversar e depois de uma hora ele retorna como se nada tivesse acontecido. Minha veia jornalística quase explode de tanta curiosidade avidez pela informação:

- E aí, o que ele falou? CONTA!

- Nada, ué.

- Nada??? Como NADA?! Ficou na frente do sujeito durante uma hora inteirinha e ninguém abriu a boca? Francamente!

Tá legal, ser minimalista, hoje em dia, até que é bonitinho, tá na moda... Mas ontem ele extrapolou na economia de dados. Quando lhe pedi que fosse até o bar pegar um refrigerante ele me informou que não seria possível, porque o bar estava fechado. Como assim, fechado num dia útil e em horário comercial? O motivo me deixou de cabelo em pé:

- O homem levou uma facada. 

- Caramba, FACADA?! Mas como você sabe?

- Ele me contou.

- Mas e aí, o que aconteceu?

- Sei lá, pergunta pra ele!

- Essa não, não é possível que o próprio homem te contou e você não quis saber de tudo. Quando ele falou o que você disse?

- Ué, eu disse "ah, é?".

- Ah, vá! O homem chegou na sua frente, disse que levou uma facada, virou as costas e foi embora? Assim, como se nada fosse?...

- E eu lá quero saber da vida do homem?!...

Não. Não, não e não. Definitivamente NÃO. Inaceitável. Não há ser vivente neste mundo, capaz de articular palavras, que diante dessa informação não diria, no mínimo, MEUS DEUS!!! ou NOSSA!!! Mais que isso: como não querer saber o que aconteceu, tintim por tintim? Como não questionar devidamente a vítima? Cacete, a notícia exige um lead básico, pelo menos. Quê, quem, quando, onde, como e porquê. Cai a língua perguntar essas coisinhas, por acaso?

E o que me resta agora? Esperar que o homem reabra o bar e arcar com o prejuízo, porque pra ir lá perguntar terei que comprar alguma coisa, né? Puxa vida! 

Não é à toa que as mulheres estão conquistando tudo e mais um pouco. O segredo está nos detalhes e nas oportunidades, invariavelmente sempre desprezados pelos homens. Bobões!

Ilustração do genial Ceó Pontual.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Seriedade. É só o que peço!





Hoje o japa me ferrou. Pediu que eu levasse até a obra da casa nova (que está bem no finzinho agora) umas latas de verniz para os pintores. Só que esqueci a chave e como tinha acabado de sair da faculdade cansadona, não estava nada a fim de ter que esperar alguém pra abrir ou voltar depois. Olho, olho, e nada de surgir um cristão pra me acudir.

Tocar a campainha seria uma ideia razoável, se a porrinha estivesse funcionando (já a quebraram três vezes e olha que nem fui morrar lá ainda!). E nada de aparecer ninguém... Pensei: o jeito é berrar, né? Mas berrar por quem? Não sei os nomes dos pintores e a julgar pelo chefe deles (Dedé), imaginei que uma surpresa me aguardava.

Aliás, por que será que esse pessoal de obra é conhecido por nomes tão pitorescos? Na minha construção já passou de tudo: Tião (um clássico, já teve pelo menos três), Zé Cráudio, Wanderleysson, Tonho, Cabelo, Maicou (!!!) e até Zézin du Cocreti (ops!). Sinta só o drama de ter que dar uma dura bem severa num sujeito desses: Zézin du Cocreti, assim não dá, isso ficou uma droga! Alguém levaria isso a sério? Putz...

Liguei pro japa. Tão sacudido, certamente me diria o nome do homem. E o bonitão respondeu sem titubear:

- É Zé Barriga.

- Ahhh, não, né?... Acha que vou ficar gritando pelo Zé Barriga aqui na rua? Fafavô!

- Ué, mas é assim que o pessoal chama o cara! Hahahahahaha!

- Deixa pra lá, vou ligar pro Dedé, ele vai me dizer o nome do homem. 

Com o Dedé seria bem diferente, claro. Nossa relação de contratante e contratado fatalmente o obrigaria a tratar do assunto com maior respeito (ainda por cima vou pagar por um interurbano, porque o celular do homem é de Santos). Não deu outra:

- Ô Dona Tânia, grita aí Zé Barriga, que ele vem!

- Pô Dedé!... Até você?!

Ótimo. Vamos lá, fazer o quê?...

- ZÉ BARRIGA! Ô ZÉ BARRIIIIIIIIIIIGA!!! (putz, minha catchiguria toda indo ralo abaixo...) ZÉ BARRIIIIIIGAAAAAAAAA!!!!!

O povo da rua toda me olhando, quando escuto bem no cangote: Hehehe... tá me procurando, Dona Tânia? Ui, que susto! O homem nem estava lá dentro, sei lá de onde saiu e acho até que ouviu a gritaria a longa distância, por isso é que apareceu. 

Tsc, só comigo isso!... Um pouco de seriedade, por obséquio. Isso é pedir demais?

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Mulher



Para entender uma mulher é preciso mais que deitar-se com ela…
Há de se ter mais sonhos e cartas na mesa que se possa prever nossa vã pretensão…

Para possuir uma mulher é preciso mais do que fazê-la sentir-se em êxtase numa cama, em uma seda, com toda viril possibilidade… 

Há de se conseguir fazê-la sorrir antes do próximo encontro.

Para conhecer uma mulher, mais que em seu orgasmo, tem de ser mais que
amante perfeito…
Há de se ter o jeito certo ao sair, e fazer da saudade e das lembranças, todo sorriso…

- O potente, o amante, o homem viril, são homens bons… bons homens de
abraços e passos firmes… bons homens pra se contar histórias… 

Há, porém, o homem certo, de todo instante: o de depois!

Para conquistar uma mulher, mais que ser este amante, há de se querer o amanhã,
e depois do amor um silêncio de cumplicidade…
E mostrar que o que se quis é menor do que o que não se deve perder.

É esperar amanhecer, e nem lembrar do relógio ou café… Há que ser mulher,
por um triz e, então, ser feliz!

Para amar uma mulher, mais que entendê-la, mais que conhecê-la, mais que 

possuí-la, é preciso honrar a obra de Deus, e merecer um sorriso escondido, 
e também ser possuído e, ainda assim, também ser viril…

Para amar uma mulher, mais que tentar conquistá-la, há de ser conquistado… 

Todo tomado e, com um pouco de sorte, também ser amado!

(Carlos Drummond de Andrade)



Aproveitando que estive aqui hoje, não poderia deixar passar em branco o centenário do meu grande inspirador, senhor do nome deste espaço e da minha mais profunda admiração. Viva Drummond, sempre!

Dúvidas e facada no português

Pois é, nem bem resolvi minha vida  - menos ainda as mudanças que quero fazer aqui no cafofo - e tô de volta. O povo pede, acredita? E lá vem e-mails pedindo conselhos.... Entre eles, este aqui:

"estou namorando a 5 anos e de uns tempos pra cá meu namorado disse não ter certeza dos sentimentos dele, dis que me ama, mais qd brigamos quem sempre acaba indo atras dele sou eu, o amo muito mais oq faço? continuo com as mesmas atitudes ou mudo?"

Bom, amiguinha... Se eu fosse você dava um tempinho pro sujeito sentir sua falta e se definir quanto ao que sente. Se isso vai dar certo? Não sei. Só sei que "há" de haver tem que ser assim mesmo, com "h"; "diz" de dizer também deve ser assim mesmo, com "z"; "mas" de porém, é... Ah, deixa pra lá, vai!

P.S.: só respondi esta pergunta pelo imenso pesar à sua total falta de afinidade com o nosso bom e velho amigo portuga. Farei, inclusive, um minuto de silêncio.


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05/11/2011


Notei que minha visão objetiva nesta postagem assustou algumas pessoas. Acho que na verdade nem precisava, mas explico: boa parte dos e-mails que recebo pedindo opinião sobre algo vem acompanhada de "estou precisando de uma chacoalhada". Isso acontece porque, na real mesmo, quem escreve já sabe a resposta à pergunta que me fez. 


Das duas, uma: ou quer que eu passe a mãozinha na cabeça ou precisa ver outra opinião nua e crua além da própria pra se sacudir. E, acredite, uma opinião sincera e direta faz a maior diferença. 


No caso desta postagem, especificamente, penso que muito antes de se preocupar com o pensamento do outro, a miguxinha tem mais é que olhar pra si mesma e se ver de verdade. Um bom começo é dedicar seu tempo pra melhorar em tudo o que puder, só assim terá uma boa autoestima e aprenderá a se livrar de roubadas. E vamos combinar que tem muito o que melhorar, hein?! Ô textinho cascudo!


Pronto, é isso aí. Pediu pra falar, falei.



quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Cercada de bandidos por todos os lados!



Ainda não voltei de vez, mas precisei vir agora pra dizer que esse mundo está uma bosta. Todos os dias recebo e-mails criminosos:

. Atualização de cadastro do banco Itaú - onde não tenho (nem nunca tive) conta;

. Sinto sua falta! - de rementente que nunca ouvi falar na vida;

. Dona Gabriela Vidente (!!!!!) - dispensa maiores comentários.

São dezenas de golpes, é terrível fazer a triagem na hora de abrir e-mails. E, sinceramente, acho um absurdo ter que viver fazendo isso. Taquelavida, nem no aconchego da minha caixa de entrada tenho sossego!...

Tem também flanelinha maldito por todo lado, gente com receitinha de remédio batendo na porta de casa, mensagens via celular (já me avisaram até que fui sorteada para o avião do Faustão!), enfim, uma extorsão atrás da outra.

Mas hoje foi o fim, tentaram me aplicar o golpe do sobrinho.

É assim:

O fdp te liga (a cobrar, lógico) e vai logo mandando: "Oi tia!"...

Você, encafifada, logo pergunta quem é. E ouve: "ué, tia, é seu sobrinho mais velho, não lembra não?!".

Já convicta de que tratava-se de um morfético de um bandido (não tenho sobrinho com aquela voz e, muito menos, que me ligaria dessa forma), dei um pouco mais de corda pra ver qual era o babado:

- Tudo bem?

- Ih, tia, mais ou menos!... Você não sabe o que aconteceu... Peguei o carro de um amigo emprestado e dei uma batida feia. De todas as oficinas onde levei a mais barata cobra R$ 3.900,00 pelo conserto, acredita?

- Puxa! Mas onde é essa oficina?

- É no centro.

- Centro de onde?

- Ah, tia!... No centro da cidade, né?!

- De que cidade?

- Tia!... São Paulo, né?!
(não tenho sobrinhos em São Paulo com idade para dirigir)
 

- Ok. Imagino que você esteja querendo que eu deposite o dinheiro na conta de algum amigo seu, já que a sua está com problemas, não é? Mas farei melhor: vou até aí te levar pessoalmente, JUNTO COM A POLÍCIA, tá seu bandido #$%*%$#*%$, #$%*%$#*%$ e #$%*%$#*%$?!

- NÃO!!!! Pera ti...

Tu-tu-tu-tu-tu...

Aí, quando se fala que bandido bom é bandido morto, a turma dos direitos humanos se descabela. Pode?!

Ilustração: Thiago Hoisel

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Dando um tempo geral...


Acho que tem hora pra tudo nessa vida. Hora de começar, hora de parar, hora de retomar as coisas se a gente achar que deve...

Já há uns meses venho pensando bastante sobre isso e acho que chegou o momento de dar um tempo geral na Internet. Tem um montão de coisas exigindo minha dedicação total, mas que acabo deixando de lado. Só que agora não dá mais pra empurrar com a barriga.

É mudança pra casa nova, faculdade, cuidados comigo mesma, enfim, uma porção de coisas que quero (e preciso) fazer, mas acabo não encontrando um tempinho bacana pra elas.

Chegou a hora de fechar os olhos e a boca para as minhas loucas divagações, arrancar esses bobes da cabeça, sossegar a mente um bocadinho e me reciclar. Aqui no blog andei passeando pelas postagens que fiz ao longo de todos esses anos e revi muita coisa que gostei bastante de escrever, além de abordagens que hoje parecem não ter mais muito sentido pra mim. Até por isso é legal reformular tudo. Novas ideias, um novo jeito de me expressar, sei lá... Vamos ver o que acontece.

Isso não é um adeus. Este espaço é muito importante pra mim, então não vou abandoná-lo. De repente, me dá na louca, venho e escrevo antes até de completar a reciclagem que estou querendo, vai saber...

Mas, por enquanto, é isso. Fico por aqui, agradecendo demais pela atenção que recebi até agora, por todos os que resolveram me acompanhar mesmo sem ter deixado comentários e, muito especialmente, aos que estiveram comigo desde sempre, rindo, chorando, me apoiando, enfim, sempre ao meu lado. Não vou citar nomes, mas os comentários nas postagens os revelam. Pessoas incríveis, que pretendo continuar seguindo também. 

Nesse período de pausa responderei a todos os e-mails que quiserem me enviar, ok? Endereço no contato aí ao lado.

Um beijo enorme pra todos e até outra hora...

E não se esqueçam de mim, fafavô!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Toda mulher tem o homem que merece



Primeiro considere o título do post de maneira mais abrangente. Na verdade acho que toda pessoa tem a companhia que merece. Mas, provavelmente por influências diversas (formação, mídia, aspectos culturais em geral), sem dúvida a mulher é quem mais embarca em canoa furada.

Você já deve ter ouvido um montão de vezes: "Ih, mas fulana tem dedo podre pra homem!... Se mete com um pior que o outro!". Não acredito nesse tal "dedo podre" não. Acredito em péssimas escolhas ou encaminhamentos desastrosos nos relacionamentos.

Pra começar tem mulher que entra em roubada assim, de graça. Ao se envolver com um homem já comprometido, por exemplo, é óbvio que não pode esperar grande coisa da parte dele. Nem falo sobre a canalhice de sujeito maluco por um "fast-fuck" básico fora de casa; o problema é de ordem prática mesmo, neguinho é um só, como vai dar conta satisfatoriamente de duas ou mais mulheres? Olha que mulher é bicho complicado, hein? Uma só já é dose e dá um trabaaaalho!

Tem também a "fadinha", que acredita piamente na habilidade de mudar um traste. E enquanto o "plim" salvador da varinha não funciona, arranja justificativa pra tudo que é desqualificação do infeliz:



. Vagabundo: "Ah, coitado!... Todo santo dia, depois das duas, sai pra procurar emprego e não acha nada, acredita?!"

. Bebum: "Ele é ótimo. Só me enfia a mão na cara quando bebe... Fora isso, não tenho queixa."

. Galinha: "Ai, sabe como é homem, né?... Essas piranhas ficam dando mole!"

. Pão-duro: "Nunca ganhei presente de aniversário. É que ele é distraído pra essas coisas, sabe? Também, com tanta preocupação na cabeça!..."


Enfim, há mulheres que alimentam ilusões uma vida inteira. Não percebem que sucesso nos relacionamentos depende única e exclusivamente de ATITUDE. Também, não é pra menos. Além da inquestionável cultura machista que dita regras ainda hoje, há também outros fatores que contribuem significativamente para os péssimos rumos dados às relações.

A mídia, por exemplo, tem grande parcela de culpa nisso. "Enlouqueça seu homem com tal perfume", garante uma matéria. "Atraia seu gato com uma lingerie sensacional", diz outra. Mensagens que contribuem para uma das mais perversas carências: a aprovação do outro.



Entre ter dignidade e ter um relacionamento que machuca o que você escolhe?

Muitas vezes a mulher não se dá conta de que, ao se desdobrar para agradar ilimitadamente um homem, está é se desmerecendo e acabando com as chances de construir uma relação bacana. Cede aqui, cede ali, sempre morrendo de medo que o sugador de alma a deixe na mão.

O pior é que isso se processa mais ou menos assim:

NA CABEÇA DELA:
Faço o que posso e o que não posso para agradar esse homem.

NA CABEÇA DELE:
Ela faz o que eu quiser. Está desesperada.

É legal encarar as próprias dificuldades, até aquelas que a gente se envergonha de admitir pra si mesma. TODA mulher já se sentiu constrangida por parecer carente demais. TODA mulher já teve um homem a seus pés, que sumiu no instante em que ela cedeu. TODA mulher sabe o que é se sentir desvalorizada. 

Não sou diferente de ninguém e também já me meti em algumas frias. Mas se tem uma coisa da qual posso me orgulhar, é que sempre soube sair delas a tempo de não me estrepar irremediavelmente. Nunca abri mão de amigos por causa de um relacionamento afetivo. Também jamais coloquei em segundo plano minha carreira, nem as coisas que gosto de fazer. Não fiz, não faço e com a boca cheiona, afirmo que jamais farei concessões que me violentem só pra manter um homem ao meu lado. Não tolero, em hipótese alguma, humilhação e desvalorização. Não suporto desrespeito só pra não ficar sem a companhia de alguém que evidentemente não me merece se não me trata com consideração.

O primeiro presente que ganhei do japa veio dentro da sacolinha plástica da loja onde foi comprado. Assim, sem pacote bonitinho, cartão, nada. Foi a única vez que isso aconteceu, porque nesse instante o informei de que não tinha obrigação de me presentear, mas que quando o fizesse, caprichasse mais. O valor da coisa não importa, o que interessa é como a coisa chega, a dedicação que foi dispensada, não é não?

Não existe fórmula mágica, nem mulher melhor ou pior. Pode ser feia ou bonita, gorda ou magra, rica ou pobre, inteligentíssima ou uma anta, tanto faz. Fato é que quem se comporta como um capacho, toma pisada a vida inteira, não tem outro jeito. 

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

VINGANÇA... Vale a pena?



Desde que o mundo é mundo, dentre tantas inquietações da alma humana, uma é, sem sombra de dúvida, peculiar a qualquer pessoa: o desejo de vingança. Em maior ou menor grau, concretizando ou não, acho que não existe cristão que já não tenha sido remoído por isso. Pelos motivos mais diversos possíveis, acho que em algum momento da vida todo mundo já se sentiu impregnado de fúria diante de algo que considerou injusto, principalmente pela rejeição. Ah, essa é doída!... Haja sangue de barata para aceitar passivamente a humilhação do abandono. 

Sei bem como é. A gente nem dorme direito, a raiva atormenta, o sangue ferve. Na mente, só a repetição frenética de mil coisas misturadas... Momentos de intenso prazer mesclados por decepções, sinais de traição e pela mortal certeza do fim. Passa-se a adorar o outro pelo avesso...  


Há quem chegue às vias de fato depois de um pé na bunda bem dado. Seja atacando com crueldade o bem mais precioso do parceiro, seja aniquilando sua dignidade  - como no caso da célebre homenagem feita a um tal de Scott Kelly durante o festival de música Big Day Out, realizado em Auckland - Nova Zelândia, em 2004. Na ocasião, um pequeno avião sobrevoou a platéia com uma faixa onde se lia "Scott Kelly has got a small dick" (Scott Kelly tem um pau pequeno). Difícil imaginar humilhação mais cascuda.

Mas, mesmo sabendo o quanto é difícil superar esse sufoco (até porque tudo tem seu tempo certo para acontecer), acho legal tentar olhar a coisa toda de modo mais prático, procurando se livrar dos inevitáveis arrependimentos futuros. Penso que vingança NUNCA vale a pena. Não por ser um sentimento horrendo, que alguns até consideram pecado, mas simplesmente porque é pura perda de tempo. 

Enquanto a pessoa atormentada passa seus dias e noites bolando maneiras de atacar o outro, ele se esbalda por aí, pouco se lixando para a dor da infeliz. Nada, mas N-A-D-A mesmo, tem o poder de mudar o rumo de uma história acabada. É "the end" com ou sem vingança. Ah, mas como é bom o gostinho de vê-lo sofrer também, né?! Uma ilusão, só isso. Porque ele pode até sofrer com as consequências de um ataque, mas não mudará de ideia a respeito de quem o atacou. Se bobear, acaba pegando até nojo. Aí sim, não sobra sequer a mais remota possibilidade de que um dia as coisas possam ser diferentes. 

Se vingar é bater a porta, trancar e engolir a chave (sem direito a Lactopurga para conseguir recuperá-la mais tarde).

Não existe no mundo vingança mais eficiente do que botar a fila para andar e ser feliz novamente. Não é nada fácil, eu sei, mas é único caminho possível para quem gosta de si mesmo (de verdade), se respeita e quer andar para frente.

"Não há maior vingança do que o esquecimento."
(Baltasar Gracián Morales)


Ah, Chico!... O que seria deste meu post sem você?... 

Ilustração: Riba Tavares

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Homem que é HOMEM...



Ontem, ao ver um amigo se matando de rir do susto que a mulher dele tomou ao ficar cara a cara com um rato, me lembrei de uma teoria da minha irmã sobre os homens, que acho muito interessante. Segundo ela, homem que é HOMEM mesmo, assim, todo maiusculão, precisa possuir certas características para ser reconhecido como tal, sob pena de enojar o mulheril caso seja diferente.

Concordo. Pra ser bonzão, de verdade, o homem tem mais é que mostrar serviço. Vamos a alguns requisitos básicos:


MATAR BARATA

Tem que ser com o pé, não tem mais-mais. Nada de pegar vassoura, chinelo ou qualquer outra coisa que atenue seu contato com o bicho. Importante: não pode ter medo, sob hipótese alguma. Nem que o bicho pouse em sua cabeça pode emitir qualquer som ou expressão de espanto. Precisa ser rápido e certeiro, impedindo que a nojenta escape a todo custo. Por isso mesmo, a apresentação do cadáver é comprovação fundamental do sucesso da ação, que será devidamente dada por encerrada apenas se o matador segurar a vítima pela anteninha antes de jogá-la no lixo. E isso vale para todo e qualquer bicho, até mesmo para os ratos, que exigem tiros ou facadas pra sucumbir.


JOGAR FUTEBOL

Não interessa que o homem não goste de futebol, mas tem que saber jogar. Mais que isso: tem que saber TUDO sobre o assunto. Chocolate, pelota, linha, chaleira, tapete, enfim, nada é segredo para o homem antenado nos termos futebolísticos. Classificação de times, nomes de jogadores, regras do jogo, nada pode passar batido. Também pouco importa se a mulher com quem ele vá conversar sobre isso entenda alguma coisa (aliás, são poucas as mulheres que gostam de falar de futebol), porque para ela interessa apenas que ele saiba. Embaixadinhas com duração de três minutos, no mínimo, também são desejáveis. 


DIRIGIR

Nunca, nunca, nunquinha, jamais o homem pode ser braço-duro. Este é um item para o qual não tem perdão. Homem bonzão dirige qualquer coisa, desde carrinho de supermercado até Terex Titan. Baliza deve ser baba, não existe vaga difícil. Tem que colocar o carro de primeira, rapidão e de preferência fazendo uso da marcha ré. Tempestade, neve, furacão, cratera, aclive, declive, nada pode apresentar o menor nível de dificuldade para um homem. Ah, muito importante também: conhecer absolutamente todos os elementos do motor do carro é imprescindível. O carro pifou? Neguinho abre o capô, bate o olho e imediatamente acha o defeito. Não há rebimboca da parafuseta que represente desafio para ele.

E olha que nem precisa fazer isso, porque é só mulher que consegue mesmo:



Aqui estão apenas alguns itens básicos, é claro que há diversos outros com maior grau de complexidade, que também mereceriam atenção, enfim... 

Bom, mas agora dá licença, que vou correr daqui. Serei trucidada com críticas fervorosas. 

Hum... Se bem que, pensando melhor, nem vou me escafeder não. Porque se tem outra coisa importante que homem bonzão precisa fazer e muitíssimo bem, é permitir que a mulher fale o que lhe der na veneta, sem dizer um "a" atravessado.


Ilustração: Pedro Conti