segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Ano novo, idade nova. Essa não!!!

Caramba, eis aí o destino, me pregando sempre as maiores peças. Encerro 2009 fazendo aniversário. Ano novo, idade nov... v... v... velha! Bom, pelo menos há um consolo: vai ter festa no mundo inteirinho! Nada de reveillon. Preparem o champagne, que o dia será de Tânia Meneghelli!

Reza a lenda familiar que meu nascimento foi bem peculiar. Ter um filho na noite do dia 31 de dezembro não é fácil, mesmo nos dias de hoje. Então, imagine como foi isso há... há... #@*&$% anos atrás.

Bem, voltando à minha saga, naquela época ninguém tinha carro na minha casa - olha aqui, antes que algum engraçadinho questione se o automóvel já havia sido inventado, aviso logo que sim, tá? E há muuuuuito tempo! - então foi necessário encontrar um taxi. Faltando pouco pra chegada do ano novo, isso foi uma complicação daquelas. Chamaram um taxi e nada do homem aparecer. Sufoco danado, conseguiram encontrar outro, que chegou juntinho com o que haviam chamado primeiro. Resultado: um belo bate-boca. E minha mãe se contorcendo de dor. Tudo resolvido, corre pro hospital.

Meia-noite chegando, chegando... E o pessoal do hospital botando a maior pressão, porque a primeira criança que nascesse ganharia um montão de coisas. Foi exatamente nesse instante que o espírito de porco baixou em mim (não me largando nunca mais!) e nasci às 23h55m. Coisa de pobre isso, né? Fazer o quê?! Além de não ganhar necas de pitibiribas, por causa de cinco minutinhos ainda sou obrigada a carregar eternamente o fardo de ter nascido na década de... de... Tsc!... Isso já está me dando nos nervos! Por que é que não bato a cabeça na quina da mesa agora mesmo e fico com amnésia? Bom, querendo ou não, logo logo esqueço isso de uma vez. O loirão abusado (Alzheimer) certamente vai se lembrar de mim.

Então, cá estou. Agora virei ONA. Quando a gente já tá meio passadinha é assim, sabe? Tudo é ONA. BonitONA, inteirONA, amigONA... VELHONA!!! Ai, mas que raiva me dá desse ONA! Deixa estar, que não me rendo fácil não. Maracujá de gaveta é que não viro. Não quero nem saber, na hora "h" não pouparei esforços, nem me renderei às críticas. Vou é me transformar numa bela de uma esticadONA!

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Bem, esta foi minha última postagem do ano. E além de agradecer imensamente a todos que estiveram aqui me apoiando com suas visitas e comentários, quero deixar registrada também minha enorme admiração por um amigo muito querido, que me tornou mais feliz com sua companhia durante 2009. Ainda não o conheço pessoalmente e nem sei se um dia a gente vai se esbarrar por aí, mas isso não importa.

Fundamental é saber que por trás da telinha há um ser humano de coração gigante, alguém que mesmo tendo passado por momentos complicadíssimos nos últimos tempos, jamais deixou de ser atencioso e presente. Ao longo deste ano, apreensiva, acompanhei a dolorosa luta que ele enfrentou contra a leucemia. Foram meses de muita dor e dúvidas, que finalmente resultaram num bem sucedido transplante de medula.

Como um cara admirável que é, no meio dessa confusão toda e se esforçando pra continuar vivo, ele me surpreendeu muitas vezes, encontrando disposição pra se comunicar comigo, me contando detalhes do seu tratamento, falando da sua rotina, dos seus medos e planos, enfim, sendo bem transparente. Ao mesmo tempo foi também muito solidário, me ajudando a entender um montão de coisas e vibrando comigo em relação a tantas outras.

Há poucos dias atrás ele me emocionou com um e-mail lindo, onde agradece pela força que acredita que eu tenha oferecido a ele durante este ano. Me admirou vê-lo considerando que, a meu modo, contribuí pra sua recuperação. Ele é um distraído, isso sim. Não percebeu que quem ganhou tanto com tudo isso, fui eu. Ganhei um amigo novinho em folha, mais forte, mais feliz e vencedor. Ganhei, acima de tudo, a alegria de me sentir valorizada por alguém muito sensível, que não estabelece limites entre a virtualidade e o mundo real, entendendo que pessoas não podem ser desligadas junto com o computador. É bom demais quando alguém dá essa importância toda pra gente, não é não? Simplesmente não há palavras que possam expressar minha gratidão.

O que me resta é apenas desejar que 2010 seja fantástico pra todos nós, que nos reserve surpresas ainda mais legais e que venha cheio de esperança.


Um grande beijo pra todo mundo!



sábado, 26 de dezembro de 2009

The day after... Num guento mais ver panetone!

Ufa!...Primeira fase de festas superada. Agora o jeito é encarar cardápio internacional, até Deus sabe quando. Aqui tô podendo escolher entre comida francesa (restodonté) ou oriental (soborô). Chique! Panetone, dia e noite. Pernil? No café da manhã, almoço, lanchinho da tarde, jantar e, se bobear, até naquela providencial boquinha antes de deitar. O tender, coitado, já esturricou. É de lascar!



O pior são as calorias. A suadeira do ano inteirinho vai por água abaixo num dia só. Sai já do meu culote rabanada! Sai de mim, sai, sai saaaaaaaaaaaaaaiiiiiiii!!!!!!!!


O problema é que nessa época, alguns dias antes das festas propriamente ditas, tem uma porção de outras festinhas pra ir. É confraternização com amigos, comemoração no trabalho, enfim, a gente come, come, come e nunca mais para de comer. Aí fico achando que o miserê deve estar impregnado no meu ser, porque já tô morrendo de saudade do arroz e feijão de todo dia.


Bom, mas valeu. É até feio reclamar de comer demais, quando há tanta gente por aí que não conta nem com o básico em dia nenhum. Muito triste isso, de verdade.


Embora eu tenha minhas reservas quanto a essa época do ano, passei por dias bem animados e, pra variar, meio atrapalhados também. Primeiro foram as compras, nem preciso dizer o saco que foi transitar por lojas tão lotadas. Uma das coisas que mais odeio comprar (que me perdoem os bacaninhas de plantão) é brinquedo. Também não preciso dizer exatamente porque, né? Tá, dou uma dica: CRIANÇAS POR TODA PARTE!!! Olha, tudo bem que numa loja de brinquedos o público-alvo seja a molecada, obviamente. Mas vamos combinar que os fedelhos são espaçosos. Gritam, pulam, correm, mexem em todo canto. Imagine como é que fica a cabeça do cristão ao som de tanto berro, potencializado por outros barulhinhos adicionais: UIIIUIIIUIIIIIIIIII (sirene de carrinho de bombeiro...), TARRATATATARRAAAAAAAAAA (rajadinha de metralhadora...), UNHÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉ (chorinho de boneco bebê!) e por aí vai...


Ok, é Natal, vamos em frente... Tento encontrar algo bacana pra presentear dois sobrinhos. Um problemão, os moleques têm de tudo! Fora que a criançada de hoje, com a cara na frente do computador o tempo todo, não me parece curtir brinquedos convencionais. Dureza, mas, de repente, dou de cara com um treco que achei legal: helicóptero com controle remoto. Uma réplica perfeitinha do helicóptero verdadeiro, mil luzes acendendo, hélices poderosas e voando de verdade. Pronto, achei. Hora de enfrentar o segundo problema: tratavam-se de dois irmãos, então seria necessário que os brinquedos fossem iguais, mas com cores diferentes. Procurei, procurei e, finalmente, achei um diferente do outro. Como etapa final da peregrinação, encarei a fila quilométrica do caixa. Saco, a loja, muito movimentada, não estava fazendo pacotes de presente. Toca levar papel pra embrulhar em casa. Pouca variedade de temas, um sufoco achar papéis que não ofendessem a maturidade (e masculinidade) dos meninos. Tudo certo, lá fui eu fazer os pacotes. Caraca, acredita que ficou faltando 1 cm pra cobrir a caixa toda? 1 cm!!! Taquelavida, precisei usar a imaginação e fazer um remendo. Até que ficou legal. Bom, tanta complicação certamente valeria a pena. Os brinquedos eram geniais, estava convicta de que ia arrebentar a boca do balão.


Jingle bell, Jingle bell... Eba! Chegou a hora de dar os presentes pros meninos. Ah, tava doida pra ver a carinha deles! Se meu filho, um galalau de 25 anos, adorou as engenhocas, é claro que eles gostariam também! Uhuuuuu!... Até que enfim dei uma dentro! Entrego os pacotes e...


- Tia, a gente já tem helicóptero de controle remoto...


Ah, quer saber? Cheeeeeeeeeeeeega! Dá licença, que vou lá comer mais um bocadinho de panetone mofado, tá? Fui!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Ninguém leva o bom velhinho no bico não!


Como já contei na postagem anterior, não sou muito chegada às festas de final de ano. Reafirmo que adoro a decoração, as guloseimas, enfim, pra mim isso tudo é exclusivamente forma, mas conteúdo, não.

Sou meio teimosona com essas coisas, sabe? Não me apego a datas específicas pra nada. Presentes, acho legal dar e receber quando não se espera. Já ser uma pessoa de bom caráter, penso que é o que se espera o tempo todo. De nada adianta passar o ano inteirinho sendo maledicente, egoísta, interesseiro, enfim, desrespeitando Deus e o mundo, pra posar de bonzinho só no Natal. E dá-lhe belas mensagens nos sites de relacionamento, recadinhos enfeitados, citações angelicais. Pode até parecer que sim, mas de besta o bom velhinho não tem nadinha! E não convém abusar, porque o homem vive de saco cheio. Hipocrisia por toda parte é dureza de aguentar!
 
E tem jeito de abstrair? Não. Um simples choppinho por aí se torna uma viagem ao inferno. Tudo lotadérrimo, gente se acotovelando pra todo canto, atendimento previsivelmente demorado. Aliás, eu gostaria muito de saber de onde é que sai tanta gente nessa época. Se você for viajar, encontrará a estrada congestionada, com filas quilométricas nas praças de pedágio. Chegando ao seu destino, seja onde for, também já estará entopetado de gente. Pra pegar um lugarzinho na praia, por exemplo, é necessário madrugar. Não querer encarar essas complicações e preferir ficar sossegadinho no seu pedaço também não é uma boa opção. No supermercado, tudo entupido. Filas enormes no açougue, na peixaria, nos laticínios, na padaria, nos caixas... Haja paciência. Shopping, então, nem pensar! Vaga no estacionamento? Vá sonhando! Fila até pra pegar a escada rolante. Pense bem, há alguma lógica nisso? Como é que a população se multiplica tanto nesses dias? Afinal, onde é que essa turma toda estava entocada, meu Deus?
 
Mas o pior, mesmo, é a boa e velha hipocrisia. Gente que não suporta nem sentir o cheiro do outro, se beija e se abraça. Resolver a pendenga de uma vez e se relacionar melhor, de verdade? Nem pensar, pra quê? O protocolo exige apenas os cumprimentos de praxe. Porque é Natal. Pessoas que não cumpriram promessas feitas e nem mesmo as próprias obrigações, fingem-se de desavisadas, surgindo leves e faceiras, só no embalo da festa. Oras, deixa pra lá, é Natal. Tudo é permitido e tolerado, porque é Natal.

Mesmo diante disso tudo, ainda deposito todas as minhas fichas na renovação que esta época é capaz de proporcionar. Acredito de verdade que a atmosfera envolvente da ocasião tenha o poder de amolecer os corações mais endurecidos, de criar uma consciência mais plena do que significa viver com integridade. Basta, apenas, que as pessoas realmente estejam interessadas em dar de si, o tempo todo (não só no Natal), exatamente o que gostam e merecem receber. É como tão bem Luis Fernando Veríssimo colocou: "As pessoas só se definem no seu relacionamento com outras. Ninguém é o que pensa que é, muito menos o que diz que é... Ou seja, ninguém é nada sozinho. Somos o nosso comportamento com o outro". Este sim é o verdadeiro significado do Natal.

Bom, fico por aqui, desejando a todos um Natal bem bacana, cheio de paz e muita reflexão.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Presentes... Que martírio!

Preciso confessar que esta época do ano é um tormento pra mim. Calma aí, não sou nenhum Grinch. Adoro ver filmes de Natal, curto a decoração, me empanturro de panetone... Mas o que me incomoda, de verdade, são as atitudes obrigatórias, convencionalmente impostas nessa ocasião. E ainda pior que ouvir "boas festas" só da boca pra fora, vindo muitas vezes de quem sequer se lembra da sua existência durante o ano todo, é ter que dar conta da listinha formal de presentes que não podem faltar. 



Presente pode se tornar uma dor de cabeça daquelas, dependendo de quem vai receber. Não é fácil agradar a gregos e troianos, especialmente quando o que conta não é a intenção, mas sim o valor material que a coisa tem.



Anteontem li, estarrecida, a seguinte notinha da coluna social da Folha de São Paulo:


A lista de Carrasco

Quer saber o que artistas famosos deram de presente de aniversário para Walcyr Carrasco, autor da novela "Caras e Bocas"? Está tudo na página dele no Twitter. "Flávia Alessandra e Otaviano me deram um bolsa masculina incrível Louis Vuitton e o Malvino (Salvador) um super vinho! Camisa Zegna (Ermenegildo Zegna) linda da Débora Evelyn, Champagne Cristal da Beth Mendes (uau!), jaqueta Armani do Marcos Pasquim". Reclamação: "O Luigi Baricelli não me deu presente! E foi na festa!".



Sorte a minha que não sou amiga do Walcyr e não fui convidada pra festa dele. Fico só imaginando o que ele diria quando recebesse a clássica camisa polo comprada nas Casas Pernambucanas que eu lhe daria. Daquelas que antes de colocar no pacote você corta o preço com a tesoura e deixa o resto da etiqueta pendurada pra poder trocar se for preciso. E ainda recomenda a quem ganhou que aguente a pinicação e só arranque a etiqueta depois de experimentar.



Outro dia uma amiga minha se viu sufocada numa saia justíssima, por causa do alto nível de exigência de uma pessoa. Estava reunida com um pessoal, quando resolveram fazer o sorteio para o amigo secreto. Uma das participantes, de imediato, alertou: "Já vou avisando que não quero presente porcaria! Quem me tirar vai ter que caprichar muito. Olha lá, hein?!". Suor frio geral e começa o sorteio. A exigente tirou o primeiro papel. Minha amiga tirou o segundo e... Socorro, pegou justo a chatinha! Incauta até não poder mais, imediatamente devolveu o papel, dizendo que tirou a si mesma. Um berro ecoou no ambiente:




- MENTIRA! Quem tirou você fui eu!!!



- Ai!... É que... ba... bi... pa... ti... mo...




Pois é. Diante dessa, só mesmo gaguejando até perder a fala e ficar muda pro resto da vida.



Bom, sei lá se sou um ET, mas sempre acreditei que presente é uma delícia de dar e receber, não importando nadinha o valor da coisa. Caramba, inúmeras vezes ganhei coisas que não usaria jamais e não vi o menor problema nisso. Não peço pra trocar, não reclamo, enfim, agradeço sinceramente e passo adiante em outra oportunidade, se for o caso. O que não serve pra mim, certamente há de servir pra alguém. Penso que só o fato de ser lembrada já é uma maravilha. Presente se dá por consideração, não por obrigação. Se estou precisando de algo, trabalho, ganho meu próprio dinheiro, vou lá e compro. Ninguém tem o dever de satisfazer as necessidades materiais do outro, a não ser, é óbvio, que seja o provedor da pessoa.




Enfim, cada um é cada um e faz o que bem entender. Mas eu, com toda certeza, sempre vou preferir trocar gestos forçados por sinceridade. Nem que ela venha na forma de um simples abraço, que supostamente não custa nada, mas, quando verdadeiro e caloroso, não tem preço.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Onde NÃO deixar seu bichinho nas férias

Sei lá onde você vai deixar seu bichinho se for viajar nas férias. Mas sei onde NÃO deve deixar: aqui na minha casa. Quem avisa, amigo é. 


Meu marido, apesar de adorar pets de toda espécie, tornou-se inimigo público número 1 da bicharada, uma prova viva de que excesso de zelo pode ser o tiro de misericórdia.


Mas antes de falar sobre a proeza mais recente do rapaz, preciso demonstrar seu poder de fogo. Há uns anos atrás o André, meu filho, ganhou um peixinho no aniversário. Um Beta azul, lindão, com guelras que até pareciam plumas. Alguns dias depois, o peixe começou a ficar esquisito. Meio parado demais, com umas pintinhas brancas... Pesquisando, vi que tratava-se de fungo. 


Fico agoniada quando vejo um bichinho sofrendo, então fui atrás de algum tratamento, mesmo sob protestos generalizados. Todo mundo achava um absurdo perder tempo, afinal era só um peixe barato. Mesmo assim insisti. A essa altura o peixe já estava até meio de lado, péssimo, coitadinho. Mas ao invés de desanimar, isso aguçou meu desejo de curar o bicho. Comprei o fungicida recomendado e segui à risca todas as orientações que recebi. Aquário limpinho, temperatura e pH da água controladíssimos, gotinhas meticulosas do remédio nos horários certos e ambiente escuro. Maior trabalheira durante uma semana e, finalmente, lá estava o peixinho, todo pimpão de novo, maravilhoso como antes, cheio de energia. Estávamos no inverno e, por isso, meu marido cismou que o peixe estava com frio. 


- Tá frio pra caramba, melhor esquentar mais essa água! 


 - Não, tá bom assim. A temperatura ideal pra ele é de 27ºC. 


 - Não sei não, parece que ele tá com frio... Não é melhor colocar ma... 


 - NÃO! Deixa como está, tá bom desse jeito, é assim mesmo! 


Bom, tudo entendido, certo? Ô!... Algumas horas se passaram e quando fui colocar a comida pro bicho, vi o cadaverzinho boiando. A água só faltou entrar em ponto de ebulição por causa do segundo aquecedor que o sabichão colocou no aquário. Cozinhou o peixe, dá pra acreditar? Ah, maledeto!...

Mas hoje ele se superou. Achou que devia dar uma ligeira aparadinha nos pelos das nossas duas rottweilers, que tiveram a infelicidade de nascer bastante fora do padrão da raça. Ambas realmente têm pelos compridos e eventualmente necessitam de uma bela tosadinha profissional. Maquininha de aparar pelos em mãos, ele informou: - Só vou tirar um pouquinho do pelo da cara delas, tá?

Me deu um frio na espinha, mas fazer o quê? Tá, né?! Passa um tempinho e lá vem a Suki. Quase careca e com as orelhas peludas... Ficou a cara do Bozo, meu Deus! 


Outro tempinho e chega a Nina, que é ainda mais peluda que a Suki. Pra não errar com ela, já que reclamei do visual da outra, o doido achou que capricharia mais se tirasse os pelos da cabeça toda. A coitada agora está com uma cabecinha grudada num corpão. Só dá pra acreditar que é de verdade porque se mexe e, na sua ingenuidade canina, ainda balança o rabinho de alegria, judiação. Uma máquina de tosa nas mãos desse homem se transforma num fuzil AR-15!

O pior é que ainda acha que o serviço ficou ótimo. Diante do meu desconsolo, me tranquilizou: - Espera só o André chegar e pergunta pra ele se tem alguma coisa diferente nas cachorras. Ele nem vai reparar, você vai ver! O André acabou de chegar. E logo de cara mandou um "QUEM FEZ ISSO NA NINA???", se esborrachando de rir em seguida. Preciso dizer mais alguma coisa?!?...
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16/12/2009


Atendendo a pedidos, eis aí a foto da obra de arte que o expert em tosa aprontou na pobre Nina...

Pena que o ângulo não dê a dimensão exata da desproporção que está a cabecinha para o resto do corpão. Mesmo assim, volto a perguntar: depois dessa, preciso dizer mais alguma coisa?!?

domingo, 13 de dezembro de 2009

Uma velhinha que não sossega!

Agora no final do ano, sem mais nem menos, me deu um estalo e resolvi que queria voltar aos bancos escolares. Fiquei a fim de me aventurar numa nova profissão. Sem titubear e também sem nenhum preparo, a velhota aqui se inscreveu pra dois vestibulares. O curso escolhido: Direito. De repente, me deu vontade de conhecer profundamente as leis e, muito especialmente, meus próprios direitos. Cansei de tomar chapéu como consumidora e de ser desrespeitada em situações corriqueiras, então achei que seria legal entender melhor desse babado.




É engraçado como o tempo vai trazendo tranquilidade pra gente... Há poucos anos atrás eu tremia só de me imaginar no meio da garotada, deslocada e, talvez, ridicularizada até. Me dava a maior aflição a certeza de ficar horas sentadinha ali, ouvindo professores e aquele blablablá todo, me programando pra fazer trabalhos, estudando pras provas. Mas agora, depois de um tempão sem contato com essas coisas, me senti bem demais fazendo os vestibulares. Foi como se eu nunca tivesse me afastado das aulas, tive a nítida sensação de que estava sim no lugar certo e que aquela era mesmo a hora exata.



Sem compromisso com nada, nem com ninguém, desencanei geral e resolvi que não ia estudar. Fiz um pacto comigo mesma e achei que o legal seria encarar o desafio de rever só na hora questões com as quais eu já não tinha contato há mais de 30 anos, quando terminei o ensino médio. Lógico que a possibilidade de não ser aprovada me deixou um tantinho apreensiva, afinal já conquistei o respeito que gostaria dentro da minha área, me sinto totalmente segura fazendo meu trabalho. Mas na minha cabeça só passava uma coisa: dane-se!



Caneta, lápis e borracha em mãos, lá fui eu fazer as provas. Dia de vestibular é uma loucura, a entrada das universidades se transforma numa confusão só, eu já nem me lembrava mais disso. A primeira coisa que precisa ser vencida é o povão entregando planfletos de toda espécie: propaganda de cursinhos, transportes, repúblicas, papelarias e sei lá mais o quê. Aí pensei: caramba, ninguém vai me entregar nada, vão achar que a véia gagá aqui é professora, funcionária da universidade, dona da cantina, inspetora, faxineira, enfim, qualquer coisa, menos vestibulanda, né?! Que nada! Na hora sobra pra todo mundo, então quando cheguei à sala que iria fazer a prova, tinha papelzinho atá na orelha!

Legal, fiquei aliviadíssima por ser reconhecida como vestibulanda. Na entrada da sala, então, rejuvenesci 20 anos quando o garotão que conferiu minha identificação indicou: "Tânia, VOCÊ vai se sentar na carteira 73, tá?". Puxa vida, ele não me chamou de senhora! Ahaaaá, não tô tão mal de "visu"!... O castelo de areia foi desfeito num instantinho, bastou apenas a gatinha aqui precisar colocar os óculos pra conseguir enxergar o número da carteira. Numa colaboração imediata e totalmente dispensável, o mesmo garotão da porta alertou, em milhões de decibéis: "Tânia, o 73 está na penúltima fileira!". Xiu! Xiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiuuuuuu!!!!!!! Eu encontro, seu miserável!



Devidamente sentadinha, entrei no climão do pessoal. Maior tensão até que as provas fossem distribuídas. Finalmente lá vem a "marvada". Alívio, nos dois vestibulares tudo começou com o bom e velho português, que por força da profissão e também por gosto pessoal, domino com relativa tranquilidade. Nessa última prova, porém, balancei bastante. As questões de todas disciplinas tinham enunciados enormes e alternativas cheias de pegadinhas, fiquei bem confusa. Mas entrei em parafuso, mesmo, quando olhei as questões de física e da tenebrosa matemática. Aquilo, pra mim, era aramaico. Eu simplesmente não sabia nada. Nada, nada, NAAAAAADA!!! Mas era um nada tão coisa nenhuma, que eu não conseguia sequer chutar. Aí me lembrei da dica do meu filho: se eu não soubesse resolver, o melhor seria repetir sempre a mesma letra no gabarito, evitando, assim, errar todas. Mandei bala e coloquei tudo "c". Nem lia mais, era "c" e pronto. Mesmo desencanada com a coisa toda, saí das duas provas com a cabeça explodindo e ansiosa pelo resultado.



No primeiro vestibular tive um rendimento razoável, que já me deixou bastante satisfeita. No segundo, numa universidade mais concorrida e com uma prova mais complicada, me surpreendi bastante comigo mesma. Acertei todas as questões de português, literatura, geografia e história. TODAS! Na de física, foi por um triz. Biologia e química, idem. E a matemática, aquela maldita? Hum... Consegui errar tudinho, zerei total! Burra e azarada, ainda por cima. Também, nunca vi maior economia de "c"!



Muita gente há de discordar, mas cheguei à conclusão que saber a tabuada (com ajuda dos dedos da mão, claro) é suficiente pra uma pessoa sobreviver. Como é que um cérebro normal pode se lembrar (ou simplesmente ter compreendido algum dia) do Teorema de Banach-Schauder, por exemplo? Ou da demonstração de Furstenberg sobre a infinitude dos números primos? Ah, vai te catar!



Então, é isso. Encerro 2009 com essa experiência gostosa, revivendo um tempo que eu já dava por encerrado na minha vida. E o mais importante: começo 2010 como universitária de novo... Fui aprovada nos dois vestibulares! U-huuuu!... Peraí que já já vai ter velhinha na sala de aula!