quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Melhor idade é o escambau!

Odeio a maldita expressão "melhor idade", geralmente dita por quem ainda tem muita lenha para queimar. Taqueopariu, mas desde quando é uma delícia ficar velho?

Tá legal, virão correndo os politicamente corretos e exageradamente otimistas com a (também) velha ladainha de que a vida começa aos 50, 60, 70 (!!!), que o que importa verdadeiramente é a idade do seu espírito, que há um montão de gente novinha que parece velha e vice-versa... Uhhh! Cata o violino!

O que eu sei, MESMO, é que envelhecer é uma bosta. Lógico que tem a vantagem de ficar mais experiente  - pelo menos ISSO, né?! - e que nos tornamos, finalmente, donos dos próprios narizes (que, por sinal, vão ficando mais largos e maiores com o tempo), aprendendo a não levar desaforo pra casa. Que mais tem de bom? Hum... deixa ver... Ah! Chega o tempo em que dá para pegar senha especial para atendimento em banco, utilíssima, já que se tiver que esperar, morre na fila. Tem também vaga exclusiva nos estacionamentos, sempre pertinho das entradas dos lugares... E se não tiver carro, anda de graça no busão! Tudo muito digno e merecido, sem dúvida.

Aliás, por falar em transporte público, depois de um tempão andei de metrô outro dia. O vagão estava quase vazio e eu, desatenta, sentei no primeiro lugar que encontrei. Era uma vaga para idosos. Imediatamente apareceu uma funcionária do metrô na janela e me pediu para trocar de lugar. Olha isso, ela logo viu que aquele não era lugar para mim! Mocinha do metrô, AILOVIUPAXUXU!!!

Ando meio encanada com a ação do tempo no meu ser. Uma prima apareceu por aqui com um montão de roupas lindíssimas que está vendendo agora. Primeiro mostrou uma blusinha maravilhosa, com um babado rendado na lateral. Tá doida? A essa altura do campeonato preciso de algo que disfarce a tala larga, não que a faça berrar por aí.

- Ah, mas dá uma olhada nesse vestido. É a sua cara! Um tomara-que-caia chiquérrimo!

- Ai, ai, ai!... Não tem tomara-que-suba aí não? A torcida aqui já é outra há séculos, minha filha!

Engraçado que, quanto mais o tempo passa, mais recatadinha a gente vai se obrigando a ficar. Houve uma época - há trocentos anos atrás -  em que eu usava até minissaia, embora não gostasse muito. É que sempre tive pernas grossas, o que fatalmente me deixava boazuda além da conta. Aí os anos foram passando e o comprimento da saia, proporcionalmente, aumentando... Tudo bem, o que é um parzinho de pernas para quem tem "saboneteiras", costas e ombros maravilhosos para exibir? A gente mostra o que tá bacana, não é não? Bom... Meu guarda-roupa já começou a ficar entulhado de golas olímpicas. Ah, mas vamos combinar que minha cara ainda até que tá... Baraio! Será que vou precisar me converter ao islamismo? Não demora nadinha e só me resta a burca. Aff!
 
Tem gente que consegue deixar o tempo passar tranquilamente, porque, na verdade, é atemporal. Pessoas que não inspiram tratamentos cerimoniosos  - pelo menos não de quem as conhece -  por serem muito desencanadas e maluquetes por natureza. Um bom exemplo é a Rita Lee. Podem até a chamar de "vovó do Rock", mas duvido que alguém consiga dizer "Dona Rita Lee" para ela. Outro que é assim é o Tom Zé. Vê lá se "Seu Tom Zé" combina com ele. Na vida real conheço uma doida assim. É a Rose, minha amiga há zinzilhões de anos, para quem certos tratamentos também não cairiam bem. É insólito imaginar alguém a chamando de "Tia Rose", por exemplo. Até porque, a madame é dona de uma "delicadeza" bastante peculiar, que faz o povinho mais jovem se divertir e se identificar bastante com ela. Já comigo!... É senhora daqui, dona de lá... É o preço de ser ranzinza. Gente fiadaputa! 

Enfim, fora a parte ruim (99,99%), é claro que também há uma certa poesia nas marcas que o tempo vai deixando. Segundo Platão, se o ser humano for prudente, a velhice não constitui nenhum peso e traz um sentimento de paz e de libertação. Ainda assim, prefiro a constatação mais realista do escritor irlandês Jonathan Swift: "Todos desejam viver por muito tempo, mas ninguém quer ser velho".

Filosofando ou não, vou contar um negocinho: a idade começando a pesar no cangote é dose. E, a julgar pela longevidade da minha avó, uma autêntica highlander, que atualmente tem 97 anos e já se tornou tataravó até, vou ter que me acostumar com a ideia e encontrar beleza nisso de qualquer maneira. Ô complicação da gota!

Mas que a tal da "melhor idade" me deixa furiosa, deixa. Equivale a dizer que uma pessoa que esticou as canelas foi para um lugar melhor. Se é tão melhor, o hipócrita que segure o rojão, oras bolas! Passo a minha vez, numa boa.

Ah, e antes que alguém me alerte que só gente jurássica diz "é o escambau", aviso logo que não dá pra ser muito moderninha no quesito. Afinal, uma mocinha -MOCINHA, ok?-  de fino trato como eu jamais escreveria "é o cacete". Isso é feio pra caral... ops!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Refém de um manipulador


Bem interessante um dos comentários que recebi na postagem anterior: "Estou começando a achar que as canoas furadas vem embutidas com algemas e mecanismos de lavagem cerebral também...", uivou com muita propriedade meu querido e sábio leitor Lobo Cinzento.

Isso me fez lembrar que por trás de quase toda burralda sempre há um jumento descompensado dominando o pasto. Chegou a hora de falar também sobre o outro lado da história, onde atitudes manipuladoras e cruéis ditam o ritmo de um relacionamento destrutivo.

Num determinado momento a ficha cai e você percebe que está vivendo uma relação absolutamente unilateral. Dar sem receber, falar sem ser ouvida, amar sem ser amada... É doloroso viver a tal "solidão a dois". Nem tanto por saber que o outro jamais a completará, mas principalmente pela indiferença e total desprezo em relação às suas expectativas. É ser ignorada e totalmente abandonada à própria sorte na presença de alguém.

Quando isso acontece, parece muito fácil perceber que as coisas não irão melhorar, muito pelo contrário, é previsível que ficarão cada vez piores. Mas para quem tem a infelicidade de topar com um maluco, nem sempre é tão simples assim. Primeiro porque, como falei na postagem anterior, sempre prevalece a ilusão de que com a gente, tudo será diferente. Mas acho que o maior problema, mesmo, está nas tais "algemas" que, sem perceber, a gente acaba permitindo que o outro coloque. É bem a junção da fome com a vontade de comer: de um lado uma pessoa carente pelas mais diversas razões e, de outro, um manipulador terrível, que não sossega enquanto não provocar um belo estrago.



Paixão vapt

De repente a desavisada começa a se relacionar com um elemento que é craque em manter aparências. A primeira providência dele é se mostrar absolutamente confiável e, para tanto, lança mão de várias informações reais a seu respeito. Logo diz onde mora, onde trabalha, que tipo de vida leva, enfim, supostamente se mostra como é, começando a construir, assim, a ilusão da completa sinceridade. Sua grande habilidade está em enganar com uma falsa percepção a respeito de si mesmo.

"Você diz a verdade e a verdade é o seu dom de iludir..." (Caetano Veloso)

Quem o olha de fora não diz, mas ele sabe ser extremamente sedutor. Como quem não quer nada, o sujeito usa e abusa do grande instinto de observação que tem, captando rapidamente suas preferências e necessidades, iniciando aí o terrível jogo da manipulação.
Primeiro encanta com gestos pra lá de sensíveis. Você gosta de salada de caruru bravo? Ele adora! Curte um pagodinho na laje? É o que ele faz todo fim de semana. Seja lá qual for seu gosto, mesmo beeeem duvidoso, ele fará questão de mostrar que compartilha de tudo e mais um pouco. Surpresa com tamanha afinidade, você passa a acreditar que, finalmente, encontrou a tampa da sua panela. E assim ele vence a primeira etapa do planejamento: rapidinho te deixa babando e se torna marcante.

Uma estratégia que o manipulador aprecia é a do sumiço. Já no princípio, embora se mostre muito disposto, se colocará apenas parcialmente disponível. A grande jogada é fazer com que sua ausência seja sentida. À medida em que o relacionamento avança, estrategicamente vai diminuindo o tempo que dispensa a você. Precisa mostrar como os esforços que faz são especiais e exigem valorização. Ontem ele nem assistiu a sessão da tarde só pra te ligar, tá? Resmunguenta! É aí que, mesmo liso como um sabão, ele passa a exigir cada vez mais compreensão, com atitudes progressivamente desafiadoras.
Com manobras cuidadosamente estabelecidas, o elemento começa a ser percebido por você como alguém em condições de dominar a situação, porque se mostra superior de diversas maneiras  (emocional, intelectual ou financeiramente). É que seu imaginário senso de superioridade depende disso, não se sente completo sem adoradores submissos e disponíveis. Se alimenta da admiração alheia, que só o satisfaz se for incondicional e irrestrita. Tenta criar dependência porque, na verdade, ele é o dependente


Decepção Vupt

Ser lembrado pela ausência, exercer o poder sem parecer autoritário, brilhar com o próprio ofuscamento, despertar curiosidade sem marcas visíveis de feitos pessoais, essas são as táticas do manipulador barato que, de certa forma, te aprisionou.

E é assim, aos trancos e barrancos, que você vai levando a relação infeliz. Se submetendo a coisas que jurava jamais tolerar de ninguém, se transformando numa pessoa pior do que era antes, mais triste, cada vez mais vazia, improdutiva, absurdamente solitária. Vendo sua autoestima se reduzir a quase nada e seus recursos internos para se defender disso totalmente minados. Se afastando das coisas e pessoas que gostava, tudo em nome de uma paixão surreal, que nasceu sem que você percebesse e que, mesmo já consciente de que não lhe faz nada bem, você não consegue matar.

Pois é... Ele é um manipulador terrível, não dá para conviver com alguém assim. Afinal, esse tipo de pessoa não se relaciona com outra, a não ser consigo mesma. Mas como se livrar dessa história, se sua carência, que já era grande, com a participação desse miserável agora ficou enorme? Só há uma maneira: na marra. Fugindo dele como o vampiro foge de uma boa réstia de alho. Respirando fundo e, como qualquer drogado, se desintoxicando, limpando o corpo e a alma.

Nem pense em tentar modificá-lo, porque será perda de mais tempo. Ao invés disso, que tal mudar a si própria? Comece despejando a vítima que mora dentro de você. Pense bem: o manipulador só existe para quem se permite manipular. E, surpreendentemente, ambos têm algo importantíssimo em comum. São dois parasitas que se alimentam do mesmo tumor afetivo: a cegueira do outro. O manipulador não vê ninguém mais além dele próprio e o carente só consegue ver no outro aquilo que não é capaz de enxergar em si mesmo.
É de um amor inventado que você precisa? De pessoas que te decepcionam? De sentimentos que enfraquecem? De algo que adoece sua alma? Certamente não.

O jeito é parar de ruminar essa desgraça de uma vez e nem pensar em engolir. Se é para continuar pastando, que seja onde tem capim novo, que é bem mais gostosinho.

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Ganhei um selinho!

Recebi esta fofura de uma leitora igualmente fofa, a Graci, do Mundo dos Escritos. Ao aceitar, tenho que atender a algumas regrinhas. Então, vamos lá: 

1° - Comentar sobre o blog de quem te presenteou com o selinho: 
Mundo dos Escritos é um dos primeiros blogs que passei a acompanhar. A delicadeza das postagens é o que mais me chama a atenção, talvez justamente pelo contraste com o meu jeitinho ignorante de ser. Não dizem que os opostos se atraem? Então, é isso. 

2° - Dizer 3 coisas que me levam ao delírio:
Bom... A essa altura da vida, poucas coisas realmente me levam ao delírio... Mas eu poderia citar uma boa farra com amigas, ver filmes legais e viajar, viajar, viajar!

3° - Repassar para mais 5 blogs: 
Mil perdões, mas vou desobedecer esta regra... Não seria justo indicar apenas cinco, tem um montão que eu curto, de verdade mesmo.

Valeu Graci! Você é uma querida!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Com você é diferente. Ô se é!


Há mulheres que são especialistas em se meter nas mais manjadas roubadas, porém jamais perdem a pose de poderosas. Comem o pão que o diabo amassou e Hitler assou por causa de trastes, mas cadê que reconhecem suas péssimas escolhas?

Conheço... acho que você também conhece... ou será que você é a própria?... Xiiiiii!... mulheres que de um lado vivem um relacionamento danado de ruim e, de outro, não sabem mais o que dizer - inclusive a si mesmas - para justificar as trairagens das desgraças com que se meteram.

Por que será que é tão difícil para uma pessoa apaixonada perceber quando um relacionamento não é e jamais será satisfatório? Simples: a ilusão de que com ela será diferente. 

Numa mistura perigosíssima de necessidades, entre elas o anseio, o mistério e a aventura, a desavisada aposta todas as fichas num picareta que não oferece nada de concreto e só a faz perder tempo. E adianta falar? NÃO. A teimosia em não abandonar a canoa furada sempre prevalece. Com água até pescoço, a infeliz insiste em acreditar na farsa que ela própria criou: Pode não parecer... glub!... mas esse homem... glub, glub!... me... glub, glub, glub!... ama. Sei.

Há situações imperdoáveis, que só mesmo uma baratinha muito tonta, mas beeeeem especial, aceita e justifica. Olha só: 


HUMOR BI... TRI... HEXAPOLAR!


Ele é lindo, gostosérrimo, um charme. Mas ninguém consegue aturá-lo mais que um dia. Só você. 

Ué, que que tem o sujeito acordar de péssimo humor, mordendo até a mãe, se lá pelas 10 se transformará num docinho de coco? Te ligará fazendo mil juras de amor e planos para suas bodas de ouro, afinal você é especial. Aí o relógio indica duas da tarde. Arriégua!... O exu-pagão encarna no moço e ele vira um sujeito calado, que mal olha para as pessoas e faz questão de não ser incomodado. Ligar para ele agora? Nem pensar, você sabe que vai falar casparede ou levar um coice bem dado. Mas também, pra quê? Lá pelas 19 horas ele vai aparecer todo pimpão, um cara super humorado e apaixonadíssimo. Tá certo que antes das 23 será possuído novamente pelo exu ou, talvez, reencarnará o Curt Cobain, tornando-se 1000% depressivo... Mas e daí? 

Nunca se esqueça de que você é especial e não serão essas latadas sistemáticas que a farão cair do salto, né? Oras, pipocas! 


INVESTIMENTO ZERO


Numa rodinha de amigas você abafa falando sobre o namorado supimpudo que arranjou. Capricha nos detalhes para que elas babem de inveja, quando é interrompida pelo toque do seu celular. Meu Deus, é ele! É ele!!! Jogadinha de cabelão pro lado e você aperta a tecla para atender... Lairi-Lailairi-Lailairão... Lairi-Lailairi-Lailairão... Ligação a cob... E-eeeeeepa! E não é que o pobre teve a pachorra de te ligar a cobrar?

Sem saber o que é pior  - a cara de satisfação das outras, vendo sua pose indo pro brejo, ou a desculpa que o miserável inventou: tô sem crédito, gata! - você tenta, a todo custo, remediar a situação. O fato do sujeito usar um pré-pago-pai-de-santo e não ter a capacidade de gastar uns pouquíssimos reais para comprar um cartão telefônico é irrelevante, lógico! Boa educação (não ligar a cobrar se não for uma emergência ou sem combinação prévia é basicão) e bala na agulha (pelo menos para pagar por um telefonema) é tudo bobagem.

Ele é um fofo, não interessa se não gasta um vintém furado com você, que, volto a repetir, é especialíssima. Nem por um segundo pare para pensar que se homem duro  - no mau sentido -  já é brochante, então imagine um durango-folgado. Besteira. Vá em frente, com você é diferente!


O ETERNO BEBEZÃO


Uma hora ou outra todo mundo pisa na bola e comete um erro. Só que, de repente, você se dá conta de que a vida ao lado do empiastro se resume a ter que perdoá-lo. Uma sacanagem atrás da outra e, embora jurando que não repetirá os erros, ele simplesmente não muda.

Catou a gostosinha da faculdade só porque foi seduzido, claro. Foi para a cama na marra, vê se pode! Afinal, ela é uma safada, isso sim. Nem de longe é especial como você. Também pegou a vizinha porque, coitada, é uma neurótica carente, nada tem a ver com sua personalidade faiscante. Te largou a ver navios no final de semana para cair na gandaia por uma razão muito simples: precisava espairecer com os amigos, uns babacas ignorantes que só servem para aliviá-lo um pouco da sua incomparável genialidade. Sacumé, né? Um trashizinho, de vez em quando, desestressa.

Perdoe mesmo, minha filha. E vá perdoando sempre, até o dia em que não precisará fazer mais nada. Justamente por considerá-la diferente e muito especial, ele sabe que você vai engolir qualquer desculpa furada e não se dará ao trabalho nem de bolar outras justificativas. Mas não leve isso a mal, por favor. Nada de achar que, se o cara chegou ao ponto de não dar a mínima pelota para os seus sentimentos, é porque está pouco se lixando para vocezinha. Ou talvez que esteja até arranjando um jeitinho de você acabar com tudo de uma vez (demorou!), coisa que a imaturidade não o permite fazer. Continue firme e forte no propósito de se considerar diferente de todas as outras, tá? É isso aí!


Enfim, há uma porção de outras coisas que só acontecem com mulheres "especiais" e "diferentes". Ludibriadas pelo senso de excepcionalidade e magia que o sedutor introduz no relacionamento, são incapazes de enfrentar a realidade nua e crua de que não recebem a consideração e respeito que qualquer pessoa normal merece receber.

Especial, de verdade, é a mulher que sabe comunicar suas necessidades logo no início do relacionamento e bota a fila para andar ao concluir que a ligação não é satisfatória. Não se apega ao sofrimento, nem a promessas vazias. E fazer a diferença significa não permitir jamais que um homem seja o centro da sua existência. Quem tem que considerá-la especial não é ele. É VOCÊ MESMA!

Ilustrações: Ceó Pontual

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Coisas do outro mundo


Adivinha quem tá falando? Duvido vocês adivinháááááá! Soieeeeeeeeeuuuuuuu... A Tââânia... Candidata a coisa nenhuuuuuma... Peguei vocêêês... Enganei vocêêês... Vocês pensô que fosse otra pessoooooooa!... Pensô que fosse o Tiririiiiiiica!... Mas soieeeeeeuuuu... A abestaaaaaada! 

"SE SUA CABEÇA TEM TITICA, VOTE NO TIRIRICA!"  :-p 

Pronto, ta aí. Atendendo a insistentes pedidos, falei sobre política. Repertório exaustiva e definitivamente esgotado.

Com o sistema nervoso ainda abalado pela crítica que o anônimo lançou sobre meu blog há dias atrás, cá estou de volta, com uma lenga-lenga diferente. Prometo que farei uso de maior proatividade daqui por diante e tentarei abordar apenas assuntos relevantes de fato, ok?

Agora o Tiririca me inspirou a falar sobre coisas do outro mundo. Graças ao horário político gratuito da TV, com mais frequência tenho feito uma coisa que adoro: ver filmes de terror. Também sou fissurada em suspense, mas gosto mesmo é de levar susto. E sou bem masoquista, porque curto ainda mais se, enquanto o filme roda, as condições estiverem naturalmente medonhas, tipo noite com temporal repleta de raios e trovões. 

Não sou encanada com assuntos sobrenaturais, mas também não significa que tenha uma coragem daquelas. Durante e um pouco depois do filme fico me cagontrolando, só de cantinho de olho diante da terrível impressão de estar sendo observada por alguém. Também passo correndo em frente à escada que leva ao andar superior da minha casa, afinal topo de escada é o lugar favorito das assombrações. E isso é um problemão, já que para me abastecer de pipoca, Coca-Cola e outras porcarias imprescindíveis a uma sessão de cinema decente, preciso passar por esse lugar. Maior adrenalina!

Mas o que realmente me chama a atenção nesses filmes é a imaginação com que as histórias são boladas. O povo inventa cada uma! Não faço questão de grandes efeitos especiais, gosto mesmo é de ver terror em situações mais próximas do cotidiano, coisa que os asiáticos fazem como ninguém. Os filmes japoneses O Grito e O Chamado, por exemplo, assim como o tailandês Espíritos, são ótimos exemplos de produções relativamente modestas, mas riquíssimas em sufoco. Esse povo de olho puxado não é de brincadeira... Japa é bicho ruim!

Outra coisa interessante é encontrar em produções trash-obsoletas atores que hoje são considerados a fina flor de Hollywood. Você poderia supor, por exemplo, que George Clooney fez uma ponta tristinha no filme "O Retorno dos Tomates Assassinos", de 1988? Na trama, o gostosão é Matt Stevens, um pizzaiolo que, traumatizado com os ataques dos tomates gigantes, resolveu fazer pizzas sem molho. Pois é... Mas também, e daí? Se Hugh Laurie, o implacável Dr. House de hoje em dia, foi o encantador papai do Stuart Little, por que Clooney não poderia ter sido um bobão que se caga de medo de tomates?

Enfim, seja na ficção ou na vida real, alguém sempre tem uma história de arrepiar os cabelinhos do cu...curuco para contar. Eu mesma já vivi algumas situações meio cascudinhas, sem explicações totalmente lógicas. Uma delas foi quando eu e o japa estivemos em Portugal, há muitos anos atrás. Das 53 cidades que visitamos, apenas em Ponte de Lima  - extremo norte do país -  não ficamos hospedados em hotel. A reserva foi marcada para uma propriedade de turismo rural chamada Quinta do Rei. Como nos atrasamos bastante nos passeios daquele dia, chegamos lá só à noite, foi até difícil de encontrar. O caminho era um tantinho tétrico, havia um matão danado e a casa ficava meio distante da cidade. Finalmente chegamos e fomos recebidos por um casal muito simpático, proprietários da casa.

Logo que a moça abriu a porta já fiquei cismadona. De cara vi um piano preto, com umas velas vermelhas nos castiçais. A casa toda era decorada com móveis bem antigos, provavelmente originais da época em que foi construída. Na sala de estar havia uma grande lareira, que estava acesa quando chegamos, o que foi ótimo, já que lá é um lugar bastante frio. Os proprietários também deixaram bolo, um vinho espetacular e frutas à nossa espera, belíssima recepção, sem dúvida, mas nem isso diminuiu a impressão esquisita que tive do ambiente. Nem preciso dizer que eu andava grudada no japa o tempo todo, né? Só ia de um cômodo pro outro se fosse de turminha.


Fomos então para o banho, primeiro eu, depois o japa. Tava um frio do cão, embora já fosse finalzinho de inverno, por isso caprichei na temperatura da água. Tomei um banho delicioso e quentinho. Aí chegou a vez do japa... Cadê que a água esquentou? O rapaz fez de tudo, mas não teve jeito, tomou um banho glacial. Pensamos que o sistema de aquecimento talvez tivesse alguma limitação para uso e, por isso, combinamos que seríamos mais rápidos nas próximas vezes. Assim, no dia seguinte, o japa foi tomar banho primeiro. Gelo de novo, nada da água esquentar. Lá fui eu, tentando me conformar com um banho de provocar parada cardíaca. Foi abrir a água e pronto, tudo quentinho. Ficamos nessa casa durante três dias e o tempo todo isso se repetiu: água quente para mim e cubos de gelo pro japa.

Desencanamos dessa história e continuamos o passeio, maravilhoso por sinal. Aquilo que a princípio eu imaginava ser um matão, eram as quintas de uva, maravilhosas, paisagem que me tirou o fôlego logo que abri a janela na manhã seguinte:


Não fosse pelo fato da água não esquentar com o japa, nossa estadia por lá foi bastante tranquila e nada mais de esquisito aconteceu. Prosseguimos com nossa viagem e, ao todo, visitando diversas cidades de Portugal e da Espanha, fizemos 536 fotos. Naquela época ainda não havia câmera digital (como sempre enfatizo, SOU VELHA) e precisei revelar os filmes. As fotos ficaram lindas, mas apenas uma apresentou um defeito: 


Este é o quarto que ocupamos na casa de Ponte de Lima. Ninguém consegue explicar a mancha que aparece na cabeceira da cama, que está também no negativo da foto. Já mostrei a fotógrafos bastante experientes, que examinaram o negativo e a foto ampliada, não chegando a nenhuma conclusão, até porque o reflexo do flash da máquina se mostra diferente quando aparece em outros lugares da mesma imagem. Minha cunhada, que também é médica e, portanto, bem mais cética do que crente, mostrou a foto para uma amiga meio guru. Levou apenas essa da mancha na cabeceira da cama. Na análise da moça, a gente não precisa se preocupar com isso não, bobagem. Trata-se apenas do casal, antigos moradores da casa, que veio nos dar as boas-vindas. Ué, como assim? Que casal? Aí é que fui olhar atentamente as outras fotos feitas na casa... Veja quem é que está no quadro, logo acima do piano preto!... Pior (ou muuuuito melhor) é que o babado era com o japa, que foi quem dormiu nesse lado da cama. Creeeedo!!! 

Algumas pessoas juram que conseguem exergar dois rostos na mancha. Aliás, quem me alertou sobre isso, mesmo sem saber da conclusão da guru, foi meu filho, um sujeito praticamente ateu e duríssimo na queda. Observando com atenção a foto original, eu mesma também vejo. Olhe bem... Você encontra alguma coisa? 


⊙︿⊙!!!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Uma questão de estilo


"Vejo que seu blog é expressivo e vc tem leitores fiéis. Vc não acha que nessa época pré-eleitoral seria melhor abordar questões menos frívolas e discutir um pouco sobre política? Como comunicadores os blogueiros têm alguma responsabilidade social. Gostaria de saber sua opinião sobre o cenário político que se apresenta."

Este foi um comentário que recebi na postagem anterior. Isso me fez pensar, pensar, pensar... Decisivamente me inspirou. Agora falarei sobre moda.

O assunto me ocorreu depois que vi uma reportagem sobre esmaltes e achei engraçado quando um entrevistado, estupefato, afirmou: "minha filha usa esmalte azul! Fiquei preocupado com isso"

Uma coisa que admiro demais nas pessoas é a coragem de criar  - e exibir - um estilo próprio, algo que jamais consegui. Sou chocha para me vestir, não fujo do básico jamais. Me considero uma bela de uma cagona  - no sentido figurado, tá? Porque ao pé da letra, nem Lactopurga me salva -  e tenho horror a me destacar, sempre prefiro passar batidinha por aí. 

O problema é que não desisto nunca de tentar. Assim, não são raras as vezes em que compro roupas que acabo doando, sem jamais ter usado uma única vez. Que complicação!

Acho que para se conseguir definir um estilo é preciso, antes de tudo, conhecer-se plenamente e sentir-se totalmente à vontade com isso. Aí é que a porquinha torce o rabo... Após anos e anos de análise, até hoje ainda me desconheço com certa frequência. Assim, qual é o meu estilo? Sei lá!

Tem dia que estou para um pretinho básico, no outro acho que arrasaria num vermelhão (mas vou de pretinho), já algumas vezes penso em mandar a inibição pro inferno e... Bom... Dá-lhe pretinho de novo!

A grande verdade é que sou dura na queda, isso sim. Dificilmente algo me influencia  - teimosia típica dos capricornianos - e sempre dou preferência a me sentir bem comigo mesma. Não me importa se tal grife é o must do momento, se na próxima estação esmalte da cor flicts será a febre, enfim nada me move a ser quem não sinto que sou. Mas não critico quem é assim, que fique bem claro. Volto a dizer que, muito pelo contrário, adoro ver ousadia nas pessoas, especialmente nas mulheres, que, no fim das contas, acabam se produzindo para que outras mulheres as vejam. Sim, porque na real, mesmo, homem gosta é de ver mulher tirando roupa, não vestindo, né?  Simples assim.
  
Aliás, acho que hoje em dia a moda é ser eclético. Me parece que tudo é permitido, ninguém está muito preocupado em seguir tendências determinadas, o que é ótimo. Há espaço para todos.

Então, caro leitor anônimo, não me interessa se a época é pré-eleitoral, nem mesmo se minhas postagens provocarão um crash na Bolsa de Wall Street... Continuarei abordando SÓ o que me der na telha. Sexo, política e religião, simplesmente não discuto.  

Frivolidades do dia a dia, essa é a ideia. Sou a dona do cafofo ou não sou? Essa é boa! 

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

ÓDIO DE MIM!!!



Ontem, quando cheguei em casa na hora do almoço, resolvi não colocar o carro na garagem, mesmo sabendo que não sairia novamente. É que a moça da limpeza ia dar um tratinho no chão. 

Não passou muito tempo e a moça me chamou no escritório:

- Tânia, tem uma braço-duro aí na frente te chamando... Disse que bateu no seu carro e quer que você dê uma olhada. 

Meu coração quase saiu pela boca. Cacete, meu carro é novinho, ainda nem fiz a primeira revisão! E sou enjoadíssima nesse quesito. Tanto que meu filho até mudou de ideia outro dia, quando pegou o carro emprestado e pensou em me ligar pra aplicar uma pegadinha. Ia dizer que testou os air-bags. Ah, maledeto!...

A moça que bateu no carro foi logo explicando:

- Olha, dei uma encostadinha no seu retrovisor e ele foi pra dentro, mas não estragou nada. Quero que você dê uma olhada, senão pode acontecer alguma coisa depois e vão achar que fui eu. 

A anta aqui foi conferir e olhou SÓ o retrovisor, que, de fato, estava intacto. Assim, nem peguei nenhum dado da moça, pra quê, né? 

Hoje pela manhã, ao sair, o japa deu meia-volta e retornou querendo saber o que tinha acontecido com o carro. Quando olhei, não acreditei: estava um pouco amassado e com a pintura riscada na parte baixa da lateral dianteira. Taqueopariu, e eu não vi!!!

Comecei o dia ouvindo sermão da montanha e furiosa com o estrago. Como pessoa equilibradíssima que sou, minha vontade foi de cortar os pulsos e escrever com sangue na parede de casa: 



Felizmente meu instinto investigativo de jornalista continua perfeito e encontrei a moça, que imediatamente se prontificou a arcar com as despesas do conserto. Nem ela tinha percebido que houve a avaria. Surpreendentemente me ofereceu até o próprio carro para que eu utilize durante a funilaria do meu. Não é que ainda há gente honesta nesse mundo? E também não é que tem burra rabuda, que não vai precisar enfiar a mão no bolso, mesmo depois de ter concordado que não tinha acontecido nada? Ufa!

 

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Minhas ilustrações


Depois que desenhei a criaturinha nefasta na postagem anterior, me pediram para mostrar outros trabalhos. Não sou uma profissional da área. Com exceção de logotipos, faço ilustrações apenas como hobby, porque meu melhor passatempo é desenhar. Isso, para mim, é uma excelente terapia.

Em 1995 conheci o Corel Draw, um software fantástico para criação de ilustrações vetoriais e, desde então, venho tentando me aperfeiçoar na aplicação do montão de ferramentas que o programa oferece.

Eis alguns dos meus trabalhos, incluindo a ilustração aí de cima (que é uma das minhas prediletas):

PESSOAS REAIS

Elaine, minha irmã:


















 







Cilmara, uma amiga beeeeem perua:





















Rose, uma amiga beeeeem bicho grilo... E beeeeeeem chata... E beeeeeeem cavaluda:



















Eu (no centro), acompanhada das amigas Cil e Jô:


















Lilian e Fábio:


























Minha dentista na companhia de um cliente sem noção (veja postagem sobre isso aqui):






















DIVERSAS




















 



































LOGOTIPOS

















Para o Centro de Estética Animal PET CLEAN:
















Para o centro de estética feminina BIOFIT:



  







Pronto. E como diria minha querida amiga Cintia, sudaí!