quinta-feira, 17 de outubro de 2013

A vida é dura pra quem é mole: eu na academia!


Há um tempinho atrás ouvi de um determinado médico algo que, a princípio, me arrasou. Diante da minha insatisfação por ainda não ter alcançado meu objetivo na reconstrução da mama retirada (vou chegar lá!), o perverso disparou: "Que bobagem, você nem tem mais idade pra usar decote!". Saí de lá acabada. E chorei, chorei, chorei quilômetros cúbicos de lágrimas. Mas não demorou muito e... CUMEQUIÉ, RAPÁ?... Nem que eu tivesse 500 anos deixaria de lado minha autoestima, por nada, nem por ninguém. Aí decidi: esse FDP ainda vai me ver ma-ra-vi-lho-sa! Comecei a frequentar uma academia. Bora malhar, u-huuuu!!! Animadérrima, até comprei roupitchas e acessórios de fitness, pra chegar lá toda fofa e combinandinho. 

Acho que ainda sob efeito da latada que tomei do médico, estudei bastante a situação antes de começar pra valer. Olhei bem quem frequenta o lugar e senti o maior alívio ao perceber que não tem só gente saradona. E graças à recepcionista, que me informou que a academia é frequentada até por uma senhora de 83 anos, não tive mais dúvida nenhuma. Oras, sendo assim, eu, com meus poucos enta e alguma coisa, serei a gatinha da malhação. Ahaaaá, ninguém me segura!!!

Como sempre tive o hábito de me exercitar, apesar dos meses que passei de molho por causa do tratamento do câncer, não vinha sentindo grande dificuldade em executar os exercícios que o personal everybody trainer (sou pobre) determinou. Aí o sucesso me subiu à cabeça, já fiquei me achando "a" atleta. Bom, isso SÓ até hoje de manhã, né? Graças a um coleguinha de ralação pude sentir o amargo sabor da derrota... O coleguinha em questão é um senhorzinho japonês (tinha que ser japa!), com uns 75 anos, mais ou menos. 

Pois bem. Estava eu executando uma flexão alternada de cotovelos com polia baixa (tô impossível agora!), quando ouvi um outro professor falando sobre as maravilhas que o aparelho elíptico proporciona, superando bastante a esteira. Pensei: eu quero! Avisei meu everybody, que logo me colocou num dos dois elípticos disponíveis, bem ao lado do tal senhorzinho japa. E lá ia o japinha, na maior intimidade com o aparelho, tchuc-tchuc, thuc-thuc, tchuc-thuc. Por não ser uma boa pessoa, logo me veio à cabeça: Hehehe, vou acabar com esse véio, xácomigo! Posicionada, fui orientada sobre como aumentar ou diminuir a tensão do aparelho. Pffff, bota aí dureza total, isso vai ser moleza pra mim! Comecei meu exercício: tchuc... tchuc... Mais um minutinho e... tchuuc... tchuuuuuuuuuuc... Olho pro lado e o japa no seu tchuc frenético. Vamos lá, Tânia, é só se concentrar! Tchuuuuuuuuuuuuuuuuc... Cadê a porra do botão pra diminuir a tensão dessa coisa? Tchuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuc... Oof!...Putz, sem óculos não acho o raio do botão! E tchuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuc... Oof, oof, oof... Socoooooooorro! CHEEEEEEEEEEEEEEEGA!!!!!

Fingindo ter atingido minha meta naquele aparelho (cinco minutos!), tratei de passar para a esteira. Quero caminhar agora, e daí?! Olho pro lado de lá e o japa ainda no seu tchuc-tchuc desvairado, que só acabou depois de 30 minutos. Ok, depois disso o homem tratou de ir embora pra fazer um reconfortante escaldapés, como convém a todo bom velhinho? Não. Lá vem ele, pra esteira ao lado da minha. E começou a correr. CORRER, entendeu bem? O Forrest Gump nipônico correu por mais 30 minutos (sem parar, repare). Parou nisso? Não. Em seguida foi levantar um bocadinho de halteres, uns 600 quilos, coisa boba. 

Mas eu ainda chego lá, ele tá pensando o quê?! Ai, que réééééiva!!!!!! >_<