sábado, 15 de agosto de 2009

Um humor do cão!

Já há um tempinho anda me dando uma síndrome de bebê e troco o dia pela noite. Bom, se pensar bem, com velhinhas também acontece isso... Seja lá pela razão que for, não está nada fácil acordar cedo e o resultado, no final do dia, é um humor do cão. Ontem, especialmente, a mistura foi bombástica: TPM + sono = nitroglicerina. E sai de perto! Oras, custa o mundo adivinhar meu estado de espírito e colaborar pro meu dia ser menos cruel? Ah, lógico que é pedir demais!... Aí lá fui eu, me preparar pra batalha logo cedinho. Respirei uma, duas, mil vezes... Entoei mantras indianos mentalmente. Pulei da cama com o pé direito, fiz o sinal da cruz, bati na madeira. Fui pro banho levando um pote de sal grosso, nessas horas toda mandinga é bem-vinda. Um frio de lascar, haja coragem pra entrar no chuveiro. Ufa, água quentinha e gostosa, presságio de que o dia certamente não seria tão ruim. De repente, a campainha toca. Bééé... Bééééé... Béééééééééééé! Caramba, quem será a essa hora? E com um maldito dedo duro, que não desgruda do botão? Interrompo o banho e corro pra me enxugar. Arre, esqueci a toalha no quarto! Saio pingando e tremelicando de frio. Béééé... Béééééé... Bééééééé... Pô, a pessoa não desiste, deve ser algo gravíssimo. Me visto correndo e saio esbaforida, com a blusa do avesso. Abro e porta e dou de cara com o... VENDEDOR DE VASSOURAS! Às 8 da matina! Injúria! Blasfêmia! Apocalipse final!!!! - Oi dona! Vai vassoura hoje? - Não, obrigada. (Com o dente rangendo de ódio, por ser quem era numa hora dessas e por me chamar de dona, miserável!) - Mas tá baratinho, uma por 25 real. Se levar duas, faço por 40 real. - NÃO, o-bri-ga-da. - Tem espanador de pruma de avestruz também. Esse é bão, grande... Só 15 real! - NÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOO!!!!!!! (Cabeça já explodindo com o estardalhaço que minhas cachorras faziam por causa do homem e suas vassouras) Respira, respira Tânia... Ânimo, nada poderá ser pior que isso. Tá, fui em frente, o dia só estava começando. Cumpri meus compromissos mais importantes sem contratempos. Legal, me deu ânimo até pra fazer umas comprinhas e me mandei pro supermercado. Fila no açougue. Ai, fico ou não fico?... Detesto fila! Fico, vai. Na minha frente, uma senhorinha com cara de cilada. O atendente avisa: "Próximo!" e a tal senhorinha nada... "Próximo!" - a mulher é surda, imagino. Cutuco a dona (ah, eu é que não ia levar um "dona" sozinha não!) e mostro que chegou sua vez. - Bom dia senhora! O que vai levar? - Huuummm... Deixa ver... Me vê aí uns bifes de alcatra. Bem fininhos, viu? Um quilo. - Tá bom assim, senhora? - Huuummm... Mais grossinho um pouco. - E assim, tá bom? - Huuummm... Ah, vai assim mesmo. Passa na máquina. - O que mais, senhora? - Ahhh, acho que mais nada... Pera!... Deixa ver a cara do coxão duro. (Putz, coxão duro tem cara?!?) - Pronto. - Huuuummm... Mas a peça tá no começo, não vou levar não. - Certo, é só? - Só. Ai... Acho que... Pera, me vê aí um quilo de moída de primeira também, vai. Mas deixa ver a carne primeiro. Huuuummmm... Tem um pouquinho de gordura, né?... Huuummmm... Ah, dá essa mesmo, vai, pode moer. Mas passa duas vezes na máquina, viu? (Socorro!!!) - Mais alguma coisa, senhora? - Não, é só. Pera!... Me vê aí uns seis gominhos daquela linguiça ali... Não, essa não, pera... Aquela outra é muito apimentada?... Não tô podendo com pimenta... Poblema na visicla. Ah, dá daquela outra mesmo, vai. (Cheeeeeeeeega! Quase pulo o balcão, cato o cutelo do açougueiro e opero a visicla da malinha ali mesmo!) Prestes a sofrer um ataque cardíaco, terminei as compras e me dirigi ao caixa... Mais fila, claro... Mais dona indecisa, lógico... E mole. Mole de dar sono. Carrinho lotado e vai um produtinho de cada vez pra cima do caixa. Mercadorias registradas e um montanha de coisas entupindo o outro lado, nada foi colocado nas sacolinhas. Produto sem preço, coisa que ficou faltando e ela foi buscar, papo com a atendente sobre um shampoo novo e sensacional, cartão de crédito com problemas... Ah, não!... Isso já virou brincadeira de mau gosto! Ufa! Mas nada como um dia depois do outro. Sabadão de sol, final de semana só começando, promessa de muita alegria, sossego e... Sossego??? PAGODÃO o dia todinho, isso sim. Onde? No clube que fica nos fundos da minha casa. Em zinzilhões de decibéis. Alternado por um karaokê infernal, com interpretações pra lá de duvidosas, em repertórios que não ouço nem com os cantores originais. Como é que pode, my God?! Taquelavida, uns e outros por aí têm razão... Tô ficando velha mesmo!

9 comentários:

  1. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA UHASUHASUHASUHASUHASUHAS aiaiai...aiaiai.. tá doendo..kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.
    Vai fazer roteiro de curta metragem e num me enche o saco Menéga!!!

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  2. Muito bom o texto!! Me enxerguei nele.Não só eu.Vc falou por quase todas as mulheres.
    Lindo blog,já vou te seguir,rs.
    Beijo enorme

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  3. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk! Genial! Mas olha só, acho que vc perdeu uma excelente oportunidade, porque espanador com "pruma" de avestruz grande custa bem mais caro que 15 "real", sabia dessa?

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  4. Aêh minha senhora...
    Marcou vacilo!
    Podia ter ido no vácuo da velhinha e pegado o início do coxão duro.
    Quem sabe daria sorte de ainda ter um pedaço da picanha já que ela vem colada nele.
    Essa velhinha é engraçada. Compra carne de primeira moída, mas fica regulando os gominhos da linguiça!
    Ahh esses paulistas... kkkkkk
    Bela postagem!
    Beijoca!

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  5. Tenho uma cisma faz um tempão, acho que sou monitorado 24 horas por dia. Fico puto quando tenho que ir ao supermercado, porque é justo no dia que eu resolvo ir que o povo todo vai também. Encarar fila não é pra qualquer um não. Já cai nessa de pegar a do açougue e não repito. Se bem que foi útil, porque quando chegou minha vez tive a maior convicção sobre o que pedir. Nessa altura do campeonato já tinha aprendido a fazer picanha argentina com recheio de bacon, carne moída com quiabo e tantas outras coisas, que podia sair dali e editar três livros de receitas com carne.
    Pra terminar, se o vendedor de vassoras tivesse batido na minha porta, saía daqui fantasiado de Carmem Miranda. Adivinha só onde é que ia parar o espanador de pruma do cabocro. haehhehahehahheahehahahaheha

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  6. Que legal esse blog, encontrei num site de busca e agora vou acompanhar. Parabéns, conteúdo interessante e divertido.

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  7. Rose, a delicadeza é seu ponto mais forte, sem dúvida! kkkkkkkk!!!!

    Milene, que bom te ver por aqui! Fico orgulhosa por ter uma poetisa entre meus leitores.

    Cris, pode até ser que o espanador daquele maledeto estivesse barato mesmo, mas faltou pouco pra eu não fazer justamente o que o Jack disse que faria. Que ódio me deu do homem! kkkkkkkkkkkk!!!

    Aê, Malvino, meu senhor... Eu teria marcado vacilo se pegasse a carne depois da velhinha maleta, né? Teria que ficar com o coxão duro mesmo e, ainda por cima, amargaria as pelancas do começo da peça. Comigo não, violão! E por acaso tem algo contra os paulistas? Ó que te xingo, hein? kkkkkkkkk!!!!

    Jack, de leve vai aí uma observação: acho que você está com mania de perseguição, fio! De qualquer maneira, a única coisa que posso te dizer depois da vingança que você cometeria contra o vendedor de vassouras é isso: você não é gente, criatura abominável! kkkkkkkk!!!!

    Valeu por todos os comentários e apoio, tá?

    Beijocas pra todos!

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  8. Ops! Faltou agradecer à Márcia por estar aqui também, mil perdões!!!! Fico muito feliz por contar com novos leitores, esse incentivo é muito importante pra mim. Beijoca, querida! Valeu!

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  9. Depois dessa só falo uma coisa: quero morrer seu amigo. hehehehehe
    Bj

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