sexta-feira, 2 de julho de 2010

Sou atrapalhada sim. E quem não é?


Não sei se alguém reparou (digam que sim, digam que sim!), mas ando meio sumida. Além dos trabalhos que estão pintando, a obra da nossa nova casa tem tomado um tempão. Chegamos naquela fase em que é necessário escolher tudo a dedo pra aliar beleza, funcionalidade e bons preços. Isso não é moleza. Fico maluquinha com tantas opções, hoje em dia há uma infinidade de revestimentos, metais, louças e esquadrias, uma coisa mais linda que a outra, você não sabe nem por onde começar. E justamente aí é que mora o perigo. Diante de tantas possibilidades, é fácil transformar a casa num circo, caso não se tenha critério.

Na tentativa de fazer as escolhas mais acertadas possíveis, ultimamente vivo com as plantas baixas da casa embaixo do braço. O arquiteto caprichou e fez projeto pra tudo: tem planejamento das fundações, projeto hidráulico, elétrico para locais das tomadas da casa toda, elétrico para iluminação, paisagístico, enfim, um calhamaço de desenhos, que facilitam muito a vida da gente, não é mesmo? NÃO. Pra mim isso tudo complica muito, por uma razão muito simples: depois que abro o raio do projeto, cadê que sei dobrar o trem de novo? Mas meu Deus do céu, quem foi que inventou que o diacho precisa ser daquele jeito? Eis aí a razão do curso de arquitetura durar cinco anos: um dedicado aos desenhos e quatro pra aprender a dobrar o projeto. E olha lá se não for necessário até um MBA em origami!

Confesso que sou um tanto atrapalhada com certas coisas. Talvez seja por isso que me identifico tanto com o Jon Arbuckle, o adorável mocorongo que é dono do Garfield. Sou tão ou mais enrolada do que ele. Por exemplo, fico admirada quando vejo meu japa calçando aquelas luvas de látex num triz. Se dependesse de mim, o paciente empacotaria muito antes de eu conseguir encaixar os dedos nos lugares certos. Também, quem manda inventar um treco tão justinho?

Aliás, por falar em justinho me lembrei de outra coisa bem complicada de colocar na primeira tentativa: meias finas. Não tem uma única vez que acerto logo de cara. Mas me dá uma raiva quando vejo aquela costurinha que deveria estar bem no centro dos interstícios do meu ser toda torta! E não tem jeito, precisa tirar e colocar de novo, senão a falta de enquadramento judia da tala larga.

Há mesmo coisas de uma complexidade absurda. Semana passada soube de uma coitada que perdeu o fôlego pra vestir a tal da cinta do Doctor Rey, aquela que tem um nome enjoado: Lift'n Shape by Slim Control (uau!). Prevenida, começou a se arrumar duas horas antes da festa. Oba, cinturinha de pilão, quem não quer? Pelos pés a cinta passou belezinha. Já nos joelhos começou a dar sinais de uma certa resistência. E quem disse que a encrenca passava das coxas? Puxa daqui, estica dali e... nada. Para pra respirar. Deita na cama, fica de frente, de ladinho, de pernas pra cima e puxa, puxa, puxa... Liga ar-condicionado, ventilador, faz promessa e puxa, puxa, puxa... Ufa, finalmente entrou! E lá foi a beldade pra festa, pulmões compactados a tal ponto que nem a voz da mulher saía, mas com o corpitcho em ciminha. Fico aqui só imaginando o inferno que foi tirar aquilo depois. Só mesmo chamando os bombeiros.

Também soube de outra que se atrapalhou horrores na tentativa de se tornar uma delícia. Pra satisfazer um desejo do amante, que já há 20 anos implorava por um strip-tease, comprou um espartilho daqueles. Queria caprichar no suspense, então escolheu um modelo com milhões de colchetinhos. Só se esqueceu de considerar que duas décadas fazem uma diferença enorme, tanto na silhueta, quanto na habilidade de lidar com coisas cheias de truques. Animada, foi se trocar no banheiro da suíte, queria fazer uma aparição arrasadora, deixando à sua espera um homem babando de ansiedade. Muito tempo depois, entregou os pontos e chamou o sujeito: tinha se enroscado de maneira cruel nos colchetes. O que era pra ser uma noite quentíssima se transformou numa atrapalhação histórica, com os dois se acabando de rir, porque foi preciso pedir um alicate à recepção do motel pra desentortar os colchetes e tirar o espartilho da mulher. Bom, nenhum dos dois pode reclamar que faltou diversão.

Então é isso. Sigo em frente conformada, porque nesse mundo tem gente beeeeeem mais atrapalhada que eu. Justificável, é claro. Tudo culpa dessas coisas complicadas que o povo inventa por aí. Não dá pra ser mais basiquinho não? Ah, fafavô! 

14 comentários:

  1. Mas então, amiga, dá até preguiça de comprar algum ítem novo para a casa! Hoje há tanta variedade de modelos, preços , qualidade, tem horas que até preferia como antigamente, era muito menos estressante!
    bjos

    ResponderExcluir
  2. Claro que estava sentindo sua falta com suas estórias hilárias. Em assunto de trapalhadas, não fico devendo nada a ninguém. Só vendo para crer.
    Beijos

    ResponderExcluir
  3. Senhora Dona Tania, solicito a gentileza de esclarecer onde CATZO fica o centro dos interstícios do seu ser , pois que nunca ouvi falar desse lugar. Deve ser lá que se escondeu sua habilidade em dobrar em projetos...kkkkkkkkkk... Peça ao Japa, aposto que ele dobra num flash!Por falar em trapalhada...
    Bom, eu fiz sei lá que porra aqui no seu blog que não acesso mais minha conta no goolgle. Minha fotinha não aparece mais...perdi minha senha......humpf ...Eu dobro seu projeto e vc arruma essa merda que eu fiz, que tal?

    ResponderExcluir
  4. coitadinha o erotismo virou um tragierotismo.

    ResponderExcluir
  5. como vc não tem banner, coloquei sua foto e link no meu blog, beijos e bom fim de semana.

    ResponderExcluir
  6. sinceramente? nem percebi que havia mais de uma semana que a lindinha não postava ... só me dei conta do fato depois das churumelas iniciais do post ... realmente não sou uma boa companhia nOn eh mesmo? kkkk

    mas enfim, vamos ao que interessa ... não entendo como pode alguém, em nome de uma pseudo formosura sujeitar-se a tais sacrifícios, e o que é pior ... a troco de nada ... no dia seguinte o corpitcho não vai voltar a ser aquela bóia novamente? para que tanto sofrimento então? uma pergunta q não quer calar ... eu eim?

    agora, MBA em Origami no curso de arquitetura é o must ... kkkkkkkkkkk

    bjux querida Tânia e veja se não some mais viu? manda alguém dobrar as plantas e vem cuidar de seus miguxos aqui no blog ...

    bjux

    ;-)

    ResponderExcluir
  7. Afff!!! Então estamos indo pelo mesmo caminho, a vida anda realmente sem freio, e o tempo passando rápido. Também ando sumida. Mas sabe, sou viciada em seu blog, aqui estou... e me rolando de tanto rir!!! As modernidades às vezes exagera... Você acabou dando um exemplo bem simples, o tal do projeto, e olha que na primeira tentativa não tem como acertar a forma correta de fechar aquele trem. Ainda mais quando não temos tempo para ficar se dedicando... Um dia eles inventam algo mais prático, assim eu espero!

    Parabéns pelo texto, até pertinente para esta vida desenfreada.

    Beijos graciosos*
    Graci.

    ResponderExcluir
  8. Nem fala em ser atrapalhado... nem comento as coisas das quais eu sou capaz... quem ai consegue explodir uma cafeteira tentando fazer café? quem, quem?

    Adoraria fazer o tal do curso de origami. Serve pra roupas também? porque as minhas, tá difícil ahauahauahauahau

    Beijão Tânia! E vê se não some!

    ResponderExcluir
  9. Cada um com suas neuras, vaidades e dificuldades.A vida é boa mesmo não sendo perfeita mesmo.

    Abraço!
    Ah! Adorei o novo visual!

    ResponderExcluir
  10. oooooooooooooo muléxagerada !

    Eis aí a razão do curso de arquitetura durar cinco anos: um dedicado aos desenhos e quatro pra aprender a dobrar o projeto. E olha lá se não for necessário até um MBA em origami!

    Cara, é ridiculamente fácil dobrar aquilo, quando prestar finalmente minha consultoria aqui no RJ, ensino-a!

    Fico aqui só imaginando o inferno que foi tirar aquilo depois. Só mesmo chamando os bombeiros.

    Os bombeiros? Tranquilo estão pronto para catastrofres, imagina se quem fossse tirar aquilo, não sabia de seu uso... vai ver o que sobrar pós cinta não seja lá suficiente para animar o garoto...



    Chata !

    ResponderExcluir
  11. Excelente blog!! Adorei as postagens, parabéns!!!

    Acesse, Comente e siga -

    www.ecosdaalma.com
    www.palcodamente.co.cc

    ResponderExcluir
  12. Oi gata

    Obrigada pela visita...to melhorzinha sim...logo mais eu to mais na ativa do que nunca!

    A M O!
    Super beijo!

    ResponderExcluir
  13. "OLHAÍ DONA MARIA, TORNEIRAS DE PLÁSTICO, TORNEIRAS DE AÇO, TORNEIRAS DE OURO! APROVEITA QUE TÁ NA PROMOÇÃO: LEVE DUAS E PAGUE TRÊS, DONA MARIA!ACABA DE CHEGAR NO SEU BAIRRO O CARRO DA LOUÇA DE BANHEIRO SEMI-NOVA, PIAS, LAVATÓRIOS, BIDÊS DO PURO CREME DE MILHO!PRIVADAS FRESQUINHAS DE PIRACICABA!"

    ResponderExcluir
  14. Como sempre me ri muito!!!! Sabe que eu nessas coisas também sou atrapalhada? Não consigo entender nada de uma planta de casa; fico como um boi a olhar para um palácio; quando comprei este apartamento em construção, há mais de 20 anos só comecei a entender quando as paredes já estavam ao alto e praticamente dividido, a olhar para o papel não conseguia ver nada. Sabe o que me faz lembrar essa mulher que tem no seu blog? Quando fui viver no Brasil, tinha eu 24 anos, uma coisa que me espantou foi ver as mulheres de bobs na cabeça em supermercados, na cidade e dentro dos onibus em viagem; achei a maior graça, pois por cá nunca se viu isso; agora já há muito que não vejo dessas coisas aí.Um beijinho e não se incomode...o que mais há por aí é gente atrapalhada.
    Emília

    ResponderExcluir