Uma notícia na Folha de São Paulo de ontem me surpreendeu:
"JAPONESES CRIAM ESPERMATOZÓIDES EM LABORATÓRIO
Avanço aconteceu com camundongos, levando à criação de animal saudável; ideia é tratar humanos infertéis
Os espermatozóides, criados por pesquisadores japoneses da Universidade de Yokohama, conseguiram dar origem - por meio de fertilização in vitro - a descendentes machos e fêmeas, saudáveis e fertéis."
Vixe, só podia mesmo ser coisa de japa!
Que me perdoem os macho-chôs de plantão, mas foi inevitável pensar na pouca (nenhuma?) serventia da rapaziada a partir disso. Pera lá, veja bem: não estou dizendo que o homem deixou de ser bicho (muito) bão, tá legal? É só que, cá entre nós, com essa os cuecudos perderam seu último - e fundamental - trunfo diante das mulheres. E nem me venham com pedradas, porque quem inventou a trairagem foram os próprios homens.
Por coincidência, nos últimos dias a desigualdade que ainda impera entre homens e mulheres tem sido um assunto bem recorrente nas minhas aulas. Quando há um aprofundamento, a gente se dá conta do tanto que a cultura machista ainda dita as regras.
Até mesmo entre casais que se consideram modernosos o bicho pega. Por exemplo, é bem normal ouvir mulheres ultradinâmicas afirmando, orgulhosamente, que seus maridos as ajudam nas tarefas domésticas. Acham bacanérrimo voltar para casa depois de um dia cabeludo de trabalho e contar com o favorzão que o maridão faz ao lavar um ou outro pratinho depois do jantar - que ela teve que preparar, claro. E, diga-se de passagem, homem acha mesmo que arrumar a cozinha resume-se a lavar alguns poucos pratos e talheres. Na imaginação delirante dos mocinhos as panelas saem sozinhas de cima do fogão e correm para a pia, acionando a função autoclean. Tigelas, copos, guardanapos, entre outras parafernálias, também desaparecem num passe de mágica. E limpar o fogão, então? Ah, aí já é demais, né?!
Ainda hoje (se é que isso mudará algum dia), há tarefas estabelecidas como exclusivamente inerentes às mulheres, não importando se elas contribuem igualmente (às vezes até mais) no orçamento doméstico com seu trabalho fora de casa. Caramba, onde é que está escrito que SÓ às mulheres compete a administração da casa? Papel higiênico acabou: culpa dela. Lixo não despachado, caderno de filho sem a fiscalizada básica, tapete sujo, roupa sem passar, tudo, tudinho culpa da infeliz. Afinal, o homem é feito de outro material, né? Ele chega cansado, tá? E com fome, tá? Estressadíssimo. De saco cheio. Querendo encontrar a casa arrumadinha, comida quente, filhos disciplinados e uma mulher gostosa, linda, bem-humorada. É pedir demais? Ô se é.
Então, digam o que quiserem, venham com a batidíssima piadinha dos neurônios, blá, blá e milhões de blás, que depois da descoberta dos japorongos, analisando nua e cruamente, a constatação, ainda que eu não queira, é óbvia: logo logo o homem poderá ser extinto do planeta, mesmo se achando tão importantão. Mas, se depender da minha fervorosa torcida, isso jamais acontecerá. Porque, como eu disse antes, o bicho é bão por demais e eu gooooostcho (muuuuuuitcho)!!!!