terça-feira, 26 de junho de 2012

O poder de uma boa bunda


Que a bunda feminina exerce um fascínio entre homens de qualquer classe social, faixa etária, preferência futebolística, religiosa e política, não é nenhuma novidade. Aliás, nunca consegui entender isso, já que todo ser humano - homens incluídos no pacote, evidentemente - tem bunda. Por mais chapada que seja, bunda é bunda, ora essa! Mas eles adoram... Babam por ela... Desejam... Nem Freud explica. Aff!

Tudo culpa da testosterona, a sacana que faz os "pobrezinhos" só pensarem em colocar suas sementinhas desvairadas nitudoquiéburaco

Nem o japa, forte candidato à canonização, fica fora dessa, acredita?

Estávamos nós, um casalzinho feliz, voltando da minha sessão de quimio hoje, quando um motoqueiro olhando pra trás me chamou a atenção:

- Caramba, o cara vai cair da moto desse jeito. Maior tonto, olhando pra bunda da moça, vê se pode!

- Também, com uma calça agarrada daquela!

- Epa, epa, opa!... Até tu, Brutus?

- Eu não olhei pra bunda de ninguém.

- É? Sei. E como viu que a calça da periguete está agarrada, hein?...

- Ué, quem não veria aquela calça entranhada na mulher?

Eu. EU NÃO VI. Japa cachorrão!!! Grrrrrrr...

Cheguei à conclusão que não adianta querer entender, nem reclamar, afinal nesse quesito todo homem sofre da mesmíssima fissura. Aliás, hoje em dia é moda a mulherada admirar as formações glúteas masculinas também. Não sou chegada nisso, confesso que à primeira vista prefiro bem mais um belo sorriso, um olhar revelador, mas gosto não se discute, né?

A prova inequívoca de que homens só mudam de endereço quando a questão é uma bela de uma bunda está neste vídeo, uma experiência interessante, onde a câmera foi colocada no traseiro da criatura boazuda. Nem Jesus resistiu. Fala sério! 


Câmera instalada na bunda da mulher flagra reações dos homens - Rear View Girls (Los Angeles) por amdal  no Videolog.tv.


segunda-feira, 18 de junho de 2012

Pra que complicar o que é tão simples?


Não sei se o momento que estou vivendo agora me faz ficar mas antenada ou se é apenas uma coincidência, mas acho que nunca tinha visto tanta gente envolvida em sufocos antes. Coisas de todo tipo, desde a clássica falta de grana - probleminha que todo mundo tem - até situações irremediáveis, em menor ou maior grau, o perrengue é generalizado. 

O que tem me surpreendido, no entanto, não é o fato de ver tantas sinucas de bico juntas, mas como o povo as tem encarado. Parece que o mosquitinho da falta de esperança andou picando todo mundo, nunca vi! Tenho observado um desânimo imenso, como se nada mais valesse a pena e não houvesse razão pra se sacudir. 

Sabe o que eu acho? Que não interessa o tamanho da confusão, o importante é sair dela de qualquer maneira. E a saída, em grande parte das vezes, está na simplicidade de encarar as coisas como elas de fato são, sem devaneios masoquistas. Pra quase tudo há jeito. E quando não houver, o jeito é buscar novos caminhos, sem grandes dramas, nem muita complicação. Viver é bem mais simples do que parece. 

Este trecho de uma fala do personagem Mr. Magorium (interpretado por Dustin Hoffman), do fofíssimo filme A Loja Mágica de Brinquedos, diz tudo:
 
"Quando o Rei Lear morre no Ato V, sabe o que Shakespeare escreveu? Ele escreveu 'Ele morre'. Só isso. Nada mais. Sem fanfarras, sem metáforas, sem palavras finais brilhantes. 

O ápice da mais influente obra da literatura dramática é 'Ele morre'. Foi preciso um gênio como Shakespeare para escrever 'Ele morre'. E, sempre que leio essas palavras, sou tomado por uma inquietação… 

Sei que é natural ficar triste, não por causa das palavras 'Ele morre', mas pela vida que vimos antes delas. 

Eu vivi todos os meus cinco atos, Mahoney. E não estou pedindo para que fique feliz com minha partida. Eu só estou pedindo que você vire a página, continue lendo… E deixe a próxima história começar. E, se algum dia alguém perguntar o que houve comigo, conte minha vida com todo seu esplendor e termine com um simples e modesto: 'Ele morreu!'.

SUA VIDA É UM ACONTECIMENTO. ESTEJA À ALTURA DELE." 

Ilustração: Tânia Meneghelli (minha!), em pastel seco.

domingo, 17 de junho de 2012

Sorveteiro do mal


Nem todo mundo sabe, mas um alimento indicado para quem faz quimioterapia é sorvete, além de outras sobremesas geladas. Isso porque a mucosa bucal fica bastante afetada pelos medicamentos e o geladinho dessas gostosuras ajuda a diminuir a dor provocada pelas aftas e outros ferimentos na língua, céu da boca e gengivas.

Por causa disso, outro dia o japa foi à sorveteria e chegou carregado de picolés aqui. Comprou um monte e ainda ganhou outro tantão, o cara da sorveteria deu pra ele caixas de picolés que estavam amassados e não serviriam mais pra vender.

Um tempo depois, animada com a boa vontade do moço e com os picolés esgotados em casa, dei um pulinho na sorveteria pra reabastecer o freezer. Pedi uma caixa do meu sabor preferido, só que entre os 20, havia três bem amassados. Aí falei pra balconista que os aceitaria como brinde, já que no outro dia meu marido trouxe uma porção de picolés danificados, fornecidos pelo chefão do cafofo. Rapidamente o dono da sorveteria interferiu, dizendo que eu deveria pagar pelos amassados também, deixando a mim e à moça atônitas. Obviamente dispensei os amassados e fiquei só com os bons, apesar de, àquela altura, eu já não estar a fim de levar mais nada dali. Voltei pra casa putíssima com a avareza do infeliz, especialmente considerando que se antes ele havia cedido caixas e caixas de picolés pro japa, por que queria cobrar apenas três de mim? O sujeitinho nojento deve ter me achado uma morta de fome. Mas, vá lá, fazer o que, né? É direito dele cobrar por seus produtos.

O tempo passou e acabei esquecendo do episódio desagradável, até que ontem o japa chegou de novo com um montão de picolés, entre eles alguns de novos sabores, que são lançamentos, e pelos quais ele, pra minha surpresa, novamente não precisou pagar. Ganhou do mesmo sujeitinho, que queria que ele provasse as novidades e ainda levasse pra esposa  - no caso eu, só que ele não sabe que sou aquela pra quem ele negou os três picolés no outro dia - experimentar também. Lógico, o japa é bonitão, bonzão, gostosão, medicão, chefão no Samuzão!... 

Fala a verdade, a criatura é ou não é indecente? Merece ou não merece tomar uma bela rasteira neste mundo, que pro azar dele é bem redondinho? Fiquei com nojo. E com vontade de deixar o intestino reto do miserável entupido de sorvete e trincando de congelado. 

SORVETEIROMUQUIRANAFIADAPUTADUSINFERNUPUXASACODEJAPA!!!!! >_<

sábado, 16 de junho de 2012

Virei fada agora. Hum... será?




É engraçado como muita gente espera que a pessoa que tem câncer se transforme, de repente, numa fofurinha. Taí, agora sou assim, uma fada. 

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Reconheço o milagre da vida no vento que sopra suave e lentamente, balançando as folhas das árvores, sussurrando a melodia angelical da natureza aos meus ouvidos... Ah, a brisa que toca com delicadeza meu rosto, lembrando que...

...meu último pote de Lancôme está no fim! SOCOOOOOOORROOOO!!! 


Tô o pó da rabiola por causa da quimio. Amarela, seca, esturricada... E sem Lancôme é o apocalipse final, o fundo do poço, o caos da minha existência! Só resta esperar que alguma alma caridosa vá correndão até New York-New York e me traga uma encomenda basiquinha, a jato.

Putz, se tem gente que ficou barbarizada com o que escrevi na postagem anterior (especialmente quando digo que dispenso os consoladores tapinhas nas costas), agora, então, vai me odiar por causa da futilidade. Tudo bem, aguento. Se o ultrajado trouxer uns potinhos de Lancôme, pode me xingar de palavrão cabeludo, inclusive. E se tiver as manhas de se superar, aparecendo aqui com alguns itens de makeup da M.A.C., aí deixo até me bater. De chicote, com preguinho na ponta e tudo. Na boa mesmo.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Tô com CÂNCER sim. E daí?




Desde que contei que estou com câncer de mama tenho me deparado com as reações mais diversas possíveis. A mais comum, claro, é a de espanto. Caramba, como essa doença ainda aterroriza! Muita gente até gostaria de ser solidária nesse momento, mas se afasta, simplesmente por não saber o que dizer. Reparei no bom número de visualizações aqui no blog, mas também na descrescente participação com comentários, por exemplo. Há, ainda, aqueles que preferem fechar os olhos, como se assim ficassem imunes ao que qualquer pessoa está suscetível. Lamento informar, mas pra ter câncer basta estar vivo e pronto, qualquer um vira a bola da vez. 

Então, quero falar sobre isso agora, nua e cruamente. Gente, estou com câncer SIM e daí? E falo a palavra (que tanta gente evita), sem o menor receio: CÂNCER, CÂNCER, CÂNCER!!! Não tenho câncer porque guardei mágoa nenhuma, nem porque mereci isso (ninguém merece!) ou por qualquer outra razão que não seja o simples fato de que essa coisa apareceu aqui do nada, está sendo tratada e vai se escafeder logo logo. Simples assim.

Sem nenhuma hipocrisia, nem querendo me fazer de mais forte do que sou de verdade, não fosse pelo tratamento, que é mesmo bem chatinho, eu me sinto absolutamente NORMAL. Tenho feito minhas coisas numa boa, estou tranquila e tenho convicção do bom resultado que vou alcançar. Sinto muito por decepcionar os mais trágicos, mas não vou morrer disso. Agradeço, mas dispenso os tapinhas nas costas, acompanhados das ladainhas: Tenha fé! Pra Deus tudo é possível. Seja forte! Tenho fé sim, acredito que Deus olha (e tem olhado demais) por mim e estou mais forte do que jamais estive na vida. E vou chegar lá, com toda certeza.

É gostoso ter câncer? Óbvio que não. Câncer mata? Às vezes, mata sim (e se não tratar logo, então, mata mesmo). Estou feliz da vida sem cabelos? Evidentemente que não também. Ainda choro, às vezes, por causa disso. Lógico que estranho ao me olhar no espelho, não gosto nada do que vejo. E, cá entre nós, não há mesmo como uma mulher ser maravilhosa estando careca, né não? Mas trato de sacudir a poeira rapidinho e sigo em frente. Simplesmente porque a ponte foi dinamitada, não tem volta, não adianta me contrariar. Acho que só dá pra superar isso sendo muito prática, olhando APENAS pra frente. E enxergando, acima de tudo, os pontos positivos desse sufoco, que existem sim, por mais incrível que possa parecer. 

É gostoso se sentir querida e importante. Tenho recebido muita atenção e carinho, inclusive de pessoas que estavam distantes e se reaproximaram. Os laços afetivos se estreitam muito num momento como esse, sabe?

Agora, acima de tudo, mas de TUDO, de verdade - e sem a menor demagogia - o melhor tem sido meu reencontro comigo mesma. Finalmente me olhei e me vi. Descobri em mim uma pessoa muito mais forte e competente do que imaginava ser (meu tumor já diminuiu um centímetro!), tenho me tratado com muito mais carinho e dedicação. Reparei que se tantas vezes na vida a gente pode ser nosso pior inimigo, se autosabotando sem piedade (como fiz tantas vezes), é possível também se amar pra valer, se cuidar, se querer bem. E é assim que tô agora, totalmente em paz comigo mesma, cheia de planos. Já não tenho a menor dúvida de que saio dessa bem melhor do que estava antes (siliconadérrima, inclusive, u-huuuu!) e me admirando muitíssimo mais. 

Pronto, só faltava essa agora... Virei minha fã número um. Abusaaaaaada!!!

Por isso, quem quiser chegar junto, venha sem medo. Diga o que e como quiser, fale, pergunte, desabafe, xingue, se manisfeste como preferir. E se não quiser dizer nada, também, tá tudo certo. Só não me olhe como se eu fosse um ET fora do prazo de validade, tá? Relax total.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Programas matinais na TV aberta... Tédio!



Num papinho informal  - de umas 12 horas seguidas - aqui com minha mana caetana no último fim de semana, a gente riu muito de umas coisas que vê nos programinhas matinais. Por força do tratamento e meio de molho, tenho visto bastante TV nos últimos tempos. Gente, mas o que é aquele "Hoje em Dia"? A coisa não vira!

Cris Flores tenta mesmo ser uma florzinha, no sentido literal. Mas mulé fada não me engana não, sabe? Aquilo tem um jeitinho de ser tinhosa de verdade. Passa mensagens subliminares em todos os seus comentários perfumadinhos. Bota a velhinha, feia e nanica sentada na cadeira pra receber tratamento facial e diz com a maior desfaçatez: - Ah, mas ficou linda!... Muito mais jovial! Na verdade, pensando lá com seus botões: - Nem passando todo o creminho do planeta será como eu, linda, alta, magra, fofa, televisiva! Mocréia!!!

Edu Guedes, preparando as receitinhas, dá nos nervos. Se bem que acho divertidas suas trapalhadas, às vezes. Repete, exaustivamente, a mesma ladainha em todo e qualquer preparado: - Isso é fácil, gostoso e barato. Mexidinha com a colher e lá vem: - Isso é fácil, gostoso e barato. Tira do fogo e não perdoa: - Isso é fácil, gostoso e barato. Só falta completar: - Prato perfeito pra você, telespectadora burra e pobre, muito diferente de mim, que sou riquinho e sei lá que raios tô fazendo aqui. 

Isso sem contar com a mais absoluta falta de conteúdo. Celso Zucatelli virou o gatão de meia idade. Caras, bocas e covinhas pra não dizer coisa com coisa e interagir com o público absolutamente nonsense que liga pra lá querendo ganhar uns trocos. Outro dia a pergunta foi quem o povo achava que participaria dessa edição de "A Fazenda" (outro "programão"). Penso que deve ser difícil conseguir participar, já que milhões de pessoas ligam. Mas a sem-nadinha-de-noção que conseguiu mandou: - Cléo Pires! Não merece continuar pobre o resto da vida? Caramba, a tal da Cléo Pires é contratada da Globo e nojenta até não poder mais. É difícil imaginar que ela jamais participaria de um treco desses? :-p

E a doida que parece uma metralhadora desembestada, falando sobre uma tal máquina fotográfica? Eutenhoumasupernovidadepravocêéatekpixcâmerafotográficafilmadorawebcamcomecealigaragoraeadquirajáasuatekpixsemcomprovaçãoderendafácilfácilbláblábláblá... E o mais incrível: sempre tem um "descontaço" (nossa, odeio quem bota "aço" no final das palavras!... cruzes!) pra quem ligar nos primeiros cinco minutos, sendo que esse apelo infernal aparece na programação o dia todo!!! E em diversos outros canais também. Aliás, é merchandising atrás de merchandising, um saco. Haja!

TV aberta totalmente sem opções pela manhã, nunca vi. Ana Maria Brega e o papagaio que me irrita (muitíssimo!); nem a ótima Regina Volpato salvou o desastre que é aquele programinha que existe só pra mulé do poderoso chefão ter o que fazer e por aí vai. Aff, aff, aff!

Uma tristeza só. Que saudade da Palmirinha Onofre e seus cameraman, minhas amiguinha!

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Diquinhas literárias




Hoje quero recomendar dois livros que acabo de ler e achei o máximo. Ambos são bem pequenininhos e valem muito a pena.

O primeiro é Amores Proibidos na História do Brasil, de Maurício Oliveira. Ganhei da minha madrinha, que além de ser uma mulher chiquérrima e linda, ainda acerta em cheio no meu gosto literário. A obra conta as dificuldades que importantes personagens da história do Brasil tiveram que enfrentar para viver suas paixões, nem sempre aceitas pela sociedade. Todos os sete casais apresentados viveram, cada um a seu modo, romances proibidos, deliciosamente apresentados pelo autor. Adorei todas as narrativas, principalmente os casos de Dom Pedro I com a Marquesa de Santos e de Joaquim Nabuco com Eufrásia Teixeira Leite. Tem Chiquinha Gonzaga, Chica da Silva e outras. Muito legal!



O outro livro é o Minhas Amigas, de Joaquim Ferreira dos Santos. Ganhei de uma amiga querídíssima, que já não via há um bom tempinho. O autor decidiu reunir histórias saborosas que escutou de amigas: casos de infidelidade, vingança e alguns poéticos. Quando juntou uma centena, as reuniu nesse livro. Joaquim diz que privilegiou histórias reais da nova mulher que está em cena, a poderosa, a que faz e acontece, que tem cada vez menos receio do mundo. Adorei! Me achei no meio de uma porção de histórias e identifiquei nelas um outro tanto de amigas minhas.



Putz! Tô querendo mesmo ficar às moscas por aqui... Primeiro, tenho falado muito de câncer. Agora, venho com essa de livros. Definitivamente duas coisas das quais um montão de gente corre. Desde já não espero por comentários. Bom, paciência. Falo sobre o que me der na telha e pronto.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Alfinetadas no cocuruto!!!


   RAINHA ALFINETEIRA
   (Tim Burton)


Segunda sessão de quimio... Xixi vermelho e alfinetadas na cabeça, por causa de parte dos cabelos que insiste em não cair. Nem a máquina zero adiantou. Dói mesmo e muito. Que sufoco! Mas tô chegando lá. Só faltam 14 agora. Vida de rainha alfineteira não é mesmo brincadeira! :-p

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Carinha nova!

A nova realidade exige mudança na fachada do cafofo...


E por essa eu juro que não esperava... André, meu filho, também de carinha nova. Solidariedade sem tamanho! Emoção...







sexta-feira, 1 de junho de 2012

"Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, 
mas o que melhor se adapta às mudanças."
(Charles Darwin)


É assim mesmo. Nada de cabelos, muito de confiança. 
Feliz! :-)