segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Amizade com ex é possível?


Ontem, num papo com meu filho, surgiu a seguinte questão: é possível se tornar amigo de ex? Nem precisei pensar muito pra chegar a uma conclusão. Oras, mas é claro que... depende. Pode ser que sim, pode ser que não... Talvez, quem sabe? Tá certo, trata-se de uma conclusão um tanto quanto inconclusiva da minha parte, mas explico melhor. Se ainda houver disposição e bem querer entre ambos, acho perfeitamente viável (e muito interessante) se transformar em amigo de ex.

É importante observar, no entanto, que uma amizade, pra ser verdadeira, exige o cumprimento de alguns requisitos básicos. Porque a gente pode se tornar ex-mulher, ex-namorada, ex-amante, ex-ficante, mas não dá pra se transformar em ex-amiga.

Ser amigo significa estar inserido num grupo muito seleto de pessoas com as quais o outro convive. É estar no mesmo patamar de pessoas que nunca se tornarão ex, haja o que houver. Não existe ex-pai, ex-mãe, ex-filho, por exemplo. Nem mesmo a morte modifica isso.

Ser amigo, mesmo, implica em conseguir superar divergências, sabendo que não se resolve perrengues com um simples pé na bunda. Quem acha que, de repente, pode se tornar ex-amigo é porque jamais foi amigo algum dia, apenas impôs ao outro uma realidade fraudulenta. E vamos combinar que ninguém merece isso, né?

É aí que está a condicionalidade de se tornar ou não amigo de ex, na minha opinião. É preciso que o tempo se encarregue de resolver conflitos, apagar mágoas, principalmente se o rompimento não aconteceu consensualmente. Entre pessoas maduras, quando a paixão acaba, a tragédia se minimiza com o tempo. Ao contrário de uma amizade, acho concebível que esse tipo de relação tenha um fim. Porque, em geral, um envolvimento romântico está diretamente ligado a dimensões mais superficiais e passageiras, como atração física ou desejo sexual. É como tão bem colocou Vinícius: "que o amor não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure". Então, se apesar do rompimento ainda exista identificação entre ambos, acho perfeitamente possível que a relação se transforme numa amizade bacana.

Para reconstruir um relacionamento em outras bases é imprescindível superar todas expectativas e frustrações, daí a importância de se dar tempo ao tempo. É preciso que a atração dê lugar a outras afinidades e que o sentimento de posse, natural num envolvimento romântico, deixe de existir também. Porque se não houver sintonia de objetivos, se ambos não estiverem dispostos a deixar no passado as lembranças dos bons ou maus momentos que partilharam como casal (por mais que tenham sido espetaculares ou terríveis), o risco de novas decepções é enorme. E de passar por grandes sufocos também...










Costumo dizer que sou a maior amiga de ex que conheço e é verdade. Posso reencontrá-los e me divertir a valer com eles ou apoiá-los no que for preciso, sem levar em conta que um dia já tivemos outro tipo de envolvimento. E isso acontece porque depois de um tempo prefiro zerar o contador e reconstruir tudo novamente, de um outro modo. Afinal, se num determinado momento deixei que alguém fizesse parte da minha vida, é porque achei que essa pessoa valia a pena. Então, por que não permitir que esse alguém continue presente, ainda que seja de outra maneira? Não, não incorporei a Madre Tereza de Calcutá. Ao contrário, meu negócio é lucrar, sempre. E só dá pra ser assim se eu somar e não subtrair, né?

22 comentários:

  1. Olá Tânia,
    Engraçado, participei de um programa (Happy Hour) na GNT, onde o tema era: "É possível ser amigo de ex?" Concordo com você sobre as dúvidas e a verdade. Lá, naquela época, disse que existem vários tipos de 'ex', mas só não existe ex pai, ex mão. Estes são para sempre.
    Grande abraço, belo blog,
    Se puder apareça em: veredaspulsionais.blogspot.com
    Carlos Eduardo

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  2. Acho que não apenas é possível ficar amiga de ex, como também é divertido!
    Lógico que ambos precisam ter bom senso.
    Eu tenho uma grande amizade com dois dos meus ex- namorados. Eles são ótimas pessoas, saímos pra dançar, pra conversar. Com um deles eu assisto os jogos no nosso time do coração. Tudo com educação, carinho e respeito.
    Vale muito a pena!
    Bj!

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  3. Quando passa o grosso da mágoa, as recaídas dão o tom da amizade vindoura ou não. Se são recaídas constantes e repletas de amor e ódio embutidas em cada sessão de prazer, a amizade fica por algum tempo comprometida; se não há recaídas, aí a coisa fica realmente braba... dificilmente haverá amizade. Agora se as recaídas terminam bem... é amizade na certa.

    Quer saber se um casal separado será amigo....? observe as recaídas! rsrs

    Obrigado pelo carinho em meu blog, vindo de você, uma das minhas blogueiras prediltas, isso é um puta elogio.

    bjs

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  4. Quando não existe nenhum mal entendido ou pendências entre as partes, acredito que sim, dá para ficar amiga do ex.

    Quem termina um relacionamento não tem que virar inimigo de ninguém, muito menos deixar de falar. O fato de não ter dado certo amorosamente não quer dizer que uma amizade não possa ser cultivada, isso é sinal de amadurecimento.

    Boa semana!

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  5. Acho que depende mesmo. Se o sujeito era um sem noção, um cara que não valia muita coisa, aí o melhor é esquecer e não arranjar mais sarna pra se coçar. Eu tenho bastante amizade com todos os meus ex, mas isso não quer dizer que assim que o relacionamento terminou, essa amizade começou. Todo mundo precisa respirar!

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  6. Tens razão.. para se ser amiga de ex marido ou ex namorado tem que se dar tempo ao tempo, atingir uma maturidade suficiente para se ultrapassar todas aquelas situações que deram origem ao afastamento; não concebo a ideia de se ficar de tal maneira inimigos que até se mete os filhos no meio de verdadeiras guerras. Como dizes, se vivemos com determinada pessoa, tivemos filhos, construimos algo juntos, é porque essa pessoa nos dizia alguma coisa, valia a pena; de repente, há uma separação e esse casal entra numa verdadeira guerra. Isso é uma coisa que me custa muito a entender.Mas os relacionamentos são muito complexos, consequência, é claro, da complexidade que é o ser humano. Eu acho que, se não se puder ser AMIGO deve-se pelo menos ser amigo, principalmente se há filhos . Eles, coitados, sofrem por verem os dois seres que mais amam completamente de costas viradas. Um beijinho e até breve
    Emília

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  7. Obrigado Tânia pela visita ao meu blog e pelo comentário.
    Muito bom o seu texto de hoje.
    Bjs

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  8. Tania,

    Tem selinho pra vc lá no blog.

    Beijos :]

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  9. Hoje se fala muito em ex- isso ex- aquilo, numa separação como agir, pensar e resolver, o que é meu e o que é teu. E os sentimentos como ficam? Os momentos vividos? - os filhos, família, essas questões são as mais difíceis de se resolver, porque sempre existirá experiências de momentos tão intensos e únicos que a própria vida não explica. Um grande abraço amiga.

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  10. Ai socorro! Que povo mais maduro e centrado!Ou mentiroso hehe... Não venho mais aqui não. rsrs Tô mais prá louca dos quadrinhos...kkk É que quando eu "matava" um namorado, "matava" inteiro, não sobrava nada, nem amiguinho não. Nem mágoa, nem nada...Demoraaaava mas aí zerava total! Quem sabe um dia eu mudo...Daqui a umas 3 encarnações!

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  11. Pode organizar um churrasco com o Monstrício- Gato de Armazém que eu vou na boa, me comporto e me divirto mas A-MI-GA ? Nananinanão. Mesmo porque já passou uma encarnação né? KKK

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  12. Caramba, meu teste não pode mais ser apagado!!! Ha ha ha...


    Bom, de qqr forma a minha opinião é a seguinte, sempre é possível conversar. Quanto a amizade realmente verdadeira acho improvável, já que a proximidade de um/uma ex acaba atravacando possíveis novos relacionamentos, e ficar no chove e não molha é pra quem não tem muita vontade de seguir em frente. Mas conversar é sempre bom. Acho que é isso!

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  13. Oi, passei pra conhecer seu blog, e desejar boa semana.
    bjsss


    aguardo sua visita :)

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  14. Ola minha cara amiga Tânia,

    Postagem simplismente fantástica. Meu nome é Douglas Barraqui, leitor compulsivo e inveterado, e adorei seu blog ... se permite vez ou outra estarei por aqui...já sou seguidor!

    grande abraço
    Muitas alegrias em decorrência do sucesso para todos nós!

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  15. "Quem acha que, de repente, pode se tornar ex-amigo é porque jamais foi amigo algum dia, apenas impôs ao outro uma realidade fraudulenta."

    O texto é todo muito bom, mas este parágrafo merece ser destacado.

    Beijos

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  16. Eu acredito que sim, uma relação não é feita só de amor ou sexo, existem vários outros fatores que contribuem para isso. Quanto acaba um relacionamento pode acabar o amor de amantes mas permanecer outros sentimentos que são bons e que vale a pena cultivá-los.
    Um abraço

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  17. CARLOS EDUARDO: Juro de pé juntinho que nem vi o programa! Não foi plágio, não foi plágio!!!!! Obrigada pela passagem por aqui, viu? E pera aí que já já estarei visitando seu cantinho também.

    LAILA: Pois é, pode ser divertidíssimo. Principalmente quando você vê que seu ex arranjou uma companhia bem pior que você. Putz, não devia ter vindo aqui... Hoje tô tão ruim! kkkkkkk!!!!

    ERALDO: E não é que é isso mesmo? Sem recaída fica claro que a outra pessoa não faz a menor falta, tem toda razão. Concordo! Ah, e você também é um dos meus blogueiros favoritos, viu?

    HELENA: Sempre insisto muito nisso. Quando algo não sai exatamente como a gente quer, pelo menos fica o aprendizado. Acho que pode-se tirar proveito de tudo e não há o menor problema em tranformar uma relação.

    MÁRCIA: Concordo, também acho impossível que logo depois da separação alguém consiga ser muito amigo. A menos, é claro, que tenha sido uma decisão conjunta, o que é bem raro de acontecer, né? O tempo sempre coloca tudo no devido lugar. Mas tem toda razão, se o outro não tiver caráter, o melhor é riscar do mapa. Nada de arranjar sarna pra se coçar.

    EMÍLIA: Olha, você tocou num ponto que considero fundamental. Muita gente não tem o discernimento de perceber que os filhos nada têm a ver com a confusão criada pelos pais. A convivência, mesmo após a separação, é inevitável. Então, por que não se esforçar e fazer disso uma experiência civilizada e até agradável? Claro que é possível, basta ter boa vontade! Mesmo que seja, como você tão apropriadamente colocou, apenas para se transformarem em amigos e não AMIGOS.

    WANDERLEY: Pois é, também acho que o ser humano tem uma capacidade infinita de elaborar sentimentos. Acho perfeitamente possível superar um envolvimento romântico e passar à convivência amigável. Como disse antes, acho que é só uma questão de boa vontade.

    PATI: Você é uma fofura! Já já estarei lá pra pegar meu novo selinho. Obrigada!!!

    EUDES: Também acredito muito nisso. Acho que nada acontece por acaso e pessoas são unidas em determinados momentos da vida porque precisa ser assim por alguma razão. O negócio é saber sempre tirar o melhor proveito de cada experiência, né?

    ROSE: kkkkkkkkk!!!! Você sabe muito bem que não exagerei e nem menti... É claro que quando falo de amizade verdadeira, me refiro a uma relação onde não cabe "puxada de tapete". Não falo propriamente daquela amizade íntima e especialíssima, mas acho sim perfeitamente possível conviver com um ex de um jeito bacana e sincero. Lógico que as circunstâncias que levaram ao rompimento contam e muito. Como já falei lá em cima, se o nego não tem um pingo de caráter, melhor ser varrido da lembrança. No caso do Monstrício, por exemplo, você não o apoiaria se ele precisasse de algum coisa? Duvido que não! E isso nada mais é que amizade, minha filha! Ou vai dizer que não é?

    ANDREZINHO: Ah, que bom ver sua opinião aqui! E melhor ainda te ver assim tão maduro e coerente no raciocínio. Tem toda razão, há casos em que a proximidade de um ex pode prejudicar o andamento das coisas. Isso acontece, especialmente, quando uma das partes não conseguiu superar o que houve antes. Como falei na postagem, acho que só dá pra pensar numa amizade quando tudo ficou no passado, seja bom ou ruim. Aí sim a convivência pode ser saudável. Enquanto isso não acontece, o melhor é que cada um tome seu rumo, né?

    DRI: Obrigada pela visita. Já visitei seu blog e adorei. Pretendo acompanhar sempre.

    DOUGLAS: Que bom te receber aqui no meu cantinho e contar com sua visita frequente. Já já irei conhecer seu blog também. Muito sucesso pra nós, claro!

    FRED: Tenho sérios motivos pra também achar que esse parágrafo merece destaque. Já suportei cada uma nessa vida!...

    VALEU PESSOAL!

    BEIJOCAS PRA TODOS!

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  18. FRED: Espero que você dê uma olhdinha aqui... Estou tentando postar um comentário no seu blog, mas não consigo! Me dê uma luz, please!

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  19. Oi Tânia. Li seu texto e me vi nele. Aliás, você finalizou exatamente como costumo explicar para todos a razão de ter me tornado amiga do meu ex. Adorei encontrar alguém que verbaliza a situação da mesma forma que eu. Bjs!

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  20. Este comentário foi removido pelo autor.

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  21. Escrevi ressucitar em vez de ressuscitar. Já viu né? Tive que apagar. Essa pentelhete professora pascoala.... Vamos lá:
    Já que...né...cês sabem...sumiço...abandono, descaso, irresponsabilidade,desamor, permeiam essas paragens...bora ressucitar uns defuntos aqui. compartilho dessa opinião aqui ó:

    http://revistaalfa.abril.com.br/blogs/mulher-honesta/2010/11/22/chupa-essa-manga/

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