segunda-feira, 13 de junho de 2011

Vizinho nóia


Estávamos sentadinhos eu e o japa, tomando um lanche em casa, quando, de repente, reparamos que havia um invasor na laje que dá acesso à nossa caixa d'água.

Ao ser flagrado, o moleque espinhento disse que estava apenas pegando uma bola que havia caído ali. Fiquei até com pena, porque aguentar sermão do japa não é moleza.

- Que negócio é esse, rapaz? Não sabe pedir, não? Você não tem educação? Acha que pode ir entrando assim na casa dos outros e...

(-_-) Zzzzzzzzzzzzzzzzz

Passados alguns dias, uma vizinha nos informou que andava observando o sujeitinho e viu que ele estava escondendo pacotinhos atrás da nossa caixa d'água. Bom, não se pode acusá-lo de mentiroso, né? Afinal, trata-se mesmo de "bola".

Aí fiquei pensando como a vida da gente pode revirar de uma hora pra outra, sem que se dê conta do que está rolando. Justo eu, uma caretona que nunca teve a menor curiosidade de chegar nem perto de um baseadinho, de repente posso ir em cana por tráfico de drogas, caso os bagulhos sejam encontrados na minha casa numa blitz policial. 

E o que fazer diante disso? Aparentemente trata-se apenas de um nóia amador, sem significativo poder de fogo. Mas, sabe-se lá quem pode estar por trás dele. O menino espinhento tem fornecedor, né?!

Pensamos em procurar a família do garoto e informar sobre o que está acontecendo, afinal é complicado ficar indiferente, inclusive porque a malandragem do meliante de certa forma nos envolve. Ao mesmo tempo, o fato do moleque ficar inteiramente à vontade pra utilizar uma escada enorme e pular na nossa laje sem que ninguém na casa dele considere estranho, nos sugere, no mínimo, alguma negligência. Como poderiam reagir à nossa interferência?  Fechar os olhos, simplesmente, é difícil. Quem sabe com o alerta não se pode evitar um mal maior na vida do desconectadinho e, ainda, dar nossa pequena contribuição em favor da sociedade?...

Situação cascuda. Sei lá como lidar com essa encrenca!

Como estamos há alguns dias de mudar pra casa nova, chegamos à conclusão  - sem nenhuma convicção -  de que o melhor, pelo menos por enquanto, é continuar apenas observando o movimento (que depois do flagra passou a ocorrer de madrugada). O jeito é repassar o problema para o futuro morador, que será devidamente informado, claro. 

Dificultoso por demais. Como diria o sapientíssimo Adoniran Barbosa, bom de briga é aquele que cai fora.


Ilustração do fantástico TIAGO HOISEL.

11 comentários:

  1. Vá à casa do familiar sim, principalmente porque vão se mudar. Avise o próximo infeliz morador e deixe umas armadilhas por lá... experimente alguns fios desencapados e expostos, cacos de vidro nas áreas não comuns de se usar... e notifique o infeliz a retirar os "bagulho", afinal ... ninguém quer levar prejuizo. [Não sem retribuir]

    O carinha teoricamente está só escondendo coisas na caixa d'água, mas ele certamente cuspiu lá, fez um xixí com preguiça de descer ou quem sabe coisa pior.

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  2. Bom, depois de tudo isso que o Rodrigo disse... só me resta dizer: troca a caixa d'água e, coloca uma que não abre sem chave.

    De resto me abstenho... sou má com criancinhas e muito mais com muleque espinhento problemático.
    Conheço um seu guarda que esta vendendo uns aparatostem até aquelas máquininhas de dar choque...rs
    ... quer?

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  3. Situação complicada. Ainda bem que a solução, para você, está próxima.
    Bjux

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  4. Rodrigo,

    Coisa pior seria cocô? kkkkkkkkkkk!!!

    Beijoca, feio!

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  5. Cintia, filhotinha,

    Bom, se eu der um choque no moleque é bem capaz do miserável curtir e pedir mais. Nóia é fogo!

    Beijoca procê também!

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  6. Wanderley, meu queridão,

    Pois é, isso deixa a gente numa sinuca de bico, né? Caramba, tava quietinha aqui, administrando meus próprios problemas e agora me aparece essa encrenca... Sufoco!

    Montão de beijocas!

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  7. Complicado demais.

    Mas acho que você deve sim comunicar a família, e caso não resolva, polícia. Duvido que falar com o candango resolva algo, e com essas coisas não dá pra brincar.

    Um beijo!

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  8. É, Lobinho, situação tensa...

    Isso nos coloca numa enrascada de qualquer maneira: a omissão, pura e simples, faz a consciência pinicar; a ação, por outro lado, nos coloca sob um eventual risco. Se bem que, mesmo só observando já estamos sob risco.

    Ele deu uma sossegada e desde o meio da semana passada não ouvi mais nada. Estou atenta, vamos ver o que acontece. Mas não pretendo sair daqui sem dar o alerta à família dele não.

    Beijoca, querido!

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  9. Lá vai de novo:
    Estou um pouco atrasada mas , se os pacotinhos ainda estiverem lá, me avisa que eu subo, pego, chamo o cabra pruma conversa de macho e ele vai comer na sua mão. Vira amigão e te protege dos vilões de verdade. Duvida?

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  10. Putz, nem sou doida de duvidar. Pelo jeito você conhece a tchurma. Será a líder do bando? Poderooooosa! kkkkkkkkkkkkk!

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