quinta-feira, 17 de abril de 2008

Hora de parar...

Nos últimos dias ficaram em evidência os dramas de atletas ricos e famosos, como a nova contusão de Ronaldo, o desespero de Guga com seu quadril e a decadência de Romário, que finalmente optou por se aposentar. Isso nos faz pensar até que ponto vale a pena tanto sacrifício, até quando uma celebridade desportiva mundial que já ganhou muito dinheiro e pode dispensar esse esforço permanente e exigente do esporte deve continuar em ação.

Bjorn Borg, por exemplo, parou com 26 anos. Era jovem, famoso, um dos homens mais ricos da Suécia. Voltou depois de mais de cinco anos e foi um fracasso. É a prova inequívoca de que em alguns casos, quando a coisa vai bem, continuar pode não ser a melhor opção.

Bill Gates anunciou que quer se afastar da Microsoft neste ano, o que surpreendeu o mundo dos negócios. Afinal, por que um empresário jovem, cheio de vida, dono de uma enorme capacidade de ganhar rios de dinheiro e de um formidável histórico de sucesso deixaria nas mãos de outros um império que criou com tanto êxito? Oficialmente a explicação é que Gates quer se dedicar à filantropia. O motivo real, porém, está diretamente ligado ao destino da Microsoft como líder de mercado em seu segmento e revela uma sabedoria rara. Ao deixar sua empresa, Gates quer evitar uma das ameaças mais letais ao sucesso de um negócio: a estagnação, provocada por um líder que já não consegue acompanhar de maneira adeqüada o rítmo das mudanças do mercado. Mas nós, simples mortais anônimos, também nos deparamos com situações em que parar é a melhor saída. Nas minhas aulas de arte, por exemplo, aprendi e constatei que determinadas obras necessitam de elementos limitados para expressar com fidelidade a proposta do artista. Na decoração é comum perceber isso. "Empetecar" certos ambientes pode criar uma estética horrível e desconfortável, onde o minimalismo, muitas vezes, torna-se bem mais interessante. É a velha história do "menos é mais". Em relacionamentos isso não é diferente. Há situações em que duas pessoas precisam estar atentas, a fim de não permitir que a total falta de compatibilidade se transforme em animosidade no futuro. Melhor parar enquanto ainda podem se tornar amigos ou, no mínimo, estabelecer entre si uma relação civilizada e respeitosa.

Aprendi com algumas experiências que excessos podem entornar o caldo... Sempre é melhor parar enquanto há tempo de se evitar fracassos, que acabam por resultar em conseqüências frustrantes e desastrosas até.

3 comentários:

  1. É verdade Tania, no mundo artístico tem uns casos deprimentes de gente que deveria ter parado faz tempo, mas insiste em continuar. Acho que um bom exemplo é o Renato Aragão, que insiste num humor ultrapassado.
    Bj!

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  2. Esse post é bem oportuno. Ontem mesmo parece que o Guga resolveu abandonar as quadras, depois de outra derrota. Isso sem citar o Garrincha, um outro exemplo de gênio que não soube levar em frente o espetáculo do seu futebol e terminou a carreira indignamente.
    Estão bem atuais seus posts Tânia. Bj

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  3. Acho que não existe a hora certa de parar. Na minha opinião você só para quando morre e olhe que até nisso há controvérsias(segundo os espíritas só mudamos de dimensão e a atividade continua)!!! Cada pessoa sabe do seu próprio limite e, mesmo que muitos não concordem, se estiver se sentindo bem assim...äs favas com a opinião alheia! É isso aí! Viva o ridículo! O micaço! Felicidade em primeiro lugar!Sempre!!! Já no caso dos relacionamentos, a coisa muda um pouco de figura, mas só um pouquinho.Afinal, até que se prove o contrário a vida é uma só! E precisa ser vivida intensamente!Plenamente!Ihhh!Acho que hoje estou otimista demais!Sem dúvida, este tópico merece um pouco mais de reflexão da minha parte!

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