RESÍDUO
(Carlos Drummond de Andrade)
Pois de tudo fica um pouco.
Fica um pouco de teu queixo
no queixo de tua filha.
De teu áspero silêncio
um pouco ficou, um pouco
nos muros zangados,
nas folhas, mudas, que sobem.
Ficou um pouco de tudo
no pires de porcelana,
dragão partido, flor branca,
ficou um pouco
de ruga na vossa testa,
retrato.
Se de tudo fica um pouco,
mas por que não ficaria
um pouco de mim? No trem
que leva ao norte, no barco,
nos anúncios de jornal,
um pouco de mim em Londres,
um pouco de mim algures?
na consoante?
no poço?
Tia Tânia x)
ResponderExcluirParabéns, teu blog novo tá muito fofo e bem feito assim como o outro que conheço. Adorei o tema abordado, acho legal quem tem essa consciência, demonstrar sensibilidade aos outros é um ótimo sentimento. Adorei a estréia com Carlos Drummond de Andrade, a imagem então .. nem se fala, tanto que postei por aqui! x)
Beijão tia.
Gi, querida, obrigada por estar aqui, sua participação é bem importante pra mim.
ResponderExcluirA genialidade do nosso querido Drummond é algo que sempre me inspira e humildemente gosto de incluir um pouco da sua obra grandiosa em todos os trabalhos que faço.
Um grande beijo!