sábado, 24 de maio de 2008

Que mico!

Ao dar uma olhadinha nos comentários aqui do blog, acabei rindo de um mico que cometi há muito tempo atrás e que generosamente minha irmã tratou de revelar publicamente. Justo quem foi me dedar!... Uma pessoa tão coordenada, com um senso de direção fabuloso, que jamais sai da linha. Mas tudo bem, melhor continuar falando dos meus próprios micos, senão ela volta aqui e cagüeta coisa pior.

Tive, tenho e certamente terei muitos motivos pra rir de mim mesma. E acho quem consegue rir de si mesmo faz uma das melhores coisas para seu auto-conhecimento, dá um enorme passo para uma vida mais saudável e feliz.

Fora aquelas coisas normais de entrar num lugar e não saber mais onde é a saída, falar algo quando a situação exige silêncio, rir fora de hora, fazer a descarga disparar no banheiro alheio, ficar presa dentro desse mesmo banheiro, derrubar isso e bater naquilo, confesso que aprontei algumas que entraram gloriosamente pra minha história.

Todo mundo que me conhece sabe do meu... digamos... receio... ah, receio não! Horror, verdadeiro pavor de um dos bichinhos mais truculentos da natureza: a famigerada borboleta. E nem adianta virem me dizer que o bicho é inofensivo, uma belezinha, coisa e tal, que borboleta, pra mim, é isso.Num dia desses (e nem faz muito tempo), estava eu caminhando pelo corredor do supermercado quando a quilômetros avisto a danada se aproximando. Sem exagero, a bicha era grande, uma asa-delta! Pensei cá comigo: "Tânia, depois de anos de terapia você é uma pessoa equilibrada, a dona do controle". E firme nesse pensamento continuei em frente. Um olho nas mercadorias, outro na safada... Fui me segurando e a bicha chegando... Comecei a suar frio e a bicha mais perto... Quando ouço o "plec-plec" do bater de asas do monstro praticamente na minha orelha, não deu outra: "Aaaaaaaaaaaaaai!!!!!!!". Berrar ao ponto de fazer todo mundo olhar pra mim não foi suficiente e ainda me agarrei numa senhora desavisada, que estava de passagem. A coitada ficou em pânico junto comigo, sem saber o que estava acontecendo. Expliquei o que houve, me desculpei, enfiei a viola no saco e sumi dali durante meses.

Tem outra: depois de um longo dia de trabalho e horas a fio na faculdade, quem é que não chega destruído em casa? Pois bem, há algum tempo atrás eu era um verdadeiro zumbi. Numa determinada noite, acabada, cheguei em casa, tirei a roupa de qualquer jeito, tomei um banho rápido e caí na cama. No dia seguinte, praticamente sedada de sono, vesti o que encontrei pela frente e fui pra Folha de São Paulo, onde teria que entregar um trabalho. Sem carro, tomei um ônibus e caminhei um bom pedaço até chegar lá. Já estava ficando meio cismada com tanta gente me olhando, mas, enfim continuei em frente, que se danem. Andei por todo canto, passei por diversas salas, até chegar onde precisava ir. Novamente todos os olhares na minha direção. De repente caiu o papel que estava na minha mão e ao abaixar pra pegar, tive a terrível visão: a meia fina (pretona) que eu usava no dia anterior tinha ficado dentro da perna da calça e não vi isso quando vesti. O que significa que tudo o que eu contei que fiz aí em cima foi com um metro de meia pendurado em mim e se arrastando pelo chão. Acredita que não teve um cristão pra me avisar? E pra sair dali e me ajeitar melhor? Minha vontade foi de me transformar num pum e evaporar!

Mas tem uma certa pessoa (e não digo quem é nem sob tortura) que fez pior. Quando ía saindo do ônibus, desceu dois degraus de uma vez só e, desequilibrada, foi cambaleando, cambaleando, cambaleando até bater "discretamente" na porta de ferro de uma loja que estava fechada. Depois do barulhão infernal veio o tombo, que deixou a normalzinha caída no chão, deitadona, esticada como uma lagartixa. Ao olhar em volta percebeu dezenas de olhos em cima dela. Era hora do rush e o ponto estava lotadérrimo. Numa dessas, eu juro que me fingiria de morta, no mínimo de desmaiada. Deixava chegar resgate, bombeiros, Cruz Vermelha e o raio que o parta. Nem por um decreto me levantaria dali. Tsc, tsc, tsc!

Nada disso, no entanto, ganha do pior mico real que já tive conhecimento. No final da década de setenta os caras usavam cabelão comprido, lindos, tremendões. E também nessa época era muito comum freqüentar as domingueiras, bailinhos pra paquerar e se divertir. Alguns carinhas tinham entre eles a mania de encher o saco dando uma bela pegada nos... nas... nos... testículos (tá bom assim?) do outro, por trás. Num desses bailinhos, um amigo do meu marido, sarrista de carteirinha, avistou no meio do povo um outro amigo, cabeludo como ele, conversando numa rodinha. Não teve dúvida: mandou a mãozona, sem dó nem piedade. Dureza foi ver a cara do dono da retaguarda, que não era o amigo que ele esperava. Pior, aquela busanfa tinha uma donA e ela estava acompanhada do namorado, inclusive. Fala sério, tem jeito de explicar um treco desses? Depois de uns belos safanões e da pronta interferência da turma do "deixa disso" o infeliz não voltou aos bailinhos tão cedo e vai ter que aturar o sarro eternamente.

Mas é assim mesmo. A vida tem seus imprevistos e contradições, nem tudo o que planejamos pode dar exatamente certo. O negócio é ter jogo de cintura, uma bela cara-de-pau e contornar as situações da melhor maneira possível, paciência. E, sobretudo, rir, rir demais.

6 comentários:

  1. Tia, eu tô em plena 00:06, me acabando de tanto rir desse fabuloso texto seu, ficou ótimo. Pois é, que atire a primeira pedra quem nunca passou por situação parecida né! Eu já dei alguns foras assim, como dizer que fulano é estranho, e ver que ele estava perto, e acredito eu, que ele acabou ouvindo o que eu disse sobre sua pessoa, ai ai, eu fiquei roxa ao perceber, mas já estava dito, e se eu tentasse concertar, ficaria pior, sempre fica, é melhor ficar quieta, se não estrago ainda mais, HAHAHA x)
    Já cheguei até a tropeçar na calçada de casa, e cair de bunda no chão, na presença da vizinhança, foi uma vergonha enorme, e um sarro daqueles, entre outros micos que já vivi! kkkkkk!
    Mas é como tu disse tia, o segredo é se safar da melhor forma possível quando der uma mancada dessas, e depois lembrar disso com muita alegria, já que isso nos faz bem.

    Beijão tia :*

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  2. Me diverti muito com esse texto, parabéns.

    Não há quem se livre de uma boa gafe, pelo menos uma vez na vida.

    Já cometi muitas e memoráveis. É isso mesmo, o melhor remédio é rir da situação.

    Um grande abraço!

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  3. Hahahahahaha! Que proezas! Como as outras aqui e como você também dei muitos foras pela vida afora. É bom, ficam marcados como passagens engraçadas, coisas legais de lembrar. Bj!

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  4. kkkkkkkkk Bela narrativa!Só faltou falar dos micos que pagamos por não reconhecer alguém! Sou campeã nesse tipo de gafe. Péssima fisionomista já paguei dúzias e dúzias de micos! Será que mais alguém por aqui já passou pelo constrangimento de encontrar uma pessoa e ficar remoendo de onde conhece a figura?kkkk Cada king kong!kkkkk

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  5. Xiii!!! paguei mico essa semana.

    Tenho um hábito elegante de gostar de calças rasgadas. (bolsos dianteiro e traseiros!!! ui!)

    Então essa semana vesti uma bermuda que eu tinha esquecido de jogar fora.(Sim! Uso as roupas até chegarem nesse estágio). E na pressa, nem vi a parte traseira da mesma. Ela simplesmente tinha um talho paralelo àquele - do glúteo. kkkkk. Mostrava parte da cueca e também do que ela não escondia.

    Fui ao mercado, encontrei amigos e depois fui à feira. O engraçado é que às vezes eu sentia um friozinho localizado, mas não me preocupei em constatar.

    Notei que algumas pessoas me olhavam, mas achei que era por causa da minha conjuntivite.

    Para terminar, me lembro bem que, quando eu colocava as compras no porta-malas, havia um carro que estava esperando eu desocupar a vaga, com os faróis acesos!!! kkkkkk!!! Imaginem a visão kkkk

    Só ao chegar em casa que a galera me alertou... Adiantou demais...

    Abraços

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